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Estado de Minas

Patrim�nio cultural sofre novos danos em Bento Rodrigues e ru�nas ficam � merc� do Aedes aegypti

Na regi�o, ainda est�o mais de 400 trabalhadores da mineradora Samarco e outros prestadores de servi�os. Com a chuva, v�rios focos surgiram na cidade


postado em 30/01/2016 06:00 / atualizado em 30/01/2016 07:16

Parte do muro de pedras da Capela de Nossa Senhora das Mercês, construída no período colonial, caiu. O templo, para onde moradores correram, permanece de pé por estar em área mais alta do subdistrito(foto: Túlio Santos/EM/D.A.Press)
Parte do muro de pedras da Capela de Nossa Senhora das Merc�s, constru�da no per�odo colonial, caiu. O templo, para onde moradores correram, permanece de p� por estar em �rea mais alta do subdistrito (foto: T�lio Santos/EM/D.A.Press)

Mariana –
O abandono do subdistrito de Bento Rodrigues – um lugar “fantasma” desde o rompimento da Barragem do Fund�o, h� quase tr�s meses – causa novos estragos ao patrim�nio cultural que sobrou intacto da avalanche de lama, como o muro quebrado da Capela de Nossa Senhora das Merc�s, do s�culo 18, hoje um s�mbolo da antiga comunidade. E sinaliza uma amea�a, com a temporada de chuvas: focos de Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, do zika v�rus e da chikungunya. Na regi�o, ainda est�o mais de 400 trabalhadores da mineradora Samarco e outros prestadores de servi�os.


O prefeito de Mariana, Duarte J�nior, informou, ontem, que vai mandar equipes da Vigil�ncia Sanit�ria Municipal ao subdistrito para colher amostras de �gua e verificar se h� focos do inseto. “� um problema com o qual temos que nos preocupar, e � totalmente poss�vel de ocorrer”, disse o chefe do Executivo. H� suspeita de que um homem da Guarda Municipal, que havia estado em Bento Rodrigues a servi�o, tenha contra�do dengue. A informa��o ainda n�o � confirmada pelas autoridades, j� que a contamina��o pode ter sido tamb�m na cidade, pois o guarda mora na sede municipal.

O Estado de Minas visitou Bento Rodrigues e verificou que lugar � o que n�o falta para a prolifera��o do inseto causador de tantas doen�as. Nas ru�nas cobertas de barro ou nas casas localizadas na parte mais alta de Bento Rodrigues, e que foram alvo frequente de saque de ladr�es, h� caixas- d’�gua, potes com a boca virada para cima, recipientes sem tampa e toda sorte de poss�veis criadouros do Aedes aegypti.

PATRIM�NIO A lama proveniente da Barragem do Fund�o soterrou vidas, deixou desaparecidos e arrasou a vegeta��o ao longo do Rio Doce, nessa que � considerada a maior trag�dia socioambiental do Brasil. Hoje, Bento Rodrigues tem visita��o restrita e, por uma recomenda��o do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG), via Coordenadoria das Promotorias de Justi�a de Defesa do Patrim�nio Cultural e Tur�stico (CPPC), quem chega passa por uma “capacita��o”, inteirando-se da necessidade de preservar o local.

Longe dos olhos da comunidade, a maior guardi� dos bens pertencentes ao lugar nascido no per�odo colonial e fundado pelo bandeirante Bento Rodrigues, o vilarejo praticamente extinto sofre duros reveses desde a fat�dica tarde de 5 de novembro de 2015. O muro de pedras, com cerca de 50 cent�metros de largura, da Capela de Nossa Senhora das Merc�s, templo ainda de p� por estar na parte mais alta do subdistrito, caiu numa extens�o de um metro na parte interna e 2,20 metros na parte externa.

A visita foi acompanhada por um arque�logo da empresa Arcadis, contratada pela Samarco, e que imp�s limites aos rep�rteres, como n�o violar a �rea protegida. Por uma recomenda��o do MPMG, a capela e o cruzeiro de madeira foram fechados, em novembro, por tapumes de telhas galvanizadas. Para fazer a foto desta mat�ria, o rep�rter teve que andar numa trilha no mato at� encontrar o melhor �ngulo. O lugar se tornou um �cone para muitos sobreviventes, que, para salvar suas vidas, correram para o alto onde fica a capela.

O coordenador da CPPC, promotor de Justi�a Marcos Paulo de Souza Miranda, afirma que a situa��o de abandono de Bento Rodrigues exp�e a falta de manuten��o do patrim�nio cultural, que pode ficar pior nesta �poca de chuvas. Antes da trag�dia, afirma, a capela recebia os cuidados dos zeladores e dos fi�is, que tomavam as provid�ncias para evitar os problemas, mas agora, n�o. “O ideal � que haja uma limpeza desses locais e fiscaliza��o permanente.”

S�MBOLO Sem ir a Bento Rodrigues, onde criou a fam�lia, a dona de casa Marinalva dos Santos Salgado, residente com a fam�lia, em Mariana, em casa alugada pela Samarco, tem vivas lembran�as da igreja das Merc�s, que hoje s� v� em fotografias. “Sempre houve missas e at� casamentos l�. As festas em louvor a Nossa Senhora das Merc�s aconteciam no fim de setembro. A queda do muro � uma preocupa��o a mais para n�s. Se nada tivesse ocorrido e estiv�ssemos ainda morando no Bento, certamente estar�amos cuidando do nosso patrim�nio”, afirmou com tristeza. Todas as imagens e demais objetos foram retirados do templo e guardados na Arquidiocese de Mariana.

O prefeito Duarte J�nior explicou que o compromisso da Samarco � fazer, em Bento Rodrigues, um memorial para guardar toda a hist�ria do lugar destru�do em 5 de novembro do ano passado. Nesse memorial, a igreja se tornar� um �cone, j� que a Capela de S�o Bento, o padroeiro, foi arrasada pela lama, embora algumas imagens tenham sido encontradas e tamb�m levadas para a Arquidiocese de Mariana. Por estar numa �rea com v�rias quest�es judiciais, n�o h� defini��o ainda de como ser� feita a restaura��o do muro da igreja.

 

 

 

 

Enquanto isso...

...Presta��o
de contas

Hoje, �s 16h, na sede do Centro de Refer�ncia da Inf�ncia e Juventude (Cria), no Bairro Maquin�, em Mariana, na Regi�o Central, as fam�lias v�timas do rompimento da Barragem do Fund�o, em especial das comunidades de Bento Rodrigues, Paracatu, Pedras e Campinas, participar�o da assembleia geral para presta��o de contas sobre o dinheiro das doa��es.


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