
O avan�o de sem�foro de um dos dois �nibus que se envolveram em um acidente no cruzamento das avenidas do Contorno e Andradas, no Centro de BH, � a principal linha de investiga��o da batida que tirou a vida de duas pessoas que estavam em um dos coletivos. A Pol�cia Civil come�ou ontem a investigar o caso, que, al�m de dois mortos, deixou ao menos 14 feridos e um rastro de destrui��o a poucos metros da Pra�a da Esta��o, na sa�da do Viaduto da Floresta. Um �nibus da linha 8107 (Conc�rdia/S�o Pedro) descia o viaduto para acessar a Andradas � esquerda e bateu na lateral do coletivo do Move Metropolitano, da linha 512H (Terminal Vilarinho/Hospitais/Via Cristiano Machado). O ve�culo foi atingido no momento em que fazia a curva para pegar a Contorno e, com o impacto, colidiu em um poste de ilumina��o da avenida. Segundo militares do Batalh�o de Pol�cia de Tr�nsito (BPTran), uma testemunha informou que o condutor do Move avan�ou o sem�foro.
O acidente ocorreu por volta das 10h e mobilizou v�rios agentes da Pol�cia Militar, Corpo de Bombeiros, BHTrans, Guarda Municipal, Departamento de Estradas de Rodagem (DER/MG) e Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu). O representante comercial Jorge Luiz Vitorassi, de 64 anos, morreu ainda no local. O corpo s� foi removido ap�s o trabalho da per�cia. Izza Atalla Azizi, de 77, morreu depois de dar entrada no HPS Jo�o XXIII. Entre os 14 feridos, cinco permanecem internados no HPS, um em estado grave.
Segundo agentes da BHTrans, a l�gica do cen�rio encontrado depois da batida indica que o �nibus azul da linha 8107 bateu no coletivo do Move. “Ele empurrou o Move at� o poste. Essa � a leitura mais compat�vel com o resultado”, afirma um agente que pediu anonimato. O subtenente Wellington Avelar, do BPTran, conta que uma testemunha deu informa��es sobre a batida. “Ela disse que o motorista do �nibus metropolitano teria passado com o sem�foro vermelho. A Pol�cia Civil ficar� a cargo de esclarecer esse fato”, afirma.
Uma equipe comandada pelo delegado Rodrigo Fagundes, da Delegacia Especializada em Acidentes de Ve�culos, esteve no local colhendo as primeiras informa��es e n�o deve encontrar dificuldades para descobrir se houve avan�o. Os cruzamentos de onde vieram os dois �nibus contam com radares de avan�o. A Pol�cia Militar informou que duas c�meras do Olho Vivo na regi�o foram checadas, mas n�o ajudam na elucida��o dos fatos. Uma delas est� na sa�da da Esta��o Central do metr� e flagrou a batida de longe, mas sem condi��es de fornecer ind�cios de avan�o, segundo o Centro Integrado de Comunica��es Operacionais (Cicop).
A c�mera que poderia solucionar o caso est� bem na esquina da colis�o, na sa�da do Viaduto da Floresta. Por�m, o Cicop informou que ela n�o filmava exatamente o local da batida na hora do acidente. A Pol�cia Civil ainda vai confirmar essas informa��es. “Tamb�m solicitamos as c�meras dos dois coletivos para avalia��o. Temos not�cia de uma testemunha que est� arrolada no boletim de ocorr�ncia que presenciou a batida e ser� ouvida no curso das investiga��es. Vamos colher as vers�es dos motoristas e os tac�grafos dos dois �nibus ser�o avaliados”, afirma Rodrigo Fagundes.
No meio do tumulto gerado pela batida, passageiros eram atendidos por socorristas do Samu e dos bombeiros em v�rios lugares. Duas mulheres que seguiam no �nibus do Move ficaram bastante assustadas, tiveram ferimentos e o pesco�o imobilizado. A aposentada Ivone Alves da Silva, de 75, chegou a pensar no pior quando escutou o barulho da pancada. “Achei que ia morrer. O �nibus inteiro estremeceu e as pessoas come�aram a gritar. N�o tinha muita gente. Na hora, s� vi um sangue escorrendo, porque bati a cabe�a”, afirma. Os feridos foram encaminhados para o Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII, Hospital Unimed, Odilon Behrens e para Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital.
Parentes lamentam perdas
“Meu irm�o era uma �tima pessoa. N�o vamos contar para nosso pai, que est� com 88 anos. Ele n�o aguentaria saber. Vamos dizer que est� viajando”, disse, emocionado, o aut�nomo Pedro Juli�o Vitorassi, de 52 anos, sobre o irm�o mais velho, Jorge Luiz, de 64, que morreu ontem de manh� na batida entre o �nibus da linha 8107 e um coletivo do BRT/Move.
Segundo Pedro, Jorge vivia sozinho no Bairro Conc�rdia, na Regi�o Nordeste. Todos os dias, ele pegava o coletivo do bairro para ir para o Centro. Ontem, n�o terminou o trajeto. O vel�rio e o enterro ser�o em Caratinga, terra natal da v�tima.
Na tarde de ontem, familiares buscavam not�cias de outros feridos que foram levados para HPS Jo�o XXIII. M�rcia Mendes, de 34, se assustou quando viu o acidente pela televis�o. O marido dela, Reginaldo Lopes Martins, de 37, conduzia o 8107. Ela tentou falar com ele , mas sem sucesso ligou para a empresa que a tranquilizou, dizendo que ele havia se ferido, por�m sem gravidade. Reginaldo fraturou tr�s costelas. “Ele disse que o Move veio do nada e tentou reagir, tirar (o �nibus da rota de colis�o), mas n�o deu tempo.”
Com M�rcia Maria Cruz
