
O aumento de 98% na quantidade de motores em BH obrigou a prefeitura, em parceria com a sociedade, a discutir metas para melhorar a seguran�a e o tr�nsito na cidade. A possibilidade da redu��o da tarifa fora do hor�rio de pico e a cria��o de linhas que operem nos hor�rios noturnos e finais de semana fazem parte da pauta do Observat�rio da Mobilidade Urbana de BH.
At� o fim do ano, um documento com metas dever� ser divulgado pela empresa p�blica. O texto trar� propostas a serem implantadas em tr�s horizontes: curto prazo (at� 2020), m�dio (at� 2025) e longo (at� 2030). Cada horizonte levar� em conta diversos itens, como previs�o or�ament�ria e indicadores econ�micos.
“A tarifa fora do pico traz grande benef�cio, porque posso migrar passageiros que hoje embarcam no hor�rio de pico para fora dele, melhorando o conforto e atraindo novos usu�rios para o sistema do transporte coletivo”, avaliou C�lio Freitas, diretor de Planejamento da BHTrans. O hor�rio de pico oscila na capital, mas, em grande, vai das 6h �s 9h e das 17h30 �s 19h30.
Freitas n�o estimou, no caso de a proposta ser aprovada, qual ser� a redu��o. Atualmente, quatro tarifas vigoram nos coletivos gerenciados pela prefeitura: R$ 3,70 para as linhas troncais (Move) e diametrais (bairro a bairro), R$ 2,65 para as circulares e alimentadoras e R$ 0,85 para as que rodam em vilas e favelas. Nas executivas, dependendo do trajeto, os pre�os s�o de R$ 6,90 e R$ 5,55. Vale lembrar que as passagens foram reajustadas duas vezes em 2015: em outubro e em dezembro.
Custo alto A eventual redu��o nas tarifas melhorar� o chamado �ndice de acessibilidade econ�mica, indicador da BHTrans que mede o custo de 50 viagens em rela��o ao sal�rio m�nimo (R$ 880). Em 2013, ao rever o seu plano estrat�gico, a empresa p�blica estimou que o indicador em 2016 seria 16,73%. A meta n�o foi atingida: o �ndice hoje � de 21%. Atualmente, o passageiro paga R$ 185 em 50 viagens nos coletivos de R$ 3,70.
Freitas justificou que a meta n�o foi atingida, em grande parte, pela crise econ�mica, o que impediu o governo federal de fazer repasses que haviam sido acertados com a prefeitura.
“Cont�vamos com recursos do PAC da Copa do Mundo e do Pacto das Cidades. No caso de Belo Horizonte, conseguimos ‘enquadrar’ 375 milh�es. Veio a crise e o contingenciamento. Far�amos a esta��o S�o Jos�, mais 100 km de ciclovias, o BRT na Avenida Amazonas. Se fiz�ssemos isso, ter�amos melhor condi��es de atingir os objetivos estrat�gicos”.
J� a proposta de criar linhas exclusivas para o hor�rio noturno e fins de semana est� atrelada a uma futura pesquisa sobre origem e destino. A atual, apelidada de OD, leva em conta a sa�da e a chegada dos passageiros nos dias �teis e no hor�rio diurno.
“A OD foi feita em dia �til. A rede durante a semana � constru�da para trabalho, escola, m�dico... N�o sabemos qual o desejo da popula��o para o fim de semana e para a rede noturna”, disse Freitas.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) informou que s� ir� se manifestar sobre as duas propostas depois da conclus�o dos estudos.

Passageiros de �nibus de Belo Horizonte s�o favor�veis � redu��o da tarifa fora dos hor�rios de pico, como prop�e a BHTrans, mas cobram tamb�m passagens mais baratas nos demais per�odos. “Quem deve pagar menos � o trabalhador, ainda mais com essa crise econ�mica. Ningu�m est� tendo dinheiro”, defende o estudante Mateus Souza Carvalho, de 20 anos.“A BHTrans tamb�m deveria investir mais na educa��o dos motoristas. Hoje (ontem), por exemplo, um motorista da linha 1509 (Calif�rnia/Tupi) n�o esperou um cego entrar direito e arrancou. O homem quase caiu”, reclamou.
A assistente administrativa Daniela Castro, de 36, usa o coletivo para trabalhar e considera a tarifa cara. “A passagem deveria ser menor tamb�m no hor�rio de pico, pois trabalhadores e estudantes usam �nibus”, disse. J� a auxiliar de servi�os gerais K�tia Lidiane Silvestre, de 35, defende uma passagem mais barata para todos, independentemente do hor�rio. Ela sugere tamb�m mais linhas nos fins de semana. “Se houvesse novas linhas nos fins de semana e � noite seria muito bom. Costumo usar o �nibus para passear e visitar parentes no fim de semana. � muito dif�cil”, afirmou. (Pedro Ferreira)