
O exemplo dessa possibilidade de a��o salvadora do Rio da Unidade Nacional pode ser conferido na cidade batizada com o nome do rio, no Norte de Minas. No munic�pio de S�o Francisco foi lan�ado um projeto que estimula o plantio de �rvores, o cercamento de veredas e de nascentes que secaram devido � degrada��o ambiental. O trabalho foi implantado junto a pequenos produtores rurais na sub-bacia do Rio Paje�. A iniciativa � Comit� da Bacia do M�dio S�o Francisco e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
O t�cnico M�rcio Passos Ribeiro, da Secretaria de Meio Ambiente de S�o Francisco, destaca que, com a implanta��o das a��es, ap�s um per�odo de quatro anos nascentes ou c�rregos antes considerados mortos podem voltar a ter �gua. O exemplo dessa recupera��o est� na Vereda da Prata, na regi�o de Bom Jardim, no munic�pio de S�o Francisco.
M�rcio conta que h� alguns anos, a vereda, que alimenta um afluente do S�o Francisco, secou completamente como consequ�ncia de uma s�rie de a��es humanas, incluindo o desmatamento do cerrado em suas proximidades, o pisoteio do gado e a abertura de estradas vicinais. A partir de uma a��o conjunta, que envolveu tamb�m a comunidade, a vereda foi cercada e houve at� a suspens�o de atividade produtiva perto dela.
A equipe do Estado de Minas foi at� o local, onde � poss�vel conferir o renascimento da nascente da Vereda da Prata. “Realmente, estava tudo seco. Depois que a �rea foi cercada, a �gua voltou a brotar”, comemora Am�ncio Mendes da Silva, pequeno produtor que tem um terreno ao lado de onde aflora a �gua da vereda. Na localidade vivem cerca de 80 fam�lias, que dependem da �gua do c�rrego alimentado pela Vereda da Prata, seja para o consumo pr�prio ou para manter seus animais.
PROJETOS OFICIAIS A Codevasf, cujos t�cnicos participaram do diagn�stico que quantificou o soterramento do Rio S�o Francisco, informou que vem adotando uma “s�rie de interven��es para conter os processos erosivos, promover a revitaliza��o e proteger o meio ambiente na Bacia do Rio S�o Francisco”. “S�o a��es de recupera��o hidroambiental que buscam intensificar a infiltra��o da �gua no solo e reduzir o carreamento de sedimentos por meio de enxurradas”, informa, acrescentando que os investimentos oficiais em a��es na bacia somam R$ 68 milh�es.
De acordo com a Codevasf, as a��es incluem ainda a implanta��o de terra�os, bacias de capta��o de �guas pluviais (conhecidas como barraginhas) e estradas ecol�gicas, al�m da conten��o e da estabiliza��o de vo�orocas, o reflorestamento e a prote��o de matas ciliares e topos de morros. “Associado a isso, h� o esfor�o continuado de promover educa��o ambiental. Esses trabalhos s�o realizados diretamente pela Codevasf e tamb�m em parcerias com estados, prefeituras, comit�s de bacias e sociedade civil”.
Ainda segundo o �rg�o, o trabalho de recupera��o ambiental e controle erosivo � feito com o uso de diferentes m�todos. Entre eles est�o revegeta��o, cercamento e prote��o de nascentes, matas ciliares e topos de morro, readequa��o de estradas vicinais e estabiliza��o de margens, entre outros. “Uma das principais finalidades dessas iniciativas � captar e acumular �guas pluviais, aumentando sua infiltra��o no solo e promovendo o abastecimento dos len��is fre�ticos”, enfatiza. A Codevasf informa que desde o inicio das a��es, em 2005, foram cercadas e protegidas 1.238 nascentes na Bacia do Rio S�o Francisco.
O enterro de um santo
O Estado de Minas publica desde ontem a s�rie “S�o Francisco soterrado”, que mostra o processo de assoreamento que vem matando, lenta e continuamente, o chamado Rio da Integra��o Nacional. A primeira reportagem revelou resultados de estudo in�dito feito em conjunto pelo Corpo de Engenheiros do Ex�rcito dos Estados Unidos e pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do S�o Francisco e do Parna�ba (Codevasf), que mapeou as causas do processo. Segundo o trabalho, a cada ano o leito principal vem sendo entupido com nada menos que 23 milh�es de toneladas de sedimentos, a maior parte reflexo de a��es humanas na bacia, como a remo��o da vegeta��o nativa, a urbaniza��o e a retirada de �gua para consumo e irriga��o.