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Estado de Minas

Pesquisa aponta futuro sombrio para o tr�nsito em BH

Pesquisa mostra que, mantidos o aumento da frota e a estrutura da capital, em 10 anos BH ter� crescimento de 63% nos engarrafamentos, ou 91 quil�metros a mais em hor�rio de pico


postado em 29/07/2017 06:00 / atualizado em 31/07/2017 13:09

Engarrafamento na hora do rush em BH: capital tem filas que seriam capazes de cobrir quase seis vezes circuito de Norte a Sul da cidade(foto: Gladystone Rodrigues /EM/D.A Press - 5/3/15)
Engarrafamento na hora do rush em BH: capital tem filas que seriam capazes de cobrir quase seis vezes circuito de Norte a Sul da cidade (foto: Gladystone Rodrigues /EM/D.A Press - 5/3/15)

Um futuro sombrio se desenha ao longo dos tra�ados das ruas e avenidas de Belo Horizonte, considerando o ritmo de expans�o atual da frota de ve�culos e a estrutura que a cidade tem para acolh�-los.

Caso nenhuma a��o de planejamento de mobilidade urbana seja adotada no tr�nsito, a m�dia de congestionamentos e reten��es na capital poder� aumentar em nada menos que 91 quil�metros nos pr�ximos 10 anos.

(foto: Clique para ampliar a imagem)
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� o que mostra estudo feito pelos engenheiros Frederico Rodrigues e Ewerton Sanches, da Im Traff, empresa especialista em engenharia de tr�fego e transportes, com sede na capital.

A proje��o, que representa aumento de 63,1% nas filas de ve�culos que se estendem pela cidade a cada hor�rio de pico, significaria a piora sens�vel de um quadro que j� n�o � nada animador.

Atualmente, a m�dia de congestionamentos no hor�rio mais movimentado da tarde � de 144 quil�metros, extens�o quase seis vezes maior do que a dist�ncia entre o Parque das Mangabeiras, no extremo Sul, e a Cidade Administrativa, na ponta Norte.

Uma das explica��es est� no avan�o da frota. Nos �ltimos 10 anos, cresceu 74%, de 1.020.465 unidades, em 2007, para 1.778.298, em 2017.

Nos �ltimos tr�s anos, quando o pa�s ficou ref�m da crise e o brasileiro freou o consumo, ainda assim a frota subiu, em m�dia, 5% a cada 12 meses. Na hip�tese de o percentual se manter em cada um dos pr�ximos 10 anos, a frota chegar� a 2.865.690 autom�veis.

Dessa forma, a m�dia do congestionamento no hor�rio de pico da tarde poder� chegar a 235 quil�metros em 2027. � uma extens�o quase 10 vezes maior que a dist�ncia entre o parque p�blico da Zona Sul e a sede do governo estadual, na Norte. Mais: daria para parar as seis faixas (cada uma com 27 quil�metros) do Anel Rodov�rio, corredor mais movimentado de BH.

“Isso, claro, caso nenhuma a��o de planejamento de mobilidade urbana seja feita”, ressaltou Frederico. Ele e o colega Ewerton Pacheco usaram uma rela��o matem�tica para calcular um indicador de desempenho de mobilidade, que corrige a influ�ncia da frota nas grandes cidades, e aplicaram o resultado ao tr�nsito de BH e ao de mais quatro capitais: S�o Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre (veja quadro).

Trata-se de um indicador simples e que, na pr�tica, pode ajudar a saber, a longo prazo, se as a��es de planejamento, obras em andamento, implanta��o de projetos (como BRT e outros) e mudan�as como a circula��o do tr�nsito deram resultado no dif�cil combate � prolifera��o de congestionamentos e reten��es.

“O indicador nada mais � que a divis�o do total de quil�metros congestionados – que tem o site Maplink como fonte – pela frota da cidade, multiplicado por um fator de corre��o. Equa��es assim s�o comuns para eliminar algum tipo de distor��o no momento das compara��es. No caso, fizemos a corre��o da frota. A de S�o Paulo, por exemplo, � de quase 7,6 milh�es de ve�culos. A de BH, 1,7 milh�o. A disparidade � grande”, disse Frederico, explicando a necessidade de ajuste das distor��es.

Aplicada a f�rmula, o indicador em BH foi de 8,2. A boa not�cia � que foi a menor taxa entre as capitais pesquisadas. O fator de satura��o do Recife foi o maior: 21,3.

“O que gera problema na capital de Pernambuco � o fato de ela ser formada por v�rias ilhas ligadas por pontes. As estruturas s�o pontos de estrangulamento (do tr�nsito). S�o gargalos”, explicou Frederico. A taxa do Rio de Janeiro foi de 11,6. A de S�o Paulo, 8,6.

“Com a proje��o do tr�fego de BH para 10 anos, considerando um aumento proporcional do congestionamento, ainda assim ter�amos 76% do congestionamento atual do Rio de Janeiro e 36% do de S�o Paulo, caso nada seja feito”, comparou Frederico.

“O interessante �, a partir de desses dados, ir comparando ano a ano como est� a rela��o entre frota e congestionamento em BH, observando esse dado com o de outras cidades. Sempre com foco em verificar o andamento das pol�ticas de planejamento adotadas, bem como as obras realizadas”, explica Ewerton.

Frederico informa que o estudo ser� expandido para outras cidades: “Tanto do pa�s quanto do exterior. A inten��o � ter um dado fidedigno e justo no momento de fazer compara��es entre os problemas de tr�nsito enfrentados pelas metr�poles”.

NAS RUAS
Muitos motoristas torcem para que o fator de satura��o calculado pela empresa se reduza. � o caso do taxista Joviano Monteiro J�nior, de 45 anos.

H� duas d�cadas na pra�a, ele perde o bom humor diante dos sucessivos congestionamentos e reten��es que enfrenta diariamente em Belo Horizonte. “A lentid�o � grande. � triste”, resume. Para ele, a solu��o � mais investimento no transporte p�blico. “O projeto de amplia��o do metr� tem de sair do papel”, defendeu.

Mas n�o h� data certa para que isso ocorra. Ali�s, a lentid�o no tr�nsito de BH no hor�rio de pico n�o � novidade nem para passageiros do transporte p�blico.

Um indicador da pr�pria BHTrans, divulgado no semestre passado, mostrou que a m�dia das velocidades de todas as linhas de �nibus – Move, convencionais e suplementares – caiu nos �ltimos anos.

Em 2016, no pico da manh�, os coletivos rodavam a uma velocidade m�dia de 17,16km/h. Ficou abaixo da apurada em 2009 (19,31km/h), 2010 (18,89km/h), 2011 (18,76km/h), 2012 (18,24km/h), 2013 (17,62km/h), 2014 (18,41km/h) e 2015 (18,11km/h). No pico da tarde, a velocidade m�dia em 2016 foi de 15,18km/h, inferior � de 2009 (16,28km/h), 2010 (16,05km/h), 2011 (16,37km/h), 2012 (16,14km/h), 2013 (15,24km/h), 2014 (15,93km/h) e 2015 (16,06km/h).


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