
Na capital mineira, os novos casos de Aids registrados anualmente passaram de 531, em 2008, para 408, em 2016, o que representa queda de 23,1%. Neste ano, at� 24 de abril foram 88 novos casos da doen�a. Por outro lado, tem sido cada vez maior o n�mero de novas pessoas infectadas pelo HIV. Em 2017, 157 pacientes receberam o diagn�stico at� 24 de abril. Mas a alta nos �ltimos nove anos foi significativa: de 17 novos casos de infec��o em 2008 para 671, no ano passado, um crescimento de 3.847% (veja arte).
De acordo com a Secretaria Municipal de Sa�de, a incid�ncia da infec��o pelo HIV � mais preocupante entre homens jovens. “H� um cen�rio est�vel da epidemia em rela��o ao n�mero de novos casos que acometem homens e mulheres de todas as faixas et�rias, ra�as e n�veis de escolaridade. No entanto, observa-se aumento preocupante na incid�ncia de infec��o entre homens jovens, entre 15 e 25 anos, principalmente entre os que fazem sexo com outros homens e tamb�m entre homens idosos”, informou a pasta, em nota.
O aumento dos diagn�sticos de infec��o pelo HIV na capital pode ter rela��o com a expans�o da oferta dos testes r�pidos para o v�rus – assim como para s�filis e hepatites B e C – no Sistema �nico de Sa�de (SUS). O n�mero de exames na rede p�blica cresceu em 3.100% desde 2014 (287) at� a primeira semana de agosto de 2017, quando quase alcan�ou o total de exames feitos em 2016 – cerca de 9.200. Mesmo com a maior oferta de testes na rede p�blica, estima-se que haja aproximadamente 10 mil pessoas infectadas pelo HIV em Belo Horizonte, das quais 12% n�o foram diagnosticadas, tampouco se tratam."O uso cont�nuo e correto das medica��es � fundamental para garantir a efic�cia do tratamento"
Secretaria Municipal de Sa�de
O texto divulgado pela OMS com o alerta para a resist�ncia aos antirretrovirais inclui o Brasil em uma lista de 11 pa�ses pesquisados na �frica, �sia e Am�rica Latina. Pelo estudo, Guatemala, Nicar�gua, Nam�bia, Uganda, o Zimb�bue e a Argentina tinham mais de 10% das pessoas que come�aram o tratamento com uma cepa do v�rus resistente a medicamentos dispon�veis no mercado. O Brasil est� na lista das na��es com registro de resist�ncia do micro-organismo em novos pacientes, mas com �ndice menor que 10%. Por�m, a organiza��o internacional diz que o crescimento dessas taxas, mesmo que ainda lento, tem potencial para minar o progresso mundial no tratamento e preven��o da doen�a.

O fantasma do descontrole
Na pr�tica, a resist�ncia aos antiretrovirais ocorre porque o HIV tem uma capacidade de muta��o muito grande. As subst�ncias usadas no tratamento atuam bloqueiam as etapas da replica��o do micro-organismo. Mas as muta��es de resist�ncia do v�rus “burlam” a a��o desses medicamentos e, assim, conseguem produzir novas cepas sobre as quais os rem�dios podem n�o ter a mesma efic�cia.
Segundo a Secretaria Municipal de Sa�de, a resist�ncia do agente aos medicamentos antirretrovirais pode acarretar falhas no tratamento e descontrole da infec��o pelo HIV. “Assim, caso n�o haja interven��o adequada, pode ocorrer progress�o da doen�a e, consequentemente, adoecimento da pessoa infectada, aumentando a possibilidade de morbidade e mortalidade relacionadas � infec��o pelo v�rus”, informa texto da secretaria.
Outro alerta vale para infectados com o v�rus que, mesmo em tratamento, mantenham rela��es sexuais desprotegidas. “� real a possibilidade de uma pessoa que vive com HIV ser novamente infectada por outra cepa viral, podendo essa cepa ser resistente aos antirretrovirais usados pelo paciente. O impacto de eventos como esse � a progress�o da infec��o e risco de adoecimento por eventos relacionados � Aids”, alerta a pasta municipal.
Por isso, a secretaria frisa a import�ncia de o tratamento prescrito ser cumprido � risca. “O uso cont�nuo e correto das medica��es � fundamental para garantir a efic�cia do tratamento, e isso ainda representa um grande desafio para a sa�de p�blica, tanto para o controle da doen�a no indiv�duo infectado quanto para a redu��o da transmiss�o do v�rus”, sustenta.
HIV X AIDS Ser portador do v�rus HIV n�o significa necessariamente ter Aids. H� muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doen�a. Por�m, mesmo esses podem transmitir o v�rus a outras pessoas por rela��es sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de m�e para filho, durante a gravidez e a amamenta��o, quando n�o tomam as devidas medidas de preven��o. Por isso, � sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situa��es.