
M�dicos veterin�rios e ativista em defesas dos animais protestaram no come�o desta noite contra a nota divulgada pelo Conselho Regional de Medicina Veterin�ria de Minas Gerais (CRMV-MG) em que manifestam favor�veis � vaquejada. Com faixas e cartazes, o grupo alertava as pessoas sobre a posi��o contr�ria dos profissionais da �rea em rela��o ao apoio do CRMV-MG ao que chamaram de “maus-tratos” dos animais. O ato foi em frente � sede do conselho, na Rua Platina, no Prado, Oeste da capital.
Um abaixo-assinado com cerca de 500 assinaturas de m�dicos veterin�rios foi protocolado no CRMV. A nota, assinada pelo presidente do conselho, Nivaldo da Silva, � de 27 de outubro, e foi publicada no site da entidade 21 dias depois que o Supremo Tribunal Federal (STF), concluiu o julgamento da A��o Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4983, considerando a vaquejada inconstitucional.
“O Conselho Regional de Medicina Veterin�ria do Estado de Minas Gerais (CRMV-MG), sente-se no dever institucional de manifestar-se sobre as vaquejadas e eventos semelhantes”, diz a nota do dirigente, que foi alvo de protesto. “O CRMV-MG posiciona-se favor�vel aos esportes equestres regulamentados e fiscalizados; praticados dentro das normas estabelecidas no Manual de Boas Pr�ticas para o Bem-Estar Animal em Competi��es Equestres publicado pelo Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento; bem como as regras estabelecidas pelas Associa��es de Criadores de Equinos”, posiciona-se o comunicado.
Ainda, na publica��o, o presidente do conselho diz solid�rio aos “mais 600 (seiscentos) mil trabalhadores do pa�s envolvidos nos eventos em refer�ncia”. E convoca as autoridades federais competentes para a urgente regulamenta��o da mat�ria.
Presidente do conselho quer preservar cultura popular
“O CRMV-MG entende que � muito importante preservar as manifesta��es da cultura popular e � obriga��o do poder p�blico federal regulamentar as vaquejadas e outros eventos semelhantes por interm�dio de norma que indique as medidas de prote��o � sa�de e � integridade f�sica do p�blico, dos t�cnicos, dos vaqueiros e dos animais”, finaliza. No conselho ningu�m foi encontrado para falar do protesto.
Para o m�dico veterin�rio Gilson Dias, o posicionamento da nota do conselho n�o representa o pensamento da categoria, e � apenas “uma manifesta��o isolada do dirigente” da entidade. “A pr�tica da vaquejada � contr�ria os princ�pios de nossa forma��o, que busca aliviar o sofrimento dos animais. Somos contr�rios a qualquer pr�tica que subjuga um animal e lhe imponha maus-tratos”, aponta Dias.
Veterin�rios sugerem tortura de animais em vaquejadas
"N�s formamos em medicina veterin�ria pra salvar os animais e n�o tortur�-los. Como o Conselho Regional de Medicina Veterin�ria emite esta nota apoiando vaquejadas sem consultar os associados?", ressaltou Marcela Ortiz, m�dica veterin�ria associada, que segurava um dos cartazes no protesto.
Para Adriana Ara�jo, coordenadora do Movimento Mineiro dos Direitos dos Animais (MMDA), a decis�o do STF s� veio a reafirmar o que est� previsto no artigo 225 da Constitui��o Federal e o que diz a Lei 9605/98, que trata como crime maus-tratos de animais. Segundo Adriana, o ato desta segunda-feiraa � apenas uma pr�via da grande mobiliza��o marcada para 27 de novembro em todo o pa�s, denominada de “Crueldade nunca mais”, em apoio a decis�o do STF.