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Estado de Minas

MP tenta barrar Samarco de retomar mina ainda este ano em Mariana

Empresa quer retomar opera��es e pede licen�a para novo sistema de deposi��o de rejeitos. Planos incluem desapropria��o da �rea do antigo Bento Rodrigues para opera��o de diques. Promotores dizem que lama continua vazando, cobram medidas e tentam embargo judicial


postado em 06/04/2016 06:00 / atualizado em 06/04/2016 08:04

Água drenada do terceiro dique emergencial, construído logo acima do povoado arrasado: empresa sustenta que não há mais lama descendo; promotoria contesta(foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
�gua drenada do terceiro dique emergencial, constru�do logo acima do povoado arrasado: empresa sustenta que n�o h� mais lama descendo; promotoria contesta (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)

Enquanto Minist�rio P�blico estadual e Ibama questionam a efici�ncia do bloqueio para tentar conter o vazamento dos rejeitos de min�rio de ferro provenientes da Barragem do Fund�o, rompida em novembro, a mineradora Samarco garante ter conseguido impedir o carreamento desses sedimentos e tenta retomar suas opera��es ainda este ano, se conseguir licen�a dos �rg�os estaduais. Por�m, o MP entrou com a��o na Justi�a exatamente para impedir que as atividades econ�micas sejam retomadas enquanto lama e detritos continuarem a chegar � Bacia do Rio Doce. Ontem, em balan�o das a��es ap�s cinco meses do desastre que matou 19 pessoas na maior trag�dia socioambiental brasileira, a mineradora anunciou que, com a defini��o de um novo local para reconstruir Bento Rodrigues – o subdistrito de Mariana arrasado com o rompimento da barragem –, negocia com a prefeitura da cidade hist�rica a desapropria��o da �rea do povoado para operar seus diques de conten��o de rejeitos e construir uma esp�cie de pra�a memorial do acidente.

O an�ncio da Samarco foi feito pelo seu diretor-presidente, Roberto Carvalho, em entrevista coletiva na sede da empresa. “Temos condi��es de voltar a operar sem (as barragens de rejeitos de) Germano e Fund�o. Entramos com  pedido de licenciamento para usar as cavas (aberturas das minas) de Alegria e Germano para receber os rejeitos da nossa extra��o. Vamos comprovar a seguran�a dessa opera��o e, se tudo der certo, poderemos voltar a operar com cerca de dois ter�os da nossa capacidade no �ltimo trimestre deste ano”, disse.

Em contraponto aos planos da empresa, o promotor de Justi�a Mauro Ellovitch afirma ter entrado com a��o na 2ª Vara da Fazenda P�blica para obrigar a Samarco a tomar, em cinco dias, medidas de conten��o da lama que ainda est� vazando, com a indica��o de constru��o de nova barragem antes do povoado de Bento Rodrigues. “A a��o � para compelir a Samarco a trazer novas medidas para conter o vazamento. Pedimos tamb�m uma s�rie de medidas acess�rias, para que esses danos sejam cessados. Ao mesmo tempo, requeremos que as atividades da empresa continuem paralisadas at� que essa degrada��o seja interrompida. Atualmente, a decis�o (de embargo) � administrativa, do estado de Minas Gerais. Com uma decis�o do Judici�rio, passar�amos a ter uma medida jur�dica tamb�m”, afirma o promotor.

Na �ltima quarta-feira, reportagem do Estado de Minas mostrou que �gua turva de lama continua descendo do �ltimo dos tr�s diques constru�dos pela empresa na tentativa de impedir que sedimentos sigam degradando os rios Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce. Na edi��o de ontem, o EM revelou ainda que os dois primeiros reservat�rios j� est�o saturados de detritos e, por isso, inoperantes. As informa��es foram confirmadas pelo MP e pelo Ibama, mas a Samarco ontem argumentou que n�o h� mais lama descendo dos diques e que est� ampliando o terceiro barramento para suportar o volume de �gua contaminada que ainda desce das barragens.

“Tomei conhecimento pela imprensa dessa a��o do MP (sobre a lama que ainda escoa para os rios e o pedido de embargo das atividades da mineradora); tudo vai depender agora da Justi�a nos notificar, para podermos nos sentar com o MP e conversar”, disse o diretor-presidente da mineradora. O executivo frisou: “N�o estamos descartando mais rejeito e o que ainda havia era remanescente de Santar�m. Agora,  a �gua que desce est� sem nenhum s�lido. Em alguns trechos do Rio Doce, por exemplo, conseguimos encontrar �gua com �ndices de turbidez (concentra��o de part�culas que tornam a �gua turva) abaixo dos limites do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama)”, disse.

Uma draga de grande porte opera na barragem da usina de Candonga, em Santa Cruz do Escalvado, e vai retirar cerca de 550 milh�es de metros c�bicos de lama e detritos, que ser�o depositados em espa�os dentro do pr�prio barramento. A Samarco informou tamb�m que deve decidir com a comunidade de Bento Rodrigues, at� o fim deste m�s, qual dos tr�s terrenos estudados dever� abrigar o novo povoado a ser constru�do para os habitantes atingidos. Uma visita com a comunidade a esses terrenos dever� ser agendada ainda nesta semana.


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