No dia em que a trag�dia de Mariana, na Regi�o Central de Minas Gerais, que deixou 18 pessoas mortas e um desaparecido e arrasou comunidades, completa cinco meses, a Samarco, respons�vel pela barragem que se rompeu, fez um balan�o das medidas tomadas pela mineradora. A empresa apresentou o que tem feito nas quest�es ambientais, pessoal e na reconstru��o dos distritos. Al�m disso, informou que tem condi��es de voltar a operar sem utilizar as barragens de Germano e Fund�o.
A empresa informou que est� trabalhando para criar a funda��o de direito privado respons�vel pelos programas de recupera��o at� 2 de agosto. Os recursos da Samarco est�o garantidos pela Vale e BHP Billinton. Em entrevista coletiva nesta ter�a-feira, a empresa afirmou que agir� em duas frentes: socioecon�mica e socioambiental.
Nessa segunda-feira, o Minist�rio P�blico de Minas de Gerais (MPMG) entrou com uma a��o judicial na 2ª Vara da Fazenda P�blica para for�ar a Samarco a tomar medidas para interromper imediatamente o vazamento de lama e rejeitos que vem poluindo a Bacia Hidrogr�fica do Rio Doce desde que a Barragem do Fund�o se rompeu, em 5 de novembro. Uma das propostas do MP � que a mineradora construa um novo dique de decanta��o para sedimentar a lama num ponto entre a Barragem de Santar�m e Bento Rodrigues, o distrito mais arrasado pela trag�dia, de forma a preservar a mem�ria das v�timas, do acidente e o patrim�nio hist�rico que vem sendo recuperado.
O Estado de Minas mostrou, na �ltima semana, que a lama e rejeitos ainda desciam pelos c�rregos que vinham das barragens do Fund�o (que foi rompida) e de Santar�m (atingida pelo rompimento). Por causa das chuvas acima do previsto pelos engenheiros da mineradora, os dois primeiros diques acabaram completamente aterrados, segundo o Ibama, indicando que o terceiro estaria recebendo carga acima do projetado. Durante a entrevista coletiva, a Samarco contradisse o MPMG e o Ibama e afirmou que n�o h� mais s�lidos descendo para os rios abaixo das barragens.
A��es da mineradora
O balan�o da Samarco apresentado nesta tarde mostra que 225 pessoas das comunidades atingidas foram contratadas pela empresa para empregos. As escolhas se deram levando em considera��o a profiss�o, escolaridade e interesse de cada morador. A parceria com o Sesi, Senai e Fiemg j� rendeu a forma��o de 220 jovens em cursos profissionalizantes de constru��o civil e gastronomia. Est�o previstas, para os pr�ximos dois meses, novas turmas de cursos de costura, inform�tica, manicure e artesanato.
A Samarco informou ainda que, para ajudar de forma emergencial as v�timas da trag�dia, j� distribuiu 4.726 cart�es de aux�lio financeiro. Ele � composto por um sal�rio m�nimo, mais 20% do sal�rio m�nimo para cada dependente e o valor da cesta b�sica calculado pelo Dieese. Do total, 540 foram entregues para moradores de comunidades de Mariana, Bara Longa e Rio Doce. O restante foi dado a pescadores e fam�lias ribeirinhas.
Sobre a reconstru��o de Bento Rodrigues, a comunidade mais atingida pelo mar de lama que desceu da Barragem do Fund�o, a empresa informou que o terreno onde ser� erguido o novo distrito ser� escolhido pelos moradores ainda neste m�s. Como o Estado de Minas mostrou no fim de mar�o, se depender das 300 fam�lias desalojadas, suas novas moradias ficar�o em uma �rea de 100 hectares pertencente � sider�rgica Arcelor Mittal, a 12 quil�metros do Centro da cidade colonial e a 10 do subdistrito arrasado pela lama.
Em Barra Longa, a empresa informou que todos os acessos foram limpos e ainda passam por manuten��o. As casas no Centro do munic�pio j� foram limpas, assim como a principal pra�a da cidade. Est� sendo feito um processo participativo com a comunidade para um novo projeto arquitet�nico para o local.
Na �rea agr�cola, foram entregues 1,8 mil toneladas de silagem de milho ensacadas para os moradores, al�m de fub�, feno, farelo de trigo, farelo de soja e ra��o para cachorro, cavalo e vaca leiteira, entre outros. Ao todo, 3 mil animais foram atendidos nas fazendas da regi�o e 107 mil cercas instaladas nas propriedades rurais.
Meio ambiente
A mineradora informou que j� foi feita a revegeta��o de 80% das �reas impactadas, o equivalente a 640 hectares dos 800 previstos ao longo dos rios Doce, Carmo e Gualaxo. Na Usina Hidrel�trica Risoleta Neves, a Candonga, foram iniciados os trabalhos para a dragagem de 500 mil metros c�bicos de sedimentos dos reservat�rios.