A retirada de 10 milh�es de metros c�bicos de rejeitos de min�rio da Hidrel�trica Risoleta Neves, mais conhecida como Candonga, administrada pelo Cons�rcio Alian�a, na Zona da Mata mineira, deve come�ar na pr�xima semana. O material ficou acumulado com o rompimento da Barragem do Fund�o, da Samarco, em novembro, em Mariana, Regi�o Central de Minas, trag�dia que matou 19 pessoas, destruiu comunidades e provocou o maior desastre ambiental da hist�ria, ao longo de todo o Rio Doce, em Minas e no Esp�rito Santo.
De acordo com o promotor de Justi�a Carlos Eduardo Ferreira Pinto, as comportas da Usina de Candonga come�aram a ser fechadas �s 14h de segunda-feira. S�o cinco dias para que elas sejam reabertas. Depois, a draga continua trabalhando ininterruptamente e n�o h� previs�o de t�rmino. A limpeza da Candonga faz parte de um Termo de Ajustamento de Conduta assinado em 15 de junho pela Mineradora Samarco, dona da barragem que se rompeu, o Minist�rio P�blico de Minas Gerais, a Advocacia-Geral do Estado (AGE) e o Cons�rcio Candonga.
Consultada pelo Estado de Minas, a Samarco n�o estabeleceu uma data exata para o in�cio da dragagem. Por meio de nota, a assessoria de imprensa da mineradora explicou que "a dragagem do reservat�rio da UHE Risoleta Neves (Candonga) deve ser iniciada nas pr�ximas semanas" e que, no momento, a empresa "acompanha o processo de fechamento das comportas para que a l�mina d’�gua possa se formar e, assim, permitir a movimenta��o da draga at� a posi��o correta para dar in�cio � dragagem."
Segundo o promotor, "quando a Samarco diz que a barragem est� segura, ela se refere �s estruturas para o momento atual, sem chuva. H� um reconhecimento por parte da Samarco de que n�o h� estrutura suficiente para se enfrentar o pr�ximo per�odo chuvoso. Nesse contexto, h� necessidade de novas interven��es e a retirada desse material de Candonga entra nesse contexto. Se n�o for feito isso, h� um risco grande de rompimento da barragem de Candonga”, afirmou o representante do Minist�rio P�blico.
A Samarco tem projeto de constru��o do dique S4, onde era a comunidade de Bento Rodrigues, destru�da pela lama, mas n�o � a melhor alternativa, segundo o promotor. “N�o estamos convencidos de que a S4 seja a melhor alternativa. Colocamos para a Samarco a necessidade de explorar alternativas pela import�ncia da regi�o de Bento Rodrigues”, disse Carlos Eduardo. O dique S4 poderia soterrar as ru�nas do distrito e h� projeto da Promotoria do Patrim�nio Cultural de preserva��o do local.
A empresa afirma, entretanto, que "aguarda uma autoriza��o das autoridades competentes para dar in�cio a constru��o do dique S4, pois as demais alternativas definitivas demandam um prazo de execu��o maior que o dispon�vel at� o pr�ximo per�odo chuvoso". Em nota, a assessoria de imprensa da Samarco enfatiza ainda que "os diques – aliados � constru��o do Eixo 1 e de Nova Santar�m – s�o as estruturas necess�rias para a conten��o definitiva do rejeito ainda existente na �rea de Fund�o, bem como para reduzir ainda mais os n�veis de turbidez da �gua."
AUDI�NCIA Uma audi�ncia p�blica nesta quarta-feira vai discutir a situa��o dos empreendimentos miner�rios em Minas e a busca por uma legisla��o mais rigorosa. O debate faz parte da campanha “Mar de Lama Nunca Mais”, que j� re�ne mais de 30 mil assinaturas de eleitores mineiros para a peti��o em apoio ao projeto de lei de iniciativa popular que visa � efetiva seguran�a das barragens destinadas � disposi��o final ou tempor�ria de rejeitos de minera��o. A audi�ncia ser� a partir das 9h, no Audit�rio Vermelho da Procuradoria-Geral de Justi�a, na Avenida �lvares Cabral, 1.690, 1º andar, no Bairro Santo Agostinho, Regi�o Oeste de Belo Horizonte.
RB