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Estado de Minas

Estudantes que passam pela BR-367 est�o sujeitos desgaste e risco

Passageiros de escolares viajam calados, agarrados aos bala�stres e encostos dos bancos. O calor abrasador obriga o �nibus a circular com as janelas e al�ap�o abertos


postado em 03/04/2016 11:00 / atualizado em 03/04/2016 10:36

Ônibus escolares cruzam pontes precárias sem nenhum tipo de proteção lateral(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
�nibus escolares cruzam pontes prec�rias sem nenhum tipo de prote��o lateral (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Mesmo ve�culos mais altos, como os �nibus escolares, v�o batendo e sacudindo por todo o trajeto da BR-367 da casa dos alunos at� a escola. Beira o insuport�vel o barulho dentro do ve�culo, com a lataria sacudindo, os pneus atropelando pedras e as janelas rangendo como se fossem se desprender. Por esse motivo, os passageiros viajam calados, agarrados aos bala�stres e encostos dos bancos. O calor abrasador obriga o �nibus a circular com as janelas e al�ap�o abertos, o que alivia um pouco a temperatura, mas faz com que a poeira invada o interior, sujando roupas e irritando os olhos dos passageiros.

O estudante Roney Soares Borges, de 17 anos, conta que no fim do trajeto todos acabam com mal-estar. “A gente chega bem exausto em casa e na escola, depois de 40 minutos sacudindo e pulando. � bem cansativo”, disse. Quando chove, estudantes nem sequer se arriscam a usar o transporte. “Muitos deixam de ir � escola por isso. � triste, porque vai indo (os alunos) tiram notas ruins, desanimam e muitos largam a escola. Meu filho mesmo, quando chove, precisa andar mais de duas horas para conseguir chegar � aula, andando no meio do barro”, contou a lavradora Joana Lopes, de 23. Realidade que o tamb�m estudante Erik Vin�cius, de 12, precisa enfrentar. “Quando chove � ruim demais. O �nibus �s vezes n�o d� conta de subir um morr�o que tem para frente, em (na comunidade de) Laranjeiras. A�, temos de ir a p� mesmo, andando por quase uma hora”, conta.

CARONA Mesmo que n�o seja sua fun��o, o �nibus de transporte escolar acaba se tornando meio de transporte para os lavradores que n�o contam mais com o transporte intermunicipal e n�o podem pagar pelos clandestinos. “Pego esse �nibus todos os dias. Quando chove, �s vezes n�o atravessamos (alguns pontos da BR). Quando � calor, fica essa poeirada. Hoje estou voltando do m�dico, que fica na cidade. Para mim, que tenho problema de sa�de, preciso fazer exames e tratamento, fica dif�cil demais aguentar esse ritmo, mas n�o temos outra op��o”, recama a lavradora Rosa Vaz da Costa, de 42 anos.

BR-367 � uma das piores do Brasil: confira o v�deo
 
O motorista do escolar, Joaquim Santana, o “Quim”, de 47, critica a rodovia, o Dnit e diz que se fosse uma via particular ou do munic�pio rodaria com mais seguran�a e conforto. “A estrada � uma dificuldade em si s�. Prec�ria demais, com buracos demais; quando chove, escorrega como quiabo e o carro n�o anda. Os estudantes v�o sacudindo todos os dias. Tem estradas municipais e at� de fazendas daqui que s�o mais longas, mas melhores do que essa para passar”, compara o condutor.

Ponte queimada em protesto por asfalto

Outros munic�pios sem liga��es asf�lticas como Jacinto e Salto da Divisa, tamb�m na BR-367, S�o Jo�o das Miss�es e Montalv�nia, na BR-135, no Norte de Minas, sofrem da mesma forma com esse tipo de condi��es. Em Salto da Divisa, no ano passado, moradores revoltados com a situa��o chegaram a incendiar uma das pontes de madeira da BR-367, exigindo asfaltamento. O munic�pio, na divisa com a Bahia, � o destino mais longo de �nibus intermunicipal a partir da rodovi�ria de Belo Horizonte, submetendo os passageiros a 865 quil�metros feitos em longas 16 horas, sendo 100 quil�metros entre solavancos e paradas longas em pista interrompida por chuva e buracos.

A situa��o � t�o cr�tica que na rodovi�ria de Almenara os passageiros precisam sair do �nibus de viagem confort�vel e embarcar num ve�culo mais velho, de suspens�o de molas em vez de a ar, motor dianteiro como o de caminh�es e sem ar-condicionado para aplacar o calor intenso, restando abrir as janelas e enfrentar a poeira.

Segundo o Dnit, os projetos para asfaltamento da BR-367 est�o em fase final de elabora��o e a expectativa � de que a licita��o para a obra saia ainda neste ano. No caso de Montalv�nia, o trecho de 18 quil�metros da BR-135 que faz a liga��o com Monterrei teve as obras paralisadas, pois necessita de adequa��es do projeto. J� o segmento de 38 quil�metros entre Manga e Itacarambi ainda est� em “fase de elabora��o dos projetos”.


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