
O prefeito de Mariana, Duarte Eust�quio Gon�alves J�nior (PPS), enviou of�cio � dire��o da mineradora Samarco, no fim da tarde desta sexta-feira, questionando o descumprimento de parte do acordo assinado em mar�o com o Comit� Interfederativo (CIF), em Bras�lia, que obriga a empresa contratar m�o de obra local para exexu��o dos servi�os de manuten��o e reconstru��o de �reas atingidas.
A cidade mineira, que fica na Regi�o Central do estado, teve o subdistrito de Bento Rodrigues devastado e o de Paracatu de Baixo parcialmente atingido por ocasi�o do estouro da barragem de rejeitos de min�rio do Fund�o, pertencente � mineradora, em 5 de novembro �ltimo. Morreram 19 pessoas no desastre ambiental e centenas ficaram desabrigadas.
De acordo com Duarte J�nior, o descumprimento do acordo � vis�vel na recupera��o da rede de esgoto e cal�amento do distrito de Cl�udio Manoel. “Ve�culos pesados da Samarco passaram pelo munic�pio para chegar facilmente � comunidade de Gesteira, que pertence ao munic�pio de Barra Longa. Foram muitos os danos causados �s ruas do nosso distrito e, agora que a mineradora decidiu reparar os problemas, contratou uma empreiteira de Contagem, que subcontratou uma empresa de Sete Lagoas, descumprindo assim o previsto na cl�usula 134 do acordo assinado em Bras�lia”, disse o prefeito.
O Comit� Interfederativo (CIF), formado por representantes da Uni�o, dos estados de Minas, do Esp�rito Santo e dos munic�pios afetados, foi criado em mar�o para monitorar e fiscalizar as a��es de repara��o dos impactos socioambientais causados pelo rompimento da Barragem do Fund�o. Um acordo no valor de R$ 20 bilh�es foi fechado com a Samarco, que � controlada pela Vale e pela australiana BHP Billiton, para investimento gradativo na recupera��o dos danos ambientais.
De acordo com Duarte J�nior, h� cinco meses ele vinha reivindicando da mineradora a repara��o dos danos em Cl�udio Manoel. “Na manh� da quinta-feira �amos iniciar a manuten��o dos danos pela prefeitura, mas formos surpreendidos com a chegada do pessoal da subempreiteira � tarde. Em outras situa��es de obras que vem sendo realizada por empresas de fora de Mariana, contratadas pela Samarco, n�o contestamos por empregar oper�rios do munic�pio. Mas agora n�o � o caso e estamos nos sentindo desrespeitados”, protestou.
O prefeito disse que vai enviar c�pia do of�cio ao Minist�rio P�blico e ao Comit� Interfederativo pedindo provid�ncias, j� que em encontro com representante da Samarco e da BHP Billiton em Bras�lia, neste m�s, n�o obteve respostas para suas reivindica��es.
Duarte J�nior garante que na cidade h� empresas e trabalhadores especializados para executar as obras necess�rias de repara��o dos danos ambientais. “Atualmente, empreiteiras que prestavam servi�o para a prefeitura, Samarco e Vale est�o paradas, desde o desastre que reduziu a arreda��o do munic�pio e interrompeu as atividades da mineradora. Cerca de 30% da popula��o est� desempregada e s�o oper�rios qualificados”, afirmou o prefeito.
Samarco diz que 90% s�o oper�rios locais
Por meio de nota, a Samarco afirmou que "mais de 90% dos trabalhadores contratados em Minas Gerais para as obras de repara��o dos danos causados pelo acidente com a Barragem do Fund�o s�o de origem local".
"No caso espec�fico de Claudio Manoel, todos os contratados s�o moradores da regi�o, do pr�prio distrito, de Mariana, Barra Longa e Ouro Preto, com exce��o dos trabalhadores especializados, cuja m�o de obra local foi insuficiente para as necessidades espec�ficas da obra", informou, em nota.
(RG)