
O corpo de Milton foi encontrado carbonizado �s margens da rodovia SP-215, em S�o Carlos, em 18 de maio, dentro de um carro que tamb�m foi incendiado. Ao ser detida, a adolescente afirmou que matou o padrasto com tr�s facadas no abd�men. O homem foi dopado antes do crime. A m�e da garota negou participa��o no crime e apenas afirmou que ajudou a filha a esconder o corpo.
Por�m, as conversas a que a Pol�cia Civil teve acesso indicam a participa��o ativa da advogada em arquitetar o assassinato. Segundo as investiga��es, elas estavam irritadas com Milton por quest�es financeiras. O professor estava construindo uma casa em Uberaba e por isso investia dinheiro na nova resid�ncia, para onde planejava se mudar com a fam�lia. Segundo os investigadores, Milene n�o concordava com essa situa��o e tinha assumido uma d�vida com dinheiro do marido, o que a teria levado a planejar o assassinato do marido.
Em um dos di�logos, Milene pressiona a filha a afiar as facas que poderiam ser usadas no crime. “Leve a faca para afiar. Leve umas 3”, diz a advogada. “Ainda n�o”, responde a filha. “Aff. Mas vai fechar. Te pedi, n�.”, disse. Supostamente, a conversa ocorreu antes de uma primeira tentativa de matar o professor. O crime n�o teria sido cometido naquele momento por falta de coragem da menor.
As conversas tamb�m mostraram a frieza das duas mulheres para cometer o assassinato. A adolescente chegou a dizer que iria se arrumar para as homenagens p�stumas do padrasto. Ela chegou a marcar sal�o para arrumar as unhas e a m�e aprovou: “J� que a gente vai ter enterro...”.
Milene se mostrou preocupada em n�o ser envolvida no crime. Ela chegou a pedir para a filha n�o delat�-la. “Se acontecer de a pol�cia chegar at� voc�, n�o tenha medo”, diz a advogada. “A pol�cia, eu n�o”, respondeu a adolescente. “Mas n�o p�e eu (sic) no meio. Eu pegaria mais de 30 anos de cadeia”, disse. “Mas vai dar tudo certo! Deus tem um lugarzinho bom pra ele!”, disse a mulher em outro di�logo.
Em outra conversa entre m�e e filha, as duas sugerem que poderiam receber algum benef�cio com a morte do professor. “Tem que dar entrada no INSS logo”, afirma a advogada. “Calma”, respondeu a adolescente. “Para n�o passar necessidade. Porque vamos ficar sem dinheiro”, completou Milene.

O crime
Segundo a Pol�cia Civil, ficou claro no inqu�rito que a m�e instigava a filha a cometer o assassinato, sob o argumento de que era advogada e certamente tiraria a garota da cadeia facilmente por ela ser menor de idade. Milton tinha problemas de sa�de e ingeria, sem perceber, medicamentos que poderiam complicar sua situa��o. A expectativa das duas era que ele acabaria morrendo com essas subst�ncias, o que n�o aconteceu. As duas chegaram a ensaiar pelo menos uma vez a morte com facadas, mas a adolescente desistiu. O plano era aproveitar uma carona com o padrasto, a Ribeir�o Preto, para consumar o ato na estrada, mas ao perceber que estava sendo bem tratada por ele, desistiu.
No dia 18, a m�e come�ou os planos dopando o filho de cinco anos, para que ele dormisse. Logo depois, L. acertou o professor com tr�s golpes na barriga e o viu agonizar at� a morte. Segundo a Pol�cia Civil, a garota afirma ter sentido prazer no momento em que golpeava o padrasto, chegando at� a dar risadas da situa��o. As duas, ent�o, levaram o corpo at� uma estrada pr�xima de S�o Carlos e chegaram a cavar uma cova para colocar Milton. Por�m, ficaram com medo de que o carro pudesse deixar alguma pista, j� que o ve�culo ficou cheio de sangue, e incendiaram tudo.
Pris�es
Milene est� cumprindo pris�o tempor�ria de 30 dias, mas, ao fim das investiga��es, o delegado Gilberto de Aquino dever� representar por sua pris�o preventiva. Ela pode pegar at� 30 anos de cadeia pelo crime. A adolescente est� apreendida preventivamente por 45 dias, per�odo em que deve sair sua senten�a. Nesta sexta-feira, ela foi transferida para a Funda��o Casa.
(RB)