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Estado de Minas

MPL distribui kit com alfinete e apito para evitar ass�dio no transporte p�blico de BH

Segundo o movimento, objetivo � impedir os casos e criar uma rede de prote��o entre as mulheres. PM desestimula uso do alfinete


postado em 02/09/2016 13:03 / atualizado em 02/09/2016 13:28

Kit distribuído pelo Movimento Passe Livre tem panfleto com orientações(foto: Reprodução internet/Facebook/movimentopasselivrebh)
Kit distribu�do pelo Movimento Passe Livre tem panfleto com orienta��es (foto: Reprodu��o internet/Facebook/movimentopasselivrebh)
O ass�dio no transporte � um problema que atinge v�rias passageiras diariamente em todo o pa�s e j� foi motivo de protestos de coletivos e entidades de defesa mulher, al�m de projetos de lei, como o do “vag�o rosa”, adotado no Rio de Janeiro e tema de uma proposi��o que tramita na C�mara Municipal de Belo Horizonte. Muitas vezes os casos n�o s�o denunciados. Nesta semana, outra iniciativa chamou a aten��o. Integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) BH distribu�ram um kit com um alfinete e um apito para que as usu�rias do metr� da capital afastem os “encoxadores”.

A campanha “N�o Toca na Minha Miga” foi lan�ada no in�cio da noite de segunda-feira com a distribui��o de 100 kits na entrada da Esta��o Central do metr�, no Centro de BH. Segundo C�ntia Melo, do Movimento Passe Livre BH, a ideia surgiu das mulheres do grupo durante as reuni�es para discutir o transporte na capital, onde a quest�o do ass�dio sexual surgia com frequ�ncia.

O kit vem com um informativo, um adesivo da campanha, al�m do apito e do alfinete de seguran�a (o tipo usado para prender fraldas). Segundo o grupo, o objeto serve para assustar e afastar o assediador de imediato. J� o apito seria usado para a v�tima alertar os passageiros sobre o que est� acontecendo. A ideia � que ele seja usado tamb�m por outras pessoas que presenciem o ato, criando uma rede de prote��o.

“A recep��o foi muito boa. As mulheres de forma geral relataram casos. N�o teve quem n�o se mostrou aberta, falou de situa��es desconfort�veis, de gente que deixa de esperar um trem que est� cheio para pegar um mais vazio”, explica C�ntia Melo.

O uso do alfinete � pol�mico e foi desestimulado pela Pol�cia Militar (PM), que orienta as v�timas a procurar as autoridades. C�ntia afirma que o objetivo do kit n�o � incitar a viol�ncia. “A gente n�o desestimula que as pessoas denunciem. O panfleto at� fala para procurar o agente de seguran�a. Voc� procura depois que j� aconteceu, mas muitas vezes h� despreparo dos agentes de seguran�a e da pol�cia para lidar com quest�es de g�nero. N�o t�m n�mero e qualidade para atender”, comenta. A inten��o � que o alfinete seja usado em �ltimo caso. “A ideia do alfinete � impedir (que o abuso continue), n�o causar uma les�o significativa. � s� para ganhar espa�o e dar um susto mesmo. A gente faz quest�o de orientar para a mulher analisar o contexto, olhar para quem est� em volta, se tem como sair, ver se n�o est� sendo seguida, e n�o excluir essas possibilidades”, diz.

(foto: Reprodução internet/Facebook/movimentopasselivrebh)
(foto: Reprodu��o internet/Facebook/movimentopasselivrebh)
O Movimento Passe Livre deve distribuir mais kits em outros locais nos pr�ximos dias. O assunto est� na pauta de uma reuni�o marcada para a noite de domingo.

Questionada sobre as medidas que poderiam evitar os casos de ass�dio no transporte coletivo, C�ntia acredita que a solu��o viria de mudan�as no sistema, como o aumento da quantidade de ve�culos para evitar a lota��o, mais ilumina��o nos pontos, aumento da seguran�a e prepara��o dos agentes de bordo para acolher os casos de viol�ncia.

RESPOSTA Por meio de nota, a Pol�cia Militar informou que as v�timas de ass�dio devem tentar localizar o autor ou guardar suas caracter�sticas, acionando a PM pelo telefone 190. “Quanto � quest�o do 'kit metr�', em caso de ass�dio, a v�tima n�o dever� agredir o autor com alfinete, uma vez que esta atitude poder� agravar o caso”, diz a PM, por meio de nota. A corpora��o ressalta que n�o h� impedimento para o uso do apito, mas ressalta que “o mais aconselh�vel � acionar a Seguran�a do Metr� e a Pol�cia Militar para ado��o das medidas cab�veis”.

Sobre a situa��o nos �nibus, a BHTrans “orienta os passageiros � que qualquer ato de desrespeito, ass�dio sexual, ou delito nos coletivos deve ser denunciado ao motorista, que pode parar o �nibus e solicitar interven��o policial”. Ainda segundo a BHTrans, a empresa faz campanhas educativas por meio do Jornal do �nibus, com sugest�es enviadas pelos passageiros pelo e-mail [email protected], “mas que momento n�o foi recebida nenhuma sugest�o de passageiros  nesse sentido (ass�dio sexual)”, explicou, tamb�m por meio de nota.

A assessoria de imprensa da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), respons�vel pelo metr� de BH, informou que a empresa n�o foi procurada pelo Movimento Passe Livre para falar sobre a campanha, e que n�o vai comentar a iniciativa.

Ainda de acordo com a CBTU, os usu�rios contam com o servi�o SMS Den�ncia - (31) 99999-1108, tamb�m dispon�vel no WhatsApp -, para evitar crimes na �rea do sistema. “O Centro de Monitoramento da Seguran�a (CMS) recebe a mensagem e realiza o atendimento imediato, acompanhando por meio das c�meras de circuito interno e acionando os agentes de seguran�a mais pr�ximos do local”, diz a CBTU. Ainda segundo a empresa, os casos de “importuna��o ofensiva ao pudor” est�o entre os registros mais comuns dentro dos trens, al�m dos que envolvem pedintes, camel�s, furtos e situa��es envolvendo torcidas organizada.

N�MEROS Um levantamento da Pol�cia Civil mostra que de janeiro a julho, foram registrados 30 casos de viol�ncia sexual no transporte coletivo de Minas Gerais, sendo dois em trens e 29 em �nibus e micro�nibus. Em todo ano passado foram 46.

Segundo a pol�cia, o levantamento se baseia nos REDs e abrange os casos de ass�dio sexual, estupro, estupro de vulner�vel, importuna��o ofensiva ao pudor e outras infra��es contra dignidade sexual. Na soma s�o consideradas as ocorr�ncia consumadas e tentativas.

J� em Belo Horizonte, de janeiro de 2015 a julho de 2016 foram 23 casos. Em 2016, at� julho, a Pol�cia Civil registrou oito ocorr�ncias de viol�ncia sexual, sete delas em �nibus.


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