
O aeroporto intermacional de Confins, na Grande BH, registra uma manh� mais calma nesta ter�a-feira. Apesar de ainda operar por instrumentos, o n�mero de atrasos e cancelamentos de voos no terminal vem diminuindo desde segunda-feira. �s 7h desta ter�a-feira, o boletim da BH Airport informava o cancelamento de tr�s voos e uma partida atrasada.
No entanto, este n�o foi o cen�rio dos �ltimos dias. E o impacto causado pelas chuvas na opera��o do aeroporto de Confins est� diretamente associado � falta de aparelhagem que auxilia em pousos e decolagens em uma das cabeceiras da pista. As chuvas foram acompanhadas de rajadas de ventos que for�aram a mudan�a da opera��o para um trecho da pista em que inexiste o ILS (Instrument Landing System), sistema que facilita a aproxima��o em caso de visibilidade ruim.
Os transtornos resultantes do fechamento da pista e da opera��o por instrumentos poderiam ser consideravelmente mitigados com a instala��o do equipamento, segundo especialistas em seguran�a de voo e o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). A necessidade de moderniza��o � refor�ada por ser o per�odo clim�tico mais cr�tico coincidente com as f�rias escolares, �poca de pico nas viagens.
O ILS � o principal equipamento usado para auxiliar pousos e decolagens no mundo. No Brasil, a maioria dos aeroportos usa a categoria 1, incluindo Confins. Com ele, o piloto � orientado na aterrissagem, permitindo opera��es normais com visibilidade horizontal superior a 500 metros e vertical de at� 200 p�s (aproximadamente 60 metros).
Segundo o representante do SNA em Minas Gerais, comandante Rodrigo Ribeiro, no caso de Confins o aparelho s� est� instalado em uma das cabeceiras. “Quando o vento muda, inverte a pista. Tem que pousar na cabeceira 34. Se tivesse instalado o ILS categoria 1 l� tamb�m, seria suficiente para evitar o caos dos �ltimos dias”, afirma. O sistema est� em opera��o na cabeceira 16.
Na cabeceira oposta (34), funciona um aparelho chamado de LNAV/VNAV. O sistema permite pousos com teto de at� 300 p�s, mas, segundo a BH-Airport, est� indispon�vel por causa das obras de extens�o da pista. As interven��es, de responsabilidade da Infraero, est�o bastante atrasadas. “Al�m das condi��es clim�ticas extremamente desfavor�veis e cont�nuas desde quarta-feira, a obra foi um dos fatores que contribu�ram para as restri��es de pouso, principalmente no s�bado, quando a utiliza��o da cabeceira 34 foi maior”, diz a concession�ria.
Bastante prejudicada pelo problema, a Azul disse que a instala��o de um ILS categoria 1 (ou superior) nas duas cabeceiras “� mandat�rio para um aeroporto do porte de Confins e traria grande melhoria para a opera��o”. A companhia a�rea diz que a falta de infraestrutura prejudicou as opera��es. “Al�m disso, a implanta��o de um sistema de luzes (approach Lightning System), de sinaliza��o espec�fica na pista e uma esta��o meteorol�gica tamb�m s�o necess�rios”, cobra a empresa a�rea.
O aeroporto tem operado por instrumento desde quarta-feira. De l� para c�, centenas de voos foram cancelados ou sofreram atrasos por causa das chuvas. O dia mais cr�tico foi s�bado. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), mais de 100 mil�metros de chuva foram verificados em BH no intervalo de 24 horas encerrados �s 10h de s�bado. O total � mais de um ter�o do volume registrado em janeiro segundo a m�dia hist�rica. Ontem, segundo balan�o da BH-Airport, foram 40 cancelamentos e 36 atrasos de meia-noite at� as 18h.
Em aeroportos em que funciona a categoria 2 do ILS, o ganho de performance � grande. O piloto precisa de visibilidade superior a 300 metros (horizontal) e 100 p�s (vertical). Esse sistema hoje � usado nos aeroportos do Gale�o (Rio de Janeiro) e Curitiba. (Com informa��es de Cristiane Silva)