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Estado de Minas

Povoados devastados em Mariana ganham prote��o

Perto de completar seis meses do maior desastre socioambiental do pa�s, o Conselho Municipal do Patrim�nio Cultural de Mariana (Compat) decidiu tombar Bento Rodrigues e Paracatu varridos pela lama da mineradora Samarco


postado em 30/04/2016 06:00 / atualizado em 30/04/2016 08:25

Povoado de Bento Rodrigues, varrido pelo rompimento da barragem da Samarco(foto: Leandro Couri EM/D.A Press)
Povoado de Bento Rodrigues, varrido pelo rompimento da barragem da Samarco (foto: Leandro Couri EM/D.A Press)
Prote��o total para os subdistritos de Bento Rodrigues e Paracatu, afetados pela trag�dia provocada pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana, na Regi�o Central. Perto de completar seis meses do maior desastre socioambiental do pa�s, o Conselho Municipal do Patrim�nio Cultural de Mariana (Compat) decidiu, por unanimidade, tombar as duas localidades que guardam a mem�ria das fam�lias atingidas pela lama de min�rio e parte de um patrim�nio cultural que remonta ao s�culo 18, auge da extra��o do ouro. “Trata-se de uma iniciativa muito importante, pois, a partir de agora, todas os projetos p�blicos e particulares dever�o passar pelo crivo do conselho, que tem car�ter consultivo e deliberativo. Isso inclui, por exemplo, uma eventual constru��o de barragens de rejeitos na regi�o ou empreendimentos maiores”, disse, ontem, a presidente do Compat, Ana Cristina de Souza Maia.

O tombamento contempla as �reas urbanas de Bento Rodrigues, vilarejo que se tornou inabit�vel desde 5 de novembro, dia do rompimento da Barragem do Fund�o, e de Paracatu, igualmente devastado, somando-se o entorno de 100 metros. Um dos objetivos � que as terras se transformem em Museu do Territ�rio, modalidade j� existente em outros munic�pios mineiros, como Itabira e seus Caminhos Drummondianos. A cria��o de um memorial tamb�m est� nos planos. “Ser�o feitos todos os estudos necess�rios. O pr�ximo passo ser� o levantamento georreferenciado, trabalho cartogr�fico, delimita��es e outros aspectos t�cnicos”, acrescenta Ana Cristina, que presidiu a reuni�o extraordin�ria realizada na quinta-feira.

O coordenador da Promotoria de Justi�a de Defesa do Patrim�nio Hist�rico, Cultural e Tur�stico de Minas Gerais (CPPC), Marcos Paulo de Souza Miranda, ressalta a implanta��o do Museu do Territ�rio como fundamental para manter viva a mem�ria das localidades, e vai al�m: “Os dois lugares devem ser objeto tamb�m de pesquisas sobre tecnologias avan�adas em minera��o e recupera��o de �reas atingidas”, afirma. “A pr�xima quinta-feira (quando se completam seis meses da trag�dia) ser� de lembran�as muito tristes, mas a data se torna hist�rica e memor�vel, tendo em vista esse desastre sem precedentes na hist�ria do pa�s”, diz o coordenador da CPPC.

ENTUSIASMO
A decis�o de tombar os subdistritos encheu de entusiasmo um dos ex-moradores de Bento Rodrigues, Jos� do Nascimento de Jesus, conhecido como Zezinho do Bento. Atuante na mobiliza��o em favor da comunidade atingida, ele se mostrou satisfeito. “A prote��o pelo Compat � fundamental para se preservar o que restou, bem como a mem�ria do lugar onde vivemos durante tantos anos. O mais importante � que, desde o in�cio, temos lutado para que em Bento Rodrigues n�o seja constru�da uma nova barragem”, afirmou Zezinho, que mora com a fam�lia em um im�vel alugado pela mineradora em Mariana.

Em nota, a Samarco informou que desconhece o tombamento. “No entanto, dentro do escopo do acordo assinado entre a Samarco, seus acionistas (Vale e BHP) e os governos federal, de Minas Gerais e do Esp�rito Santo, est� contemplada a cria��o de um memorial na �rea do antigo Bento Rodrigues. A a��o se encontra em fase inicial de tratativas junto � Prefeitura de Mariana e demais �rg�os p�blicos.”


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