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Estado de Minas

Um m�s depois da morte da travesti Mirella, protesto pede o fim da transfobia

Dados divulgados pela ONG Transgender Europe (2016) apontam que o Brasil ocupa o 1� lugar em crimes por transfobia no mundo


postado em 19/03/2017 18:34 / atualizado em 19/03/2017 19:20

Com bandeiras azul, branca e rosa, o grupo ocupou um dos quarteirões fechados e reivindicou os direitos sociais e a agilidade na apuração dos crimes(foto: Anyky Lima/ divulgação)
Com bandeiras azul, branca e rosa, o grupo ocupou um dos quarteir�es fechados e reivindicou os direitos sociais e a agilidade na apura��o dos crimes (foto: Anyky Lima/ divulga��o)
O assassinato da travesti Mirella de Carlo, de 39 anos, no Bairro Carlos Prates, Regi�o Noroeste de Belo Horizonte, completou um m�s neste domingo e foi marcado pelo protesto de mais de 50 ativistas das causas LGBT+ na Pra�a Sete, no Centro de BH, para cobrar das autoridades respostas sobre o assassinato.

“Ontem foi a Mirella, mas amanh� poder� ser eu a v�tima de um crime b�rbaro como este. O Brasil � o pa�s que mais mata travestis e transexuais de todo o mundo e estamos aqui para mostrar que lutamos. Todo mundo tem o direito de viver e as pessoas precisam entender que n�s somos seres humanos como qualquer outro”, afirmou Anyky Lima, de 61, vice-presidente do Centro de Luta pela Livre Orienta��o Sexual de Minas Gerais (Cellos).

Ela pontua que os crimes de car�ter transf�bico s�o cru�is e a investiga��o da pol�cia � lenta: “S�o assassinatos b�rbaros. Assim como ocorreu com a Dandara, que, inclusive, foi filmada durante a agress�o, os casos se tornam banais para a sociedade. Ningu�m se mexe... Al�m do mais, se o crime tivesse sido cometido por uma travesti, ela estaria presa. N�s (travestis e transexuais) somos uma carne barata para o mundo”, disse.

"Brasil: pura hipocrisia! O pa�s que mais acessa conte�do pornogr�fico de pessoas trans � o que mais mata travestis e transexuais no mundo", diz cartaz de uma das militantes (foto: Anyky Lima/ divulga��o )
O crime ocorreu em 19 de fevereiro. No boletim de ocorr�ncia da Pol�cia Militar (PM) consta que Mirella, garota de programa e defensora dos direitos de pessoas trans, foi sufocada com uma toalha de banho dentro do quarto, no apartamento onde morava, no Bairro Carlos Prates. Al�m do esganamento, o corpo da v�tima apresentava marcas de agress�o f�sica. Uma amiga que dividia o apartamento com ela relatou � PM que na noite anterior ao crime saiu para uma festa por volta de 1h e achou Mirella com um semblante triste.

Segundo a corpora��o, em resposta � amiga, ela assegurou que estava tudo bem, disse apenas que se sentia cansada e que iria dormir e descansar. No dia seguinte, a mulher chegou em casa pela manh� e viu a porta do quarto fechada. Quando entrou no c�modo, achou que Mirella ainda estava dormindo. Depois de sete horas fechada no quarto, sem fazer barulhos, a testemunha estranhou e resolveu checar se a companheira de apartamento estava bem. Ao abrir a porta, viu a travesti morta com uma toalha enrolada no pesco�o.

Dados divulgados pela ONG Transgender Europe (2016) apontam que o Brasil ocupa o 1º lugar em crimes por transfobia no mundo. Em Belo Horizonte, 96,4% dessa popula��o j� sofreu algum tipo de viol�ncia f�sica, 74,5% suportou amea�as e 46,8% foi estuprada. S�o os n�meros mais recentes da pesquisa “Direitos e viol�ncia na experi�ncia de travestis e transexuais na cidade de Belo Horizonte: Constru��o de um perfil social em di�logo com a popula��o”, do N�cleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT (NUH), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os dados foram tabulados em 2015.

Protesto em Fortaleza

Ato cultural em Fortaleza relembrou o caso Dandara e pediu o fim da transfobia no fim de semana. M�sica, cinema, dan�a e performances marcaram a programa��o do Centro Cultural Bom Jardim no s�bado em homenagem a Dandara dos Santos, travesti que foi torturada e morta em Fortaleza. Intitulado Dandaras Vivem, o evento chamou a aten��o para a brutalidade do caso, ocorrido em 15 de fevereiro e reivindicou o fim da LGBTfobia.

O assassinato de Dandara ganhou repercuss�o internacional depois que o v�deo com a sequ�ncia da tortura a que foi submetida circulou nas redes sociais. Ela foi espancada, colocada em um carrinho de m�o e morta com disparos de arma de fogo. Oito pessoas foram detidas acusadas de participar do crime, sendo quatro adultos e quatro adolescentes.

 

 


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