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Estado de Minas

Estiagem e degrada��o deixam rios e lagoas de Minas em situa��o dram�tica

Situa��o cr�tica dos rios em Minas � agravada pela falta de chuva, mas destrui��o de matas ciliares, retirada desenfreada de �gua para irriga��o e lan�amento de esgoto contribuem para a pen�ria


postado em 20/08/2017 06:00 / atualizado em 20/08/2017 08:21

Um dos afluentes do São Francisco, o Rio das Velhas sofre com os efeitos da seca prolongada e da ação predatória do ser humano. Previsão é de que a chuva só comece na primeira quinzena de setembro (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
Um dos afluentes do S�o Francisco, o Rio das Velhas sofre com os efeitos da seca prolongada e da a��o predat�ria do ser humano. Previs�o � de que a chuva s� comece na primeira quinzena de setembro (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
A longa estiagem � um dos fatores de pen�ria dos rios – s� para se ter uma ideia, completam-se, neste domingo, na capital, 69 dias sem chover. O meteorologista Luiz Ladeia, do Instituto Nacional de Meteorologia, diz que a previs�o de chuva � para daqui a um m�s, na primeira quinzena de setembro. Em algumas cidades do Sul de Minas, j� tivemos chuvas nos �ltimos dias”, ressalta Ladeia. Mas os especialistas alertam que n�o � s� S�o Pedro o grande respons�vel pela pen�ria dos rios. H� tamb�m muita eros�o, destrui��o de matas ciliares, com inc�ndio at� mesmo de �rvores em torno de nascentes, plantio de eucalipto, retirada desenfreada de �gua para irriga��o ou em po�os artesianos, lan�amento de esgoto in natura e poluentes qu�micos, al�m de outros fatores que fazem os rios correrem “alto risco” a caminho do Oceano Atl�ntico.

Na regi�o do Alto Jequitinhonha, que engloba 25 munic�pios do Vale do Jequitinhonha, do Serro a Rio Pardo de Minas, a escassez h�drica chega ao sexto ano consecutivo, diz o vice-presidente do comit� da bacia, Jo�o Francisco de Pinho. “Vivemos um momento cr�tico. Aqui, cerca de 80% dos afluentes do Jequitinhonha est�o secos, entre eles o Congonhas, Itacambiru�u, Extrema e outros.” Preocupado com o presente e o futuro da regi�o, Pinho destaca a import�ncia das �reas de recarga para a vida. “O problema � que muitos seres humanos n�o sabem usar a �gua. De cada 10 po�os artesianos, oito s�o irregulares, n�o t�m documenta��o. Isso se deve muito � morosidade do estado em conceder a outorga. Em alguns casos, s�o dois anos de espera”, conta. Se a �gua escasseia, esperan�a n�o pode faltar. “Nosso povo � guerreiro. Precisamos manter a confian�a para tudo voltar � normalidade”, resume.

Chamado de Rio da Unidade Nacional, o S�o Francisco tem 78% de produ��o de suas �guas em Minas, ressalta a coordenadora da C�mara Regional Consultiva do Alto S�o Francisco, S�lvia Freedman. Ela tamb�m v� a redu��o gradativa dos afluentes, e estima em 70% o percentual de tribut�rios secos ou secando. Residente em Tr�s Marias, onde est� a primeira barragem no curso do Velho Chico, S�lvia cita alguns rios que enfrentam s�rios obst�culos na vaz�o, como o Par�, Paraopeba, Paracatu (um dos maiores em volume da bacia) e Abaet� (primeiro afluente ap�s a barragem).

"Nosso maior temor � o S�o Francisco parar – e h� esse risco, principalmente se a barragem de Tr�s Marias chegar no volume morto. Se isso ocorrer, os geradores n�o poder�o fazer a ‘drenagem de fundo”, fazendo o rio correr”, afirma. “Vivenciamos um per�odo e h� necessidade extrema de preserva��o de �gua para garantir o futuro”, observa S�lvia, explicando que o reservat�rio est� com menos de 20% de sua capacidade. Como medidas para reduzir o cen�rio, a coordenadora cita o reflorestamento e adianta que a C�mara Consultiva Regional vai produzir 1 milh�o de mudas de esp�cies do cerrado.

Afluente do Rio das Velhas, o Ribeirão Vermelho está praticamente seco perto do Convento de Macaúbas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Afluente do Rio das Velhas, o Ribeir�o Vermelho est� praticamente seco perto do Convento de Maca�bas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Restri��es

Na Regi�o do Tri�ngulo, os especialistas fazem o monitoramento da vaz�o dos cursos d’�gua. “� necess�rio adotar estrat�gias para gest�o do uso da �gua. Todos os usu�rios s�o cadastrados”, esclarece Fernando Faria, respons�vel t�cnico pelo processo de gerenciamento do Comit� de Afluentes Mineiros do Alto Parana�ba e integrante da Associa��o dos Usu�rios das �guas de Regi�o de Monte Carmelo. Faria conta que j� � tradi��o fazer altern�ncia na capta��o de �gua para essa grande �rea produtora de caf�, ou seja, uns retiram �gua de dia e outros � noite. Como n�o h� nenhum mar de rosas em parte alguma, podem vir mudan�as. “Se piorar, vamos ter medidas restritivas, em especial no Rio Perdizes, afluente do Parana�ba. Assim, poder� ser apenas um dia de capta��o, com intervalo de dois dias.

Ser� que somente S�o Pedro pode ajudar? Na avalia��o de Faria, pode e n�o pode. “� que se vier chuva vai quebrar a dorm�ncia do caf�, o que obrigar� � irriga��o. Da�, ser� necess�rio mais capta��o de �gua”, conclui.

No Rio das Velhas, há vários techos com banco de areia onde onde antes era só água(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
No Rio das Velhas, h� v�rios techos com banco de areia onde onde antes era s� �gua (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
Diretrizes

Diante do quadro de crise h�drica, o Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam), vinculado � Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad), informa que o Conselho Estadual de Recursos H�dricos (Cerh) editou a Delibera��o Normativa 49, em 26/3/2015, “que estabelece diretrizes e crit�rios gerais para a defini��o de situa��o cr�tica de escassez h�drica e de restri��o de uso �gua em Minas”. A norma prev� tr�s situa��es nas quais a sociedade deve estar alerta: 1) Estado de Aten��o (antecede a situa��o cr�tica de escassez h�drica; 2) Alerta (antecede ao estado de restri��o de uso) e 3) Restri��o de uso (escassez h�drica caracterizado pelo per�odo de tempo em que o estado de vaz�o ou o estado de armazenamento dos reservat�rios indicarem restri��es do uso da �gua em uma por��o hidrogr�fica).

As bacias monitoradas pelo Igam se encontram na seguinte situa��o: 1) Aten��o (Buritis jusante, na Bacia do S�o Francisco, Nova Era Telem�trica, no Doce, Usina Maur�cio, no Para�ba do Sul, Cachoeira Po�o Fundo, no Grande, e Desemboque, no Parana�ba. 2) Alerta (Hon�rio Bicalho, no S�o Francisco, M�rio de Carvalho e Porto Firme, no Doce, Usina Couro do Cervo, no Grande, e Pega, no Jequitinhonha) e 3) Em restri��o (Ponte Nova do Paraopeba, Carmo do Cajuru, Entre Rios de Minas, Santo Hip�lito e Jardim, no S�o Francisco, Vila Matias e Naque, no Doce) e Abadia dos Dourados, no Parana�ba.

 


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