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Estado de Minas

Homem confessa assassinato de dois homossexuais em Uberl�ndia

Os crimes aconteceram em menos de um m�s. Preso afirmou que cometeu os crimes por desentendimento em programas sexuais. Pol�cia investiga homofobia


postado em 18/11/2016 16:02 / atualizado em 18/11/2016 18:43

A morte de tr�s homossexuais em Uberl�ndia, na Regi�o do Tri�ngulo Mineiro, em menos de um m�s preocupa moradores da cidade. Todos as v�timas usavam aplicativos na Internet para conhecer pessoas e podem ter sido atacadas pelo novo colega. Um homem preso suspeito dos crimes confessou ter sido autor de dois dos tr�s assassinatos, que teria sido motivado, segundo o jovem, por desentendimento durante programas sexuais. A Pol�cia Civil tamb�m n�o descarta que o crime tenha motiva��o homof�bica.

Os crimes tiveram in�cio em 24 de outubro, quando o jovem Guilherme Duarte Pagotto desapareceu. Familiares contaram � pol�cia que ele saiu de casa por volta das 2h30 depois de marcar um encontrou por meio de um aplicativo de relacionamento. Como n�o foi trabalhar e nem a uma consulta ao dentista, que estava marcada para o mesmo dia, a fam�lia procurou ajuda. O corpo do jovem foi encontrado dois dias depois em uma mata na MGC-455, com marcas de estrangulamento.

A outra morte aconteceu em 31 de outubro. O cabeleireiro Maximiliano de Oliveira, 47 anos, foi encontrado morto dentro de um sal�o de belezas com um fio enrolado no pesco�o. No local, segundo a Pol�cia Civil, n�o foram encontrados sinais de briga e nem de luta. A hip�tese inicial das investiga��es, de acordo com a corpora��o, � de suic�dio. Por�m, as investiga��es continuam.

 

A irm� de Maxmiliamo, Ana Paula de Oliveira, 40, sustenta que ele foi assassinado. Ela e a m�e, ao esvaziarem o sal�o no dia seguinte ao crime, acharam um martelo sujo de sangue, enrolado em uma toalha de banho. "Quando o corpo dele foi encontrado, o fio da extens�o estava enrolado no pesco�o dele e havia muito sangue no ch�o", explicou a irm�.

 

Ela contou ainda que muitas conversas que estavam no aplicativo de relacionamento no celular do irm�o foram apagadas. Por�m, uma n�o foi. Nela, um rapaz perguntou � Maxmiliano se ele iria encontrar com um homem, sem dizer nomes, na noite anterior a sua morte. O cabeleireiro respondeu apenas "ok". "Max disse a nossa m�e no dia anterior ao crime que iria a um encontro. Ele era muito discreto e n�o falava muito sobre o assunto. Por isso acreditamos que ele foi assassinado. Sempre pedi para ele tomar cuidado com esses aplicativos", comentou Ana Paula. 


O �ltimo assassinato aconteceu na �ltima semana e tem aspectos semelhantes com o modo com que Pagotto foi morto. O dentista Helton Ivo Botelho Cunha, de 36, desapareceu em 10 de novembro depois de sair de casa de carro. O corpo foi encontrado embaixo da ponte do Rio Tejuco, na MGC-455, tr�s dias depois. O ve�culo dele estava em um bairro da cidade com as portas abertas e sujo de barro por dentro.

Depois de receber uma den�ncia an�nima, a Pol�cia Militar conseguiu chegar a tr�s homens suspeitos de participa��o do assassinato do dentista. Thiago de Matos Ferreira, de 28 anos, confessou, na segunda-feira, que tinha assassinado Helton por desentendimento no pagamento de um programa sexual. Outros dois homens foram detidos no mesmo dia por ajudar a esconder o corpo.

De acordo com a Pol�cia Civil, a liga��o entre a morte de Helton e de Guilherme foi confirmada. Nessa quinta-feira, durante depoimento, Thiago acabou confessando tamb�m o assassinato de Pagotto. Segundo as investiga��es, o homem afirmou os mesmos motivos para as duas mortes: o desentendimento em rela��o ao pagamento de programas sexuais. Por meio da assessoria de imprensa, o delegado V�tor Dantas afirmou que n�o descarta a motiva��o homof�bica nos crimes.

Em rela��o ao caso de Maximiliano, o delegado informou que n�o h� ind�cios de homic�dio. Por causa disso, as investiga��es acontecem em separado.

 

Medo

"Nunca tinha visto nada parecido em t�o pouco tempo. A comunidade LGBT da regi�o est� apavorada. Recebo diariamente mensagens nas redes sociais de pessoas preocupadas com a situa��o" contou Marcos Andr� Martins, 48, coordenador do N�cleo de Diversidade Sexual da Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura Municipal de Uberl�ndia.

Segundo Marcos, o n�cleo acionou o grupo Shama, Assossia��o Homossexual de Ajuda M�tua, e a Comiss�o de Direitos Humanos da OAB de Uberl�ndia, para montar uma comiss�o para acompanhar as investiga��es. "Independente da motiva��o, para mim os crimes s�o homof�bicos. As mortes tiveram requintes de crueldade" opinou o coordenador.

Nas redes sociais, a comiss�o montada est� realizando campanhas de orienta��o para os cuidados na hora de marcar encontros offline. "N�o � s� a comunidade LGBT que usa o aplicativo, mas a sociedade de modo geral usa. Portanto, na hora de marcar encontros escolha locais p�blicos, avise pessoas pr�ximais onde e com quem est� saindo e evite sair com pessoas que n�o tem amigos em comum" alertou Marcos.


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