
"A nossa Justi�a � muito falha, ainda n�o reconhecem transfobia como crime. Bateram muito nela e, por fim, foi sufocada at� a morte dentro do pr�prio apartamento. Pra mim foi um crime de �dio. At� quando seremos as culpadas das nossas mortes? At� quando v�o continuar matando trans e travestis?", indaga Anyky. A Pol�cia Civil informou que j� est� investigando o caso e que, at� a publica��o desta mat�ria, n�o tinham suspeita da autoria e motiva��o. A delegada Adriana Rosa, do Departamento de Homic�dios, � respons�vel pelas investiga��es. No �ltimo dia 12, Mirella registrou uma ocorr�ncia de agress�o f�sica contra seu ex-namorado. No documento, ela revela que levou chutes, socos e uma garfada no ombro.
No boletim de ocorr�ncia (BO) da Pol�cia Militar, consta que Mirella de Carlo, de 39 anos, garota de programa e defensora dos direitos de transg�neros, foi sufocada com uma toalha de banho dentro de seu quarto, no apartamento onde morava, no Bairro Carlos Prates, Regi�o Noroeste. Al�m do esganamento, o corpo da v�tima apresentava marcas de agress�o f�sica. Uma amiga que dividia o apartamento com a v�tima relatou a PM que na noite anterior ao crime saiu para uma festa por volta de 1h e achou Mirella com um semblante triste.
Segundo a PM, em resposta � amiga, ela assegurou que estava tudo bem, disse apenas que estava cansada e que iria dormir e descansar. No dia seguinte, a mulher chegou em casa pela manh� e viu a porta do quarto fechada. Quando entrou no c�modo, achou que Mirella ainda estava dormindo. Depois de sete horas fechada no quarto, sem fazer barulhos, a testemunha estranhou e resolveu checar se a companheira de apartamento estava bem. Ao abrir a porta, viu a travesti morta com uma toalha enrolada no pesco�o.
De acordo com a PM, a manicure que faz as unhas de Mirella contou que no s�bado foi atend�-la e tamb�m percebeu que a mulher estava triste. A resposta dada � manicure foi a mesma dita a amiga. Ela afirmou que estava cansada e que naquela noite n�o iria trabalhar. Outra testemunha, o namorado de longa data da v�tima, disse aos policiais que momentos antes da morte ele conversou com ela durante uma hora por telefone. A liga��o foi interrompida quando o interfone tocou e Mirella disse atenderia um cliente. No BO consta que n�o h� sinais de arrombamento na porta do apartamento e na portaria do pr�dio.