(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Kalil visita projeto em viaduto de BH e fala de a��o contra grafiteiro que escreve em lixeiras

Tela pintada a c�u aberto no Bairro Cachoeirinha faz parte do projeto Profeta Gentileza. Prefeito comentou a��o da PBH contra Felipe Arco, que escreve poesias em lixeiras


postado em 18/09/2017 06:00 / atualizado em 18/12/2018 09:37

O artista Hely Costa se inspirou na cultura africana para desenhar na fachada do Viaduto Moçambique um menino negro com olhos que acompanham quem passa pelo local(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
O artista Hely Costa se inspirou na cultura africana para desenhar na fachada do Viaduto Mo�ambique um menino negro com olhos que acompanham quem passa pelo local (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
O grafite na fachada lateral do Viaduto Mo�ambique, entre as ruas Parana�ba e dos Oper�rios, no sentido Bairro-Centro, na Avenida Ant�nio Carlos, come�a a tomar formas, cores e sentimentos. Na tarde de ontem, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) visitou a tela a c�u aberto e elogiou o trabalho dos artistas Nilo Zack, Hely Costa e Ata�de Miranda. O projeto faz parte do programa municipal Profeta Gentileza, que tem o objetivo de grafitar �reas de grande movimenta��o e oferecer cores, desenhos e criatividade a quem passa na rua. Na ocasi�o, o prefeito comentou pela primeira vez a pol�mica sobre a a��o da prefeitura, que processa o grafiteiro Celso Felipe Marques, mais conhecido como Felipe Arco.

O jovem de 26 anos escreve versos com reflex�es sobre o cotidiano � caneta em lixeiras, principalmente no Hipercentro, e virou alvo de investiga��o da PBH. Ele foi denunciado � Pol�cia Civil e vai participar de uma audi�ncia no in�cio de outubro. Kalil afirma que vai investigar o caso e n�o descarta formular projeto ao lado do artista. “N�o se pode confundir baderneiro com artista. Por que processou? Vamos l� na procuradoria ver o que aconteceu. Fiquei sabendo disso, mas agora a gente tem que resolver. Se for um projeto para poesia na lixeira, a gente vai tirar o que est� na lixeira e padronizar. Ter�amos que fazer um projeto com qual tipo de tinta, se ser�o uma estrofe ou duas estrofes, o que pode escrever e o que n�o pode”, pontua o prefeito. Kalil enalteceu o trabalho das ruas e esquentou a discuss�o entre picha��o e grafite.

“Isso � cultural. O grafite � cultura de rua. � feito por artistas renomados e enfeita a cidade. N�o � picha��o e nem vem me falar que picha��o � arte porque isso eu n�o engulo. � mais um passo pra transformar esta cidade e elevar a autoestima do belo-horizontino. Aqui j� � uma cidade bonita, alegre, acolhedora”, afirma o prefeito. Kalil avalia que a linha que separa a cultura de rua e o vandalismo � muito t�nue: “Precisamos ter essa clareza, porque o que � arte � arte.”

Sob o pseudônimo Felipe Arco, jovem deixa mensagens em lixeiras pelas ruas de BH(foto: Reprodução internet/Instagram)
Sob o pseud�nimo Felipe Arco, jovem deixa mensagens em lixeiras pelas ruas de BH (foto: Reprodu��o internet/Instagram)
Mas, qual � a diferen�a entre o picho e o grafite? Felipe Arco, que se considera grafiteiro, foi enquadrado na Lei 9.605/98, especificamente pelo artigo 65, que disp�e sobre picha��o. Aproveitando a presen�a do prefeito, os tr�s grafiteiros que participam do projeto Profeta Gentileza decidiram se posicionar. “No Brasil, a gente tem argumento para o grafite, separa��o entre grafite e picha��o. Fora do pa�s, n�o tem picha��o. L�, grafite � grafite, seja autorizado ou n�o”, comentou o grafiteiro Hely Costa. Por�m, ele acredita que o fato de ser autorizada ou n�o � que acende o debate. “No caso do Felipe Arco, ele tem uma proposta sem autoriza��o. Isso n�o � depreda��o, ele trabalha de forma espont�nea”, pontuou.

"Isso � cultural. O grafite � cultura de rua. � feito por artistas renomados e enfeita a cidade. N�o � picha��o e nem vem me falar que picha��o � arte porque isso eu n�o engulo"

Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte

Nilo Zack, que divide a tela com Hely Costa, afirma que � justamente a fiscaliza��o que tem inibido o trabalho dos artistas de rua. “A burocracia inibe os artistas de rua bem como a falta de autoriza��o. Esta � a primeira vez que fa�o com essa autoriza��o em 12 anos. Conseguimos o aval e estamos pintando com o nosso material para dar um presente para Belo Horizonte. Acreditamos que � uma forma de abrir portas para outros artistas de rua”, disse Nilo. Para ter o projeto aprovado, os artistas tiveram que apresentar um desenho do grafite, que foi avaliado pela diretoria de Patrim�nio, da Secretaria de Regula��o Urbana e da BHTrans.

NOVO MURO Em fevereiro deste ano, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), anunciou o projeto Profeta Gentileza, que visa incentivar a arte urbana na capital mineira. Para come�ar com o projeto, duas interven��es: no Viaduto Mo�ambique, na Avenida Ant�nio Carlos, Bairro Cachoeirinha, na Regi�o Nordeste, e na Rua Silvian�polis, Bairro Santa Tereza, na Regi�o Leste. O grafite promete “desacinzentar” o concreto que passa desapercebido pelos moradores da cidade. Os desenhos, feitos por Nilo Zack, Hely Costa e Ata�de Miranda v�o ocupar 200 metros quadrados – 50m de comprimento por 4m de altura. Os trabalhos come�aram no �ltimo s�bado e a previs�o � de termin�-lo em no m�ximo 15 dias. Na tarde de ontem, j� era poss�vel visualizar o projeto do papel na tela a c�u aberto: um garoto negro, com olhos que acompanham quem passa pelo local, uma crian�a maquiada de palha�a e figuras que representam as cores das tribos de Mo�ambique.

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
O artista Ata�de Miranda afirma que o projeto � positivo em todos os aspectos. “O grafite tira o pessoal da realidade do cotidiano, a arte tem esse dom de fazer as pessoas viajarem. Com isso, gente est� fazendo hist�ria e a arte fica para as novas gera��es. � um movimento importante e queremos que ele cres�a, queremos que mais artistas tenham oportunidade de expor os seus trabalhos pela cidade. Grafiteiros bons n�o faltam em Belo Horizonte”, pontua. Por outro lado, o projeto n�o d� incentivo financeiro. Os artistas desembolsaram o dinheiro do pr�prio bolso. Cada spray custa, em m�dia, R$ 18, sendo que cada um dos artistas deve gastar cerca de 50 unidades. Para os artistas visuais, o pr�ximo passo para aumentar o n�mero de trabalhos nas ruas � a disponibiliza��o do recurso financeiro: “Acho de fundamental import�ncia a Prefeitura de BH buscar apoio com fabricantes de tinta. N�o que n�o vale a pena arcar do nosso bolso, � uma experi�ncia �mpar. Mas se tiver, vamos poder expandir”, completou Ata�de Miranda.

ABAIXO-ASSINADO
Belo-horizontinos criaram um abaixo-assinado on-line contra o processo da Prefeitura de BH em rela��o a Felipe Arco. Na p�gina, apoiadores chamam de “persegui��o” o processo contra o artista e pontuam que o ele “espalha amor e gentileza pelas lixeiras da cidade em forma de poesia”. At� o fechamento desta edi��o na noite de ontem, 64 pessoas j� tinham assinado a peti��o.

(foto: Jair Amaral/EM/DA Press - 5/8/17)
(foto: Jair Amaral/EM/DA Press - 5/8/17)

Mirante de arte


H� quase dois meses, Belo Horizonte recebeu a primeira edi��o do Circuito Urbano de Arte (Cura). Quatro pr�dios, no Centro da capital mineira, foram mapeados a partir da vista da Rua Sapuca�, no Bairro Floresta, Regi�o Leste da cidade, que se tornou um mirante de artes urbanas a c�u aberto. O projeto Cura trouxe dois artistas de Belo Horizonte: Thiago Mazza e Priscila Amoni, a equipe do Acidum Project, de Fortaleza, formada por Tereza Dequinta e Rob�zio Marqs;e a artista espanhola Marina Capdevilla. Um dos desenhos mais comentados � o da Raposa e do Galo, de Thiago Mazza, que
mexe comapaix�o dos belo-horizontinos pelo futebol.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)