
A prot�tica Ana Gabriela de Queiroz Ribeiro, de 40 anos, est� desesperada. Mesmo usando luvas e m�scaras para tirar o molde dent�rio dos pacientes, ela tem medo de contrair a gripe. Ontem, procurou o Centro de Sa�de Santa Rita de C�ssia, no bairro onde mora, o S�o Pedro, Regi�o Centro-Sul, e longo na entrada foi surpreendida por um cartaz avisando da falta de vacina. “Procurei saber quando eu posso voltar. Disseram que s� na sexta-feira vai ter (a imuniza��o). � muito tempo. N�o podemos correr esse risco. A irm� de uma colega de escola e a prima de uma colega de trabalho morreram de H1N1”, contou Ana Gabriela.
Segundo a prot�tica, o gerente da sua empresa onde trabalha procurou o Conselho Regional de Odontologia para se informar sobre um poss�vel atendimento priorit�rio para seus funcion�rios nos centros de sa�de, diante dos riscos que eles correm no exerc�cio da profiss�o, mas a resposta foi negativa. “Fa�o parte do Conselho Regional de Odontologia, embora prot�tica. Assim como os dentistas, temos contato com a saliva e o sangue dos pacientes na hora da moldagem. � uma �rea totalmente de risco”, alerta Ana Gabriela, lembrando que todos os funcion�rios da sa�de t�m prioridade na vacina��o contra a gripe.
“No ano passado, eu apresentei meu CRO no posto de sa�de e fui prontamente atendida. Este ano, avisaram para o meu gerente que a classe prot�tica n�o tem direito � vacina gratuitamente. Alegaram que a gente n�o faz parte da �rea m�dica”, reclama Ana Gabriela. “Estou apavorada. Sem falar que o perigo n�o � s� o H1N1. Qualquer gripe agora est� mais forte e a gente perde, no m�nimo, uma semana de trabalho quando fica doente. Sexta-feira, vou chegar cedo ao posto de sa�de e espero ser vacinada. Eles t�m que dar um jeito”, disse.
Quem recorre aos laborat�rios particulares, onde o medicamento � pago, tamb�m n�o encontra a vacina contra a gripe. De acordo com a assessoria de imprensa do Hermes Pardini, h� cerca de 10 dias os fornecedores n�o entregam os imunizadores, pois n�o d�o conta de atender a demanda.
A Secretaria Municipal de Sa�de informou que antecipou em cinco dias o in�cio da campanha de vacina��o em Belo Horizonte. A data inicial, segundo orienta��o do Minist�rio da Sa�de, era 30 de abril e BH come�ou a vacinar no dia 25. “Diferentemente de anos anteriores, na primeira semana houve grande procura pela vacina. Em sete dias, j� foram imunizados cerca de 70% do p�blico-alvo”, disse a PBH. A previs�o � de vacinar 669 mil pessoas na capital. A campanha de vacina��o contra influenza vai at� 20 de maio. “O p�blico-alvo preconizado pelo Minist�rio da Sa�de � formado por idosos a partir dos 60 anos, crian�as na faixa et�ria de 6 meses a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias), trabalhadores de sa�de, gestantes, pu�rperas (at� 45 dias ap�s o parto), portadores de doen�as cr�nicas n�o transmiss�veis e outras condi��es cl�nicas especiais, ind�genas, popula��o privada de liberdade e os funcion�rios do sistema prisional”, informou a prefeitura.
Casos de dengue
Os casos prov�veis de dengue em Minas j� chegam a 402.189, de acordo com balan�o divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Sa�de. Em quatro meses, j� s�o 206.053 a mais do que foi registrado em todo o ano passado, que fechou dezembro com 196.136. Os n�meros deste ano incluem os casos confirmados e os em apura��o, conforme norma estabelecida pelo estado, que atende a uma padroniza��o do Minist�rio da Sa�de. Comparando as tabelas m�s a m�s desde 2012 � poss�vel observar uma tend�ncia de maior concentra��o da doen�a entre os meses de mar�o e abril. No entanto, em 2016 esse aumento foi antecipado para fevereiro, que teve 141.979 casos. Este ano, 71 pessoas j� perderam a vida v�timas da dengue. A maioria das mortes foi em Belo Horizonte, Regi�o Central, e Juiz de Fora, na Zona da Mata. Na capital mineira, j� s�o 104.682 casos notificados de dengue, dos quais 44.176 confirmados e 60.506 investigados, com 16 mortes.

