Falta de informa��o e documentos atrasa chegada de camel�s ao Shopping Uai

Falta de documenta��o e de informa��es impediram que os primeiros camel�s sorteados pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) ocupassem ontem as 250 vagas preliminares preparadas no Shopping Uai, no Centro de Belo Horizonte, e voltassem a trabalhar. Nenhum dos agraciados conseguiu come�ar ainda, deixando o local onde deveriam se instalar completamente vazio, apenas com os armarinhos de madeira que lhes servir�o de boxes. O local receber�, ao todo, 676 trabalhadores. Ao mesmo tempo, a apreens�o � muito grande no Shopping Uai, O Ponto, em Venda Nova, onde 871 ambulantes foram sorteados para iniciar hoje seus trabalhos. Contudo, al�m de ficarem no andar mais baixo e de nem sequer haver boxes pr�prios para eles, os pr�prios lojistas e funcion�rios do espa�o afirmam que ser� dif�cil a nova turma obter sucesso l� devido �s cal�adas da porta do empreendimento estarem infestadas de camel�s ilegais.

V�rios dos sorteados para o empreendimento no Centro estiveram ontem na administra��o do shopping, mas n�o conseguiram come�ar suas atividades. “Meu nome foi sorteado, mas quando cheguei aqui (ao shopping) me disseram que deveria ter tirado uma documenta��o na PBH. Mais um dia sem trabalhar para mim”, desabafou o vendedor ambulante Thales dos Santos, de 24 anos.

O camel� Rafael Rodrigues dos Santos, de 32 anos, foi um dos que procurou o shopping, mas nem sequer sabia se tinha sido sorteado. “Deixei meu nome l�, mas n�o consegui saber at� agora se vou ter direito a um box. Ningu�m soube me informar, ent�o, vim at� o shopping para ver se conseguiria informa��es. Por enquanto estou assim, sem saber para onde ir e trabalhando na rua correndo deles (fiscaliza��o)”, disse.

Segundo o administrador do empreendimento, Gustavo Cordeiro, um posto de informa��es ser� instalado hoje para auxiliar os camel�s. “As pessoas tinham de ter vindo com a documenta��o da PBH pronta. Sem isso, n�o h� condi��es de assumir o posto aqui”, afirma.

Os m�veis que o Shopping Uai posicionou para os camel�s foram alvos de muitas cr�ticas por serem pequenos cubos de madeira sem trancas e que est�o muito apertados, uns juntos aos outros. “N�o tem espa�o para os clientes circularem para ver nossas mercadorias. A gente vai trabalhar muito apertado com outro vendedor do box de tr�s. Eu, que vendo pel�culas, capinhas e acess�rios para celular preciso de espa�o para o cliente parar, experimentar se minha mercadoria serve no seu aparelho, mas n�o tem espa�o para isso”, reclama Thales dos Santos.

O administrador do espa�o diz que trancas podem ser instaladas nos boxes e que estas s�o estruturas provis�rias, que aguardam a aprova��o da lei municipal sobre o assunto. “� preciso que os camel�s venham e ocupem seus espa�os para que possamos adaptar o que temos �s suas necessidades de espa�o e estrutura”, disse Cordeiro.

No Uai Venda Nova, por enquanto s� h� marca��es de boxes no solo. A expectativa da ger�ncia � de que os pr�prios comerciantes tragam suas estruturas para ocupar seus espa�os, at� que possam chegar os boxes encomendados, em at� um m�s. Mas os pr�prios funcion�rios est�o descrentes com a vinda dos camel�s. “Enquanto os camel�s e toreros continuarem aqui na porta do shopping, vendendo ilegalmente, n�o tem motivo para ningu�m vir trabalhar aqui dentro”, disse um dos funcion�rios sob a condi��o de n�o revelar seu nome.

Segundo a Secretaria Municipal de Servi�os Urbanos da PBH, o prazo final para acomodar todos os camel�s sorteados � de at� sexta-feira. Sobre as reclama��es a respeito do tamanho dos boxes, segundo a PBH, o objeto segue o tamanho previsto no edital, que prev� “�reas de no m�nimo 1m² (um metro quadrado) para cada camel�”. Sobre a den�ncia de camel�s em frente ao Shopping Ponto Uai Venda Nova, a PBH informa que “a fiscaliza��o continua acontecendo em todas as regionais”. Essas pessoas podem ter a mercadoria apreendida, conforme previsto no C�digo de Postura do munic�pio.