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Estado de Minas

Grande BH e Tri�ngulo Mineiro guardam mem�ria viva de Chico Xavier

Im�veis em que o m�dium viveu, primeiro em Pedro Leopoldo e mais tarde em Uberaba, se tornam refer�ncias para preservar um legado, 15 anos ap�s a morte do l�der espiritual


25/06/2017 10:55 - atualizado 25/06/2017 12:26

Casa na cidade natal se transformou em memorial e espaço de oração, onde estão reunidas todas as 500 obras já impressas
Casa na cidade natal se transformou em memorial e espa�o de ora��o, onde est�o reunidas todas as 500 obras j� impressas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Nascido em Pedro Leopoldo, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, em 2 de abril de 1910, Chico Xavier se mudou para Uberaba em 1959 para fugir de desaven�a familiar. Passados 15 anos da morte do m�dium, quest�es de fam�lia ainda cercam sua obra. A mais recente � o pedido feito por Eur�pedes Humberto Higino dos Reis, hoje administrador do museu dedicado ao m�dium na cidade do Tri�ngulo Mineiro, para ser reconhecido como herdeiro do legado do l�der espiritual.

No Triângulo, museu preserva objetos pessoais e mais manuscritos inéditos, que ficaram guardados em cofre
No Tri�ngulo, museu preserva objetos pessoais e mais manuscritos in�ditos, que ficaram guardados em cofre (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Em fins da d�cada de 1950, o piv� da mudan�a de Chico foi um sobrinho. Ele queria aval para explorar financeiramente a mediunidade do tio, que negou o pedido. Em repres�lia, o sobrinho foi a p�blico em campanha difamat�ria, dizendo que o parente n�o passava de um charlat�o. Sem querer entrar em briga familiar – passagem relatada em biografias do m�dium e em cena do filme Nosso lar – Chico deixa Pedro Leopoldo apenas com a roupa do corpo, al�m de um exemplar do livro O evangelho segundo o espiritismo.


Na �poca, Chico j� era funcion�rio p�blico concursado. Ele se aposentaria aos 61 anos, por invalidez, pelo fato de j� n�o enxergar de um olho e ter defici�ncia no outro. Em 1959, o m�dium conseguiu a transfer�ncia para Uberaba, deixando a casa que comprou em Pedro Leopoldo fechada. Apesar da mudan�a, retornava em algumas ocasi�es � cidade natal para visitar a fam�lia.

Hoje, a casa na cidade da Grande BH abriga uma esp�cie de memorial e um espa�o de ora��o, onde � feito o Culto no Lar, aos domingos, al�m de passes e o chamado atendimento fraterno, quase todos os dias, exceto �s segundas-feiras. O memorial tamb�m est� vinculado � Editora Vinha de Luz, que publica livros do m�dium mais famoso do Brasil – j� foram 22 – e de outros esp�ritas.

A casa humilde em Pedro Leopoldo
A casa humilde em Pedro Leopoldo (foto: Eug�nio Silva/Arquivo O cruzeiro/EM)

No im�vel de Pedro Leopoldo, restaurado e adaptado para receber os 500 livros psicografados por Chico, todos expostos em estandes fechadas por vidros transparentes, o quarto e o banheiro que o m�dium usava, al�m de alguns objetos pessoais, tamb�m se encontram preservados. Logo na entrada da casa, as paredes s�o forradas por quadros com fotos do m�dium, sozinho e acompanhado de amigos. No centro da sala se destaca um totem multim�dia, com fotos e textos, alguns de pr�prio punho de Chico, contando sua vida e obra.

• Tesouro em Uberaba

Início da obra, quando a visão ainda não faltava
In�cio da obra, quando a vis�o ainda n�o faltava (foto: Eug�nio Silva/Arquivo O cruzeiro/EM - 1963)

Em Uberaba, Chico deixou a casa que hoje � sede de um museu e uma livraria esp�rita. Quem administra os dois empreendimentos � o dentista aposentado Eur�pedes Humberto Higino dos Reis, que considera o m�dium mais que um pai do cora��o. No im�vel que ele mant�m encontram-se em profus�o objetos pessoais de seu morador mais ilustre: ternos, perucas, boinas e bon�s, sapatos, chinelos e at� talcos e cremes usados por ele. No quarto onde o l�der espiritual dormia, um cofre com algo em torno de um metro de altura chama a aten��o. “Era onde Chico guardava o que tinha de mais precioso: textos psicografados por ele”, esclarece Eur�pedes.

Esse “tesouro”, representados por uma pilha de psicografias, foi plastificado, conta Eur�pedes. Conforme o dentista, s�o mais de 800 p�ginas que ele pretende expor em um dos c�modos de uma casa ao lado do museu, onde vivia Vivaldo da Cunha Borges, diagramador dos livros de Chico. “Estou comprando a casa”, conta Eur�pedes.
Ao receber título de cidadão honorário de BH
Ao receber t�tulo de cidad�o honor�rio de BH (foto: Arquivo EM)

Aos 67 anos, Eur�pedes se emociona ao falar de Chico. “Para mim, ele foi p�e (mistura de pai e m�e). Mas, por causa disso, fui alvo de preconceito. Diziam: quem esse ‘neguinho’ pensa que �?”, recorda. Eur�pedes comenta que sempre foi mal compreendido pelos adeptos do espiritismo e por aqueles que procuravam Chico pedindo ajuda e orienta��o. “Servi como para-choque dele. Por que o Chico n�o era s� o m�dium, ele era humano. As pessoas o viam como um ser diferenciado, que n�o precisava de descanso ou de ter privacidade. Se dependesse das pessoas, a casa dele ficava cheia dia e noite”, relata Eur�pedes, ao explicar que assumiu a tarefa de imp�r limites aos que procuravam pelo mestre.

Eur�pedes n�o assume nenhum ressentimento. Nem mesmo o de n�o ter sido reconhecido como filho adotivo de Chico. “Compreendo que naquele �poca a lei n�o permitia”, justifica ele, ao contar que foi morar com Chico quando estava para completar 11 anos.

Atendendo à legião de admiradores, já em Uberaba
Atendendo � legi�o de admiradores, j� em Uberaba (foto: Arquivo O cruzeiro/EM - 1971)

Em carta escrita � m�o por Chico Xavier e datada em 8 de janeiro de 1989, endere�ada � hoje extinta revista Manchete, da Editora Bloch, o m�dium afirma que Eur�pedes n�o era filho dele. “E sim um amigo que me presta assist�ncia em regime de absoluta gratuidade e humanismo”, escreveu.

Apesar da declara��o p�blica, Eur�pedes informou na semana passada que h� um ano entrou na Justi�a para obter uma “certid�o por afinidade”, termo jur�dico para lhe garantir os direitos de uso da imagem e do nome do m�dium. Se isso ocorrer, quem mais quiser us�-los ter� de pagar direitos autorais.

Eur�pedes j� lan�ou tr�s livros para contar casos de conviv�ncia com o Chico. E deve lan�ar neste ano, segundo ele, outra obra de igual teor. Ele mostrou o pref�cio que j� redigiu. Em um dos trechos, escreve: “Eu n�o era somente seu filho do cora��o e sim seu melhor amigo desde os tempos de Jesus. Deus aben�oe a todos os que acreditam em meu pai e em mim tamb�m”


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