
O estudante foi um dos apontados em reportagem do jornal Folha de S. Paulo como um dos alunos brancos matriculados indevidamente no curso de medicina da UFMG pelo sistema de cotas. As fraudes envolveriam calouros com caracter�sticas f�sicas que n�o se encaixam no perfil da pol�tica afirmativa. A pol�mica em torno de candidatos ao programa n�o � recente.
Em abril de 2016, o EM mostrou na reportagem “Movimentos negros denunciam fraude nas cotas raciais da UFMG”, que os mecanismos da universidade permitiam barrar fraudes somente em rela��o � condi��o de estudantes terem cursado escolas p�blicas e declarado baixa renda. N�o havia, segundo a universidade, como controlar as cotas raciais. Ap�s a reportagem do EM, a institui��o deu in�cio a sindic�ncia cujo resultado deve ser divulgado este ano.
Outra estudante que se viu envolvida na controv�rsia, Rhuanna Laurent Silva Ribeiro, de 19 anos, abalada emocionalmente com a situa��o, precisou de atendimento no N�cleo de Apoio Psicopedag�gico aos Estudantes da Faculdade de Medicina (Napem). “Ela ainda n�o conseguiu reiniciar as aulas. Estamos fazendo um grande esfor�o para que ele n�o desista da faculdade”, disse o pai da universit�ria, Gilberto Jos� da Silva. A universit�ria, que se autodeclarou parda, reiterou a condi��o em entrevista ao Estado de Minas: “Eu me autodeclarei parda, pois � o que sou. Descendo de negros e �ndios. Esta � a minha etnia, o meu contexto familiar. Nunca me autodeclarei negra”.
Diante da pol�mica, o EM mostra em sua edi��o de hoje que o governo federal revisa o sistema de cotas raciais na tentativa de impedir fraudes na pol�tica de ingresso �s universidades p�blicas do pa�s. Na ter�a-feira, ao anunciar que haver� cobran�a de mais rigor para verificar a condi��o de alunos que se autodeclararem negros, pardos ou ind�genas no processo seletivo, o secret�rio especial de Pol�ticas de Promo��o da Igualdade Racial, Juvenal Ara�jo, atribuiu � UFMG a responsabilidade por supostas irregularidades no acesso de alunos a vagas reservadas no curso de medicina da institui��o.
“A universidade n�o acatou a orienta��o do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou, por meio da Argui��o de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 186, de 2012, que n�o � suficiente o aluno se autodeclarar pardo ou negro para ter direito � cota. � necess�ria a cria��o de mecanismos para impedir as fraudes.”
O Estado de Minas entrou em contado com a UFMG sobre o assunto e aguarda retorno.