Secret�rio diz que superlota��o dos pres�dios � 'hipertens�o do sistema'

Em meio aos massacres em pres�dios ocorridos nos �ltimos dias no Norte do pa�s, o governo de Minas avaliou ontem como “tranquila” a situa��o do sistema prisional do estado. O an�ncio foi feito pelo secret�rio de estado de Administra��o Prisional, Francisco Kupidlowski, depois de uma reuni�o de duas horas com outros chefes de seguran�a e com o governador Fernando Pimentel (PT), no Pal�cio da Liberdade. Em exatos seis minutos de entrevista � imprensa, o secret�rio descartou que as penitenci�rias do estado enfrentem situa��o semelhante � dos pres�dios de Manaus e Roraima, apesar de “todo fim de semana ter um probleminha, uma tentativa de fuga, �s vezes de motim”.

Anunciou que vai dobrar o atual n�mero de 300 parceiros da iniciativa privada como forma de ampliar a oferta de escolas e de trabalho e emprego para os presos do sistema em atividades como artesanato, produ��o de blocos e costura de uniformes para dar condi��es efetivas de ressocializa��o dos internos. Atualmente, 20% deles estudam ou trabalham.

Em seu pronunciamento, o secret�rio resumiu a presen�a de membros de fac��es de S�o Paulo e do Rio de Janeiro nos pres�dios mineiros a cerca de “uma meia d�zia” de pessoas. “N�o temos nenhuma fac��o da Fam�lia do Norte. fac��es do PCC e do Comando Vermelho existem em todo sistema carcer�rio nacional. Os nossos est�o devidamente detectados, separados, e as provid�ncias j� foram tomadas em rela��o a essas pessoas, que s�o poucas.”

Comentou o problema da superlota��o, o qual chamou de “problema cr�nico” e comparou “� diabetes ou hipertens�o do sistema”. Minas tem atualmente 85,5% de presos a mais do que o n�mero de vagas nas penitenci�rias. “Infelizmente n�o tem cura imediata. Amanh� pode ter uma cura, hoje tem rem�dio, tem tratamento”, disse o secret�rio. Dados da Seap mostram que s�o 60.776 detentos vivendo em 32.758 vagas em pres�dios mineiros e mais 8.486 em cadeias p�blicas da Pol�cia Civil, que ainda n�o foram assumidas pela Secretaria.

Levantamento feito pelo Estado de Minas mostra que foram pelo menos 11 rebeli�es e fugas no ano passado, que resultaram em seis mortes, e mais um motim no primeiro dia de 2017, no pres�dio de Nova Lima, na Grande BH. Referindo-se � superlota��o, Kupidlowski n�o explicou quais medidas o governo vai adotar para reduzir o impacto do deficit de vagas. O governo j� havia anunciado a constru��o de quatro unidades em 2017, com abertura de mais 1.120 vagas.