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Estado de Minas

Ap�s Justi�a liberar Uber, taxistas aguardam reuni�o com Kalil nesta quinta

Tribunal unifica entendimento sobre transporte baseado em aplicativos, legaliza servi�o em Minas e desperta ira de condutores de t�xis, que prometem inviabilizar o tr�nsito na capital


postado em 17/08/2017 06:00 / atualizado em 17/08/2017 09:48

Representantes da categoria se mobilizaram desde cedo em BH. Ao serem informados da decisão favorável à concorrência, saíram em protesto pelo Centro(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Representantes da categoria se mobilizaram desde cedo em BH. Ao serem informados da decis�o favor�vel � concorr�ncia, sa�ram em protesto pelo Centro (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
A queda de bra�o travada por taxistas e motoristas de aplicativos de transporte, tendo o Uber como representante mais conhecido, teve ontem um cap�tulo decisivo e uma manifesta��o da Justi�a, que, al�m de despertar a ira e a rea��o imediata de motoristas de t�xi, deve influenciar outras a��es judiciais. Por sete votos a um, os desembargadores da 1ª C�mara C�vel do Tribunal de Justi�a de Minas Gerais liberaram o funcionamento do servi�o no estado. A partir de agora, condutores parceiros de plataformas de transporte baseadas em programas para smartphones n�o precisar�o mais de liminar nem poder�o ser multados, seja na esfera municipal ou na estadual. Em decis�o in�dita no pa�s, a corte mineira criou um entendimento que serve de refer�ncia a processos semelhantes. Em repres�lia, taxistas protestaram ontem em Belo Horizonte e prometem “lacrar a cidade”. A expectativa nesta quinta-feira � para uma reuni�o com o prefeito Alexandre Kalil (PHS), marcada para esta manh�, segundo os taxistas. A assessoria de imprensa da prefeitura confirmou o encontro �s 11h, mas a presen�a de Kalil ainda n�o foi confirmada.

Foi uma rea��o � decis�o que, na pr�tica, permite a motoristas de servi�os como Uber e Cabify circularem livremente na capital e em outras cidades mineiras, podendo inclusive fazer viagens intermunicipais. A sess�o da 1ª C�mara C�vel do TJMG foi tensa e se prolongou pela tarde de ontem. Ao fim, os desembargadores decidiram pela parcial ilegalidade da Lei Municipal 10.900, de BH. Regulamentada em abril do ano passado, ela fixa normas para o funcionamento dos aplicativos que oferecem servi�os privados de transporte e determina, na pr�tica, que somente condutores cadastrados na BHTrans atuem por meio deles.


No entendimento do TJMG, os motoristas n�o est�o sujeitos � exig�ncia de cadastramento na BHTrans, apenas na empresa representante de cada aplicativo. Sendo assim, nenhum condutor parceiro pode ser multado por transporte clandestino. Na pr�tica, o servi�o continua nos moldes em que est�. A decis�o vale para circula��o em Belo Horizonte e tamb�m para viagens da capital para outras cidades, o que traz impacto sobre a regras fiscalizadas pelo Departamento de Edifica��es e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/MG). Nesse caso, o �rg�o estadual tamb�m est� impedido de multar.

DECIS�O O julgamento come�ou �s 13h30. Advogados de diversas partes, entre elas da BHTrans, DEER/MG e da pr�pria Uber, fizeram a sustenta��o de suas teses. O desembargador Corr�a J�nior, relator do processo, defendeu a inconstitucionalidade da Lei Municipal 10.900, mas seu parecer foi derrubado por seis votos a dois.

O que estava em jogo na sess�o era um Incidente de Resolu��o de Demanda Repetitiva (IRDR), para uniformizar o entendimento das c�maras do tribunal em rela��o � quest�o. A instaura��o foi provocada por um usu�rio do Uber, que requereu o reconhecimento da legalidade do funcionamento do aplicativo em Minas Gerais. Em outubro do ano passado, o processo foi aberto para que v�rios �rg�os se manifestassem. O Minist�rio P�blico se manifestou pela n�o aplicabilidade da lei municipal e do C�digo de Tr�nsito Brasileiro � atividade exercida pelo Uber, discorrendo sobre a insufici�ncia dos servi�os de transporte p�blico tutelados pelo Estado.

REA��O Do lado de fora do tribunal, na Avenida Afonso Pena, no Bairro Cruzeiro, na Regi�o Centro-Sul de BH, a multid�o de taxistas que desde cedo protestava contra a concorr�ncia reagiu com protestos, carreatas e amea�as. Por meio de nota, a BHTrans informou que vai aguardar a publica��o da decis�o para, se for o caso, se manifestar. O DEER adotou postura semelhante.

A Uber informou que o Tribunal de Justi�a de Minas Gerais consolidou o entendimento que a empresa j� tinha – de que o servi�o oferecido por seus motoristas parceiros � legal no Brasil. “A decis�o do IRDR � a primeira do tipo no pa�s e refor�a o direito de escolha da popula��o de Minas Gerais e, principalmente, o direito de gerar renda dos motoristas parceiros da Uber”, informou, em nota.

Enquanto dentro do TJMG desembargadores debatiam questões jurídicas, do lado de fora ato foi marcado por tensão, como no momento em que carro que estaria a serviço do Uber teve para-brisa quebrado(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Enquanto dentro do TJMG desembargadores debatiam quest�es jur�dicas, do lado de fora ato foi marcado por tens�o, como no momento em que carro que estaria a servi�o do Uber teve para-brisa quebrado (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

Revolta, tens�o e tr�fego parado


A decis�o da Justi�a permitindo a opera��o de aplicativos de transporte em Minas revoltou taxistas, que agora amea�am com protestos di�rios em BH. Desde o fim da manh� de ontem, motoristas estacionaram t�xis no entorno da Pra�a do Papa, na Regi�o Centro-Sul da capital. O grupo desceu a p� para a porta da unidade do Tribunal de Justi�a, onde permaneceu at� o fim da sess�o. Ap�s a decis�o, representantes da categoria seguiram em carreata at� a porta da Prefeitura, na Avenida Afonso Pena, onde voltaram a fechar o tr�nsito.

O presidente do sindicato da categoria (Sincavir), Avelino Moreira, afirmou que as manifesta��es v�o continuar. “A partir de hoje, todos os dias, a partir das 18h, s� se transita nesta cidade por vias a�reas. Porque aqui embaixo vai lacrar tudo. A partir de hoje est� tudo fechado at� que a ordem se restabele�a. At� que a justi�a realmente aconte�a”, disse.

Manifestantes se indignaram com resultado e acenaram com dinheiro diante do prédio (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Manifestantes se indignaram com resultado e acenaram com dinheiro diante do pr�dio (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

Momentos de tens�o marcaram o protesto quando um carro que trabalhava para um dos aplicativos de transporte passou pela manifesta��o. Taxistas obrigaram a passageira a descer, quebraram o para-brisa e s� se acalmaram depois que a Guarda Municipal interveio. Condutores de t�xi que n�o aderiram � passeata foram hostilizados pelos colegas que participavam do ato, o que demandou nova interven��o, desta vez da Pol�cia Militar. Diante do TJMG, outros protestavam acenando com notas de real.

O presidente do Sincavir conclamou os presentes a comparecer a uma reuni�o com o prefeito da capital, Alexandre Kalil, marcada para hoje. Durante v�rios momentos do protesto o tr�nsito no Centro de BH ficou travado. Segundo o site Maplink, por volta das 18h52, o congestionamento chegou a 70 quil�metros em toda a cidade. Por volta das 19h30 os manifestantes se dispersaram. (*Estagi�rio sob supervis�o do editor Andr� Garcia)
Ver galeria . 6 Fotos Condutores de táxi que não aderiram à passeata foram hostilizados pelos colegas que participavam do ato, o que demandou nova intervenção, desta vez da Polícia MilitarGladyson Rodrigues/EM/D.A
Condutores de t�xi que n�o aderiram � passeata foram hostilizados pelos colegas que participavam do ato, o que demandou nova interven��o, desta vez da Pol�cia Militar (foto: Gladyson Rodrigues/EM/D.A )


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