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Estado de Minas

Minas vive mistura de emo��es ap�s massacre em creche de Jana�ba

Solidariedade e recupera��o de feridos s�o alento, mas mortes causadas por vigia que colocou fogo em crian�as e professoras em creche entristecem Minas Gerais


postado em 08/10/2017 06:00 / atualizado em 08/10/2017 14:41

Estudantes de enfermagem da Santa Casa prestam homenagem às vitimas de Janaúba(foto: Juarez Rodrigues EM DA Press)
Estudantes de enfermagem da Santa Casa prestam homenagem �s vitimas de Jana�ba (foto: Juarez Rodrigues EM DA Press)

Na con­ti­nui­da­de dos tra­ta­men­tos m�­di­cos e apoio �s cri­an­ï¿½as e adul­tos fe­ri­dos ap�s o in­c�n­dio na cre­che Gen­te Ino­cen­te, em Ja­na�­ba, no Nor­te de Mi­nas, o fim de se­ma­na co­me­ï¿½ou com um mis­to de emo­ï¿½ï¿½­es na ci­da­de e tam­b�m em Be­lo Horizonte. Se por um la­do a fe­li­ci­da­de to­mou con­ta de v�­ri­as fa­m�­li­as com a sa�­da de 16 cri­an­ï¿½as que es­ta­vam in­ter­na­das na Fun­da­jan, em Ja­na�­ba, e a so­li­da­ri­e­da­de in­va­diu as du­as ci­da­des com apoi­os e do­a­ï¿½ï¿½­es de v�­ri­os pro­du­tos, tam­b�m hou­ve mo­men­tos de tristeza. O dia foi mar­ca­do pe­la no­t�­cia da oi­ta­va cri­an­ï¿½a mor­ta na tra­g�­dia, ele­van­do o n�­me­ro to­tal de �bi­tos a 10, que tam­b�m in­clui a pro­fes­so­ra He­l­ley Abreu Ba­tis­ta, de 43 anos, e o vi­gia que pre­me­di­tou o cri­me, Da­mi­ï¿½o So­a­res dos San­tos, de 50. Ta­li­ta Vi­t�­ria Bis­po, de 4, mor­reu no Hos­pi­tal de Pron­to-So­cor­ro Jo­ï¿½o XXIII, em BH, de­pois de ter si­do trans­fe­ri­da de Mon­tes Claros. Al�m dis­so, pa­ren­tes e fa­mi­li­a­res fi­ca­ram mui­to emo­ci­o­na­dos com os en­ter­ros de mais du­as cri­an­ï¿½as – Yas­min Me­dei­ros Sal­vi­no, de 4, e Ce­c�­lia Da­vi­na Gon­ï¿½al­ves Di­as, com a mes­ma idade.




Lo­go na ma­nh� de on­tem cir­cu­lou a no­t�­cia em Ja­na�­ba de que ha­ve­ria al­ta de cri­an­ï¿½as e por is­so a ale­gria to­mou con­ta das fa­m�­li­as de 14 delas. Ou­tras du­as que fi­ca­ram ape­nas em ob­ser­va­ï¿½ï¿½o por te­r ina­la­do fuma�a tamb�m foram liberadas. Ap�s re­ce­ber al­ta, as cri­an­ï¿½as fo­ram co­lo­ca­das nu­ma van e le­va­das pa­ra su­as casas. S�o fa­m�­li­as que mo­ram em �re­as mais ca­ren­tes de Ja­na�­ba, nos bair­ros Rio No­vo e Bar­bo­sa, que fi­cam em lo­cal pr�­xi­mo da cre­che Gen­te Ino­cen­te, uni­da­de de edu­ca­ï¿½ï¿½o on­de tu­do acon­te­ceu e que es­t� in­ter­di­ta­da des­de sex­ta-feira. As fa­m�­li­as re­ce­be­ram al­guns pre­sen­tes, co­mo fral­das e ou­tros ob­je­tos de uso pes­so­al dos pequenos. Com as al­tas, n�o h� mais me­ni­nos e me­ni­nas in­ter­na­dos em Jana�ba. To­dos os 26 fe­ri­dos que ainda passam por tratamento es­t�o em Mon­tes Cla­ros e em Be­lo Horizonte, sendo 14 na capital mineira, distribu�dos nos hospitais Jo�o XXIII, Jo�o Paulo II e Odilon Behrens. N�o existe previs�o de alta.

Ver galeria . 8 Fotos As meninas Yasmin Medeiros Salvino (foto) e Cecília Davina Dias, ambas de 4 anos, foram velada e sepultadas neste sábado, sob forte comoçãoLuiz Ribeiro/EM/DA Press
As meninas Yasmin Medeiros Salvino (foto) e Cec�lia Davina Dias, ambas de 4 anos, foram velada e sepultadas neste s�bado, sob forte como��o (foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press )
TRIS­TE­ZA A fe­li­ci­da­de das fa­m�­li­as de quem j� es­t� bem e p�­de vol­tar pa­ra ca­sa con­tras­tou com mais uma no­t�­cia triste. M�­di­cos con­fir­ma­ram a mor­te da oi­ta­va cri­an­ï¿½a quei­ma­da na trag�dia. Ta­li­ta Vi­t�­ria Bis­po, de 4, n�o re­sis­tiu no Hos­pi­tal Jo­ï¿½o XXIII, de­pois de che­gar ain­da na ma­dru­ga­da trans­fe­ri­da de avi­ï¿½o da San­ta Ca­sa de Mon­tes Claros. Se­gun­do o hos­pi­tal, a ga­ro­ta te­ve 60% do cor­po quei­ma­do e a si­tu­a­ï¿½ï¿½o de­la era mui­to delicada. De acor­do com a Po­l�­cia Ci­vil, os pais da ga­ro­ti­nha fo­ram en­ca­mi­nha­dos ao Ins­ti­tu­to M�­di­co-Le­gal (IML) de on­de sa�­ram, ain­da on­tem, com o cor­po da fi­lha pa­ra Jana�ba.

O sen­ti­men­to de tris­te­za tam­b�m mar­cou a des­pe­di­da de pa­ren­tes e ami­gos das fa­m�­li­as de du­as cri­an­ï¿½as que mor­re­ram na sex­ta-feira. Os corpos de Yas­min Me­dei­ros Sal­vi­no e Ce­c�­lia Da­vi­na Gon­ï¿½al­ves Di­as, am­bas com 4 anos, fo­ram se­pul­ta­dos sob for­te co­mo­ï¿½ï¿½o no Ce­mi­t�­rio S�o Lu­cas, em Jana�ba. An­tes, fo­ram ve­la­dos nas ca­sas das cri­an­ï¿½as, no Bair­ro Rio Novo. Ce­c�­lia foi a pri­mei­ra a ser enterrada. O so­fri­men­to da fa­m�­lia foi ain­da mai­or, pois a ga­ro­ti­nha che­gou a ser da­da co­mo mor­ta ain­da na quin­ta-fei­ra, mas as au­to­ri­da­des in­for­ma­ram que ela foi re­a­ni­ma­da pe­los m�dicos. A fa­m�­lia che­gou a pre­pa­rar o ve­l�­rio, mas de­pois fi­cou sa­ben­do que ela con­ti­nu­a­va vi­va e lu­tan­do pe­la vida. Ce­c�­lia te­ve mais de 80% do cor­po queimado.


Em se­gui­da, hou­ve o se­pul­ta­men­to de Yasmin. “Ela era uma cri­an­ï¿½a mui­to ale­gre e ex­tro­ver­ti­da e gos­ta­va mui­to da creche. A mi­nha lin­di­nha vai con­ti­nu­ar sem­pre co­mi­go”, dis­se a m�e, C�s­sia Me­dei­ros de Je­sus, de 31, se­gu­ran­do um bo­ne­co do pi­ca-pau que per­ten­cia � filha. As­sim que o cor­po da pe­que­na che­gou no ce­mi­t�­rio, a apo­sen­ta­da Ma­ria Apa­re­ci­da Mi­ran­da, de 62, pe­diu que as pes­so­as oras­sem e dis­se al­gu­mas pa­la­vras pa­ra quem es­ta­va presente. “Que Nos­sa Se­nho­ra Apa­re­ci­da pos­sa re­ce­ber no c�u to­dos es­ses anjos. Eles s�o aben­ï¿½o­a­dos.”

Ver galeria . 17 Fotos Vigia ateou fogo e matou crianças na Cemei Gente Inocente, uma creche de Janaúba, Norte de Minas Gerais. Ocorrência mobiliza forças de segurança e desespera moradoresPolícia Militar/Divulgação
Vigia ateou fogo e matou crian�as na Cemei Gente Inocente, uma creche de Jana�ba, Norte de Minas Gerais. Ocorr�ncia mobiliza for�as de seguran�a e desespera moradores (foto: Pol�cia Militar/Divulga��o )

 

A vez da so­li­da­ri­e­da­de

 

Uma a��o que con­tri­bui mui­to pa­ra o sen­ti­men­to de ale­gria vol­tar a apa­re­cer pa­ra as cri­an­ï¿½as v�­ti­mas da tra­g�­dia de Ja­na�­ba � a so­li­da­ri­e­da­de das pes­so­as que es­t�o fa­zen­do doa��es. O hos­pi­tal da Fun­da­jan, em Ja­na�­ba, es­t� re­ce­ben­do uma gran­de quan­ti­da­de de do­na­ti­vos pa­ra o aten­di­men­to �s v�­ti­mas da tra­g�­dia, que in­clui fral­das, re­m�­di­os e prin­ci­pal­men­te pro­du­tos pa­ra pes­so­as quei­ma­das e ou­tros, co­mo �gua mineral. O en­fer­mei­ro do hos­pi­tal Thi­a­go Ro­dri­gues in­for­mou que es­t� sen­do fei­ta uma tri­a­gem pa­ra a se­pa­ra­ï¿½ï¿½o e con­ta­gem dos donativos. Um re­la­t�­rio com tu­do o que foi re­ce­bi­do se­r� produzido. O Mi­nis­t�­rio P�­bli­co tam­b�m anun­ciou que vai acom­pa­nhar a con­ta­bi­li­za­ï¿½ï¿½o e dis­tri­bui­ï¿½ï¿½o dos donativos. Se­gun­do Thi­a­go, em­bo­ra ain­da n�o te­nha a con­ta­gem, es­t�o che­gan­do pro­du­tos de to­das as par­tes do Bra­sil a to­do momento.

On­tem, es­sa so­li­da­ri­e­da­de tam­b�m to­mou con­ta de Be­lo Horizonte. Em fren­te ao Hos­pi­tal de Pron­to-So­cor­ro Jo­ï¿½o XXIII, on­de es­t�o as v�­ti­mas mais gra­ves da tra­g�­dia, as ho­me­na­gens s� aumentam. Na ma­nh� de on­tem, pa­ren­tes de fe­ri­dos e vo­lun­t�­ri­os fi­ze­ram uma ora­ï¿½ï¿½o na por­ta da uni­da­de de sa�de. A bro­chu­ris­ta Da­ni­e­la Vi­vi­a­ne dos San­tos, de 36, es­ta­va en­tre os que fo­ram ao hos­pi­tal le­var do­a­ï¿½ï¿½­es, re­pre­sen­tan­do as igre­jas reu­ni­das Sha­lon Ado­nai, do Bair­ro San­to An­dr�, e a Co­mu­ni­da­de Ba­tis­ta da Gl�­ria de Deus, do Aparecida. “Do­a­mos o pou­co que pu­de­mos arrecadar. S�o pes­so­as hu­mil­des e vi­e­mos tra­zer amor e mui­ta paz. Quem po­de dar tu­do pa­ra eles � o se­nhor”, disse. Eles le­va­ram �gua, p�o, bis­coi­to e pro­du­tos de hi­gi­e­ne, com a aju­da de empresas.

O Ser­vi­ï¿½o Vo­lun­t�­rio de As­sis­t�n­cia So­ci­al (Ser­vas) tam­b�m re­ce­beu v�­ri­as do­a­ï¿½ï¿½­es de itens co­mo �gua mi­ne­ral, ali­men­tos, lei­te, ma­te­ri­al de lim­pe­za, ma­te­ri­ais de hi­gi­e­ne pes­so­al e rou­pas de cama. O plan­t�o de fim de se­ma­na da en­ti­da­de, que fi­ca na Ave­ni­da Cris­t�­v�o Co­lom­bo, 683, no Bair­ro Fun­ci­o­n�­ri­os, Re­gi­ï¿½o Cen­tro-Sul de BH, con­ti­nua hoje. Das 10h �s 15h, a po­pu­la­ï¿½ï¿½o po­de le­var os pro­du­tos que qui­ser do­ar na se­de do Servas.


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