
Quem chega � antiga comunidade se surpreende com as fileiras, ainda pequenas, dos exemplares plantados em dezembro. Na parte mais alta, diante das casas que ficaram de p�, � poss�vel ver agora o contraste impressionante entre o verde e o marrom, o fim e o recome�o, a camada de rejeitos e as plantinhas.
“S� n�o fiquei surpreso, porque j� tinham me falado do plantio”, disse o presidente da Associa��o Comunit�ria de Bento Rodrigues, Jos� do Nascimento de Jesus, o Zezinho do Bento. Ao visitar o local, ficou feliz pela fertilidade de uma regi�o totalmente devastada pela lama. “Choveu na regi�o, ent�o fica melhor para a vegeta��o e esse retorno mostra que temos uma terra aben�oada”, contou o presidente da associa��o, que tinha no terreno da sua casa apenas dois p�s de mexerica. “Muitos vizinhos plantavam frutas, verduras e legumes e colhiam bem”, afirma. Ele hoje mora em um im�vel alugado pela mineradora.
O aposentado Jos� Gilberto Martins, conhecido como Deco, de 65 anos e residente durante 18 anos em Bento Rodrigues, plantou e colheu durante muitos anos as verduras, mandiocas e cana. “Mas a terra l� no Bento n�o era muito boa n�o, a gente tinha que p�r muito esterco, adubar bastante para dar certo”, diz Deco, que hoje mora no distrito de Santa Rita Dur�o, tamb�m em casa alugada pela mineradora. Os milagres da vida est�o presentes em outros cantos. “J� me falaram que tem at� p� de bananeira nascendo no meio da lama. O capim tamb�m est� vindo. � a natureza dando retorno”, afirma.
De acordo com a Samarco, teve in�cio, em 10 de dezembro, o trabalho de revegeta��o emergencial e tempor�ria das margens dos rios Gualaxo e Doce, entre a cidade de Mariana e a Usina Hidrel�trica Risoleta Neves, que fica entre os munic�pios de Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado, na Zona da Mata.
RECUPERA��O Em nota, a mineradora informa que “o trabalho usa um mix de plantas nativas de r�pida germina��o”. O objetivo � evitar que as margens fiquem expostas e os sedimentos sejam carreados para os rios at� que o plano de recupera��o ambiental, conduzido pelo Samarco, esteja conclu�do e determine os par�metros para a revegeta��o definitiva do local. O trabalho foi iniciado em 200 hectares. A mineradora ainda informa que j� contratou mais 600 hectares de revegeta��o. Ao todo, 240 pessoas devem atuar nessa nova frente.
Termo de preserva��o
A mineradora Samarco informa que assinou um Termo de Compromisso Preliminar com o Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG), visando a preserva��o do patrim�nio cultural sacro nas comunidades pr�ximas � barragem de Fund�o. “A empresa j� realizou o cercamento da Capela de Nossa Senhora das Merc�s, que se encontra em �rea n�o atingida pelo rompimento da barragem, com tapumes e organiza a estrutura��o de uma equipe t�cnica habilitada, integrada por engenheiro, arquiteto, conservador-restaurador, entre outros, para fazer o diagn�stico estrutural e dos elementos art�sticos da edifica��o”, diz a nota. O Estado de Minas mostrou os efeitos do abandono no subdistrito de Bento Rodrigues, entre eles, a queda do muro centen�rio na capela que ficou de p�.