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Estado de Minas

Estudante que denuncia estupro coletivo em Bom Despacho desabafa na internet

"Saio daquele quarto extremamente humilhada". Estudante de 19 anos acusou tr�s funcion�rios p�blicos estaduais de abusar dela no alojamento, durante encontro de administra��o p�blica, enquanto estava desacordada


postado em 10/06/2016 06:00 / atualizado em 10/06/2016 20:58

O depoimento da estudante foi divulgado pelas redes sociais(foto: Reprodução/Facebook)
O depoimento da estudante foi divulgado pelas redes sociais (foto: Reprodu��o/Facebook)
Uma estudante belo-horizontina do curso de administra��o p�blica da Funda��o Jo�o Pinheiro (FJP), de 19 anos, denunciou ter sido v�tima de um estupro coletivo num congresso da �rea em Bom Despacho, no Centro-Oeste mineiro, sendo que os tr�s suspeitos s�o funcion�rios p�blicos estaduais, um deles palestrante do evento. A pol�cia informou j� ter identificado os suspeitos e a reportagem apurou que a pris�o deles deve ser pedida nos pr�ximos dias, j� que testemunhas fundamentaram a den�ncia o suficiente, na avalia��o da pol�cia. Descrita como uma aluna muito ligada ao movimento estudantil, a jovem estava entre os 400 participantes do segundo Encontro Mineiro de Estudantes do Campo de P�blica (II Em P�blico) e afirma ter sido molestada quando estava desacordada, na �ltima sexta-feira, mas apenas na quarta-feira reuniu coragem para ir acompanhada do pai � Pol�cia Civil, na capital mineira, para denunciar o ocorrido. O motivo alegado para a demora � ter a fam�lia da v�tima um caso de estupro ainda traum�tico.


O crime se deu nos alojamentos do Sesc Bom Despacho, onde o congresso ocorreu, entre os dias 2 e 5 deste m�s. Segundo a pol�cia, os tr�s suspeitos s�o ex-estudantes da FJP, com idades entre 24 e 25 anos, que moram e trabalham na capital mineira. Segundo a FJP, os suspeitos s�o “especialistas em Pol�ticas P�blicas e Gest�o Governamental lotados em secretarias do Governo do Estado”. A den�ncia de estupro coletivo revoltou a comunidade acad�mica e os estudantes, que usaram as redes sociais para manifestar rep�dio � viol�ncia. Casos como esse, de estupro coletivo, passaram a figurar entre as bandeiras mais fortes contra o abuso a mulheres depois que um v�deo que correu as redes sociais mostrou uma adolescente estuprada por 33 homens, no Rio de Janeiro, no m�s passado.

Pelas redes sociais, a jovem que sofreu a agress�o sexual se manifestou. “Nesse �ltimo EM P�blico sofri um abuso. Estava em uma situa��o vulner�vel, inconsciente. Fui surpreendida por essa situa��o terr�vel, em que estava diante de um homem que acreditou que poderia fazer sexo com uma pessoa na situa��o em que eu estava. Minha primeira rea��o: choque. Minha segunda rea��o: preciso sair daqui. Tento fugir, ele foi atr�s. � quando re�no minhas for�as e consigo dizer n�o, para ele parar – sabia que eu n�o merecia passar por aquilo e que eu n�o precisaria passar. Ele me larga. Saio daquele quarto extremamente humilhada”.

De acordo com a delegada-chefe da Divis�o de Pol�cia Especializada da Mulher, do Idoso e do Deficiente, Dan�bia Soares Quadros, a estudante da FJP chegou � delegacia muito abalada, nervosa e chorando muito. “Ela disse que ficou com um dos rapazes, de 24 anos, no primeiro dia, durante uma festa de confraterniza��o. Contou que bebeu muito e acabou indo para o quarto dele, onde perdeu os sentidos”, relata. Segundo o depoimento � pol�cia, a jovem relatou ter acordado numa cama de casal com um dos rapazes nus a puxando em sua dire��o e que viu do outro lado da cama um outro, de cueca. O homem com quem estava tendo um relacionamento se encontrava dormindo num beliche. “A v�tima disse que se assustou e tentou correr para o banheiro, mas que eles tentaram agarr�-la e beij�-la. Ela chegou a dizer: ‘O que voc�s pensam que eu sou’. Ent�o o rapaz com que tinha ficado jogou para ela uma das camisas dos suspeitos e ela escapou”, relata a delegada.

Um casal chegou a ver a jovem fugindo do quarto tr�pega e os tr�s suspeitos dentro do c�modo, de cuecas. Segundo a delegada, eles foram localizados, mas ainda n�o foram ouvidos. A v�tima chegou a fazer uso do coquetel antirretroviral para prevenir de doen�as infecciosas como a Aids, mas a medida n�o teria mais efic�cia devido ao tempo decorrido. Um exame de corpo de delito tamb�m foi feito, mas ainda n�o apresentou resultados. “O testemunho do casal � uma das provas mais forte. Se forem confirmadas as acusa��es, eles podem ser condenados por estupro de incapaz, por ter a v�tima estado desacordada, com agravante do recurso de mais pessoas, o que pode levar a pris�o de 8 a 15 anos”, afirma a policial.

Funda��o divulga nota de rep�dio


A Funda��o Jo�o Pinheiro se manifestou, por meio de nota do seu presidente, Roberto do Nascimento Rodrigues, sobre as den�ncias de estupro coletivo em evento com a participa��o de alunos e ex-estudantes. “O presidente da Funda��o Jo�o Pinheiro repudia quaisquer atos de viol�ncia, opress�o, constrangimento ou equivalentes, praticados contra membros da institui��o, em particular aqueles relacionados aos alunos da Escola de Governo Paulo Neves de Carvalho”, informou. A nota destaca ainda que “j� foram iniciados os procedimentos para apoio � v�tima”.

O presidente da Federa��o Nacional dos Estudantes dos Cursos do Campo de P�blicas (Feneap), Andr� Vechi, esteve no evento e tamb�m manifestou rep�dio � a��o, especialmente por um dos suspeitos ser um palestrante que deveria transmitir conhecimento e n�o molestar congressistas. “Lamentamos profundamente, n�o � o tipo de fato para um evento estudantil. Nos solidarizamos com a v�tima”, disse.


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