
Dez dias separaram a d�vida da certeza ou descarte de uma suspeita de febre amarela. Diante de um paciente com sintomas aparentes da doen�a, come�a uma verdadeira corrida pelo diagn�stico, que inclui investiga��o cl�nica e epidemiol�gica. Um longo caminho � tra�ado caso a caso. Em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Sa�de (SES), que na sexta-feira decretou estado de emerg�ncia em sa�de p�blica nas regionais de Belo Horizonte, Itabira e Ponte Nova, confirma 22 pacientes com a enfermidade, dado do �ltimo boletim epidemiol�gico, de ter�a-feira passada. Desses, 15 morreram – letalidade de 68%. Confirma��es de diagn�sticos positivos para a doen�a v�m sendo feitos por prefeituras de cidades diversas, indicando que os n�meros oficiais est�o em ritmo de crescimento. Entre os 15 �bitos contatos no �ltimo boletim n�o consta ainda, por exemplo, o do m�sico belo-horizontino Fl�vio Henrique Alves de Oliveira, presidente da Empresa Mineira de Comunica��o.
Cada um deles passa pelo mesmo processo. O primeiro passo, de acordo com a SES, � a notifica��o compuls�ria aos �rg�os p�blicos de sa�de, independentemente de a pessoa ter sido atendida na rede p�blica ou particular. Ela � seguida do levantamento de informa��es essenciais, como notifica��o do caso, hist�rico de deslocamento, status de vacina��o, mortandade de macacos na �rea e cobertura vacinal no munic�pio. Ao mesmo tempo, � colhida amostra biol�gica do paciente, que � avaliado pela unidade de sa�de em rela��o a sua evolu��o, cl�nica e tratamento a ser dispensado, verificando a gravidade do caso.
A amostra � cadastrada pelo munic�pio num sistema espec�fico para esses casos e encaminhada para a Funda��o Ezequiel Dias (Funed). Material coletado at� o quinto dia ap�s o in�cio dos sintomas � encaminhado para o laborat�rio de biologia molecular para realiza��o de exame em tempo real para pesquisa do material gen�tico do v�rus. Amostras coletadas depois do sexto dia s�o encaminhadas para o laborat�rio que pesquisa anticorpos produzidos depois da exposi��o ao v�rus. A an�lise de pacientes de hospitais privados tamb�m � feita na Funed.
J� as v�sceras de macacos encontrados mortos s�o levadas para o laborat�rio de isolamento viral, onde a amostra � inoculada em cultura de c�lulas com o objetivo de isolar o agente patog�nico, de acordo com a SES. Depois dos ensaios, os resultados s�o inseridos e liberados em sistema espec�fico e ficam dispon�veis para a unidade de sa�de requisitante e a Vigil�ncia Epidemiol�gica do munic�pio e da SES. “Por ser uma doen�a de notifica��o compuls�ria, a Vigil�ncia Epidemiol�gica da SES-MG � comunicada por e-mail pela Funed. O tempo de espera pelo resultado varia de acordo com o tempo necess�rio para cada t�cnica/metodologia utilizada de acordo com o intervalo da data da coleta da amostra e o in�cio de sintomas do paciente”, explica a secretaria. O prazo entre o recebimento da amostra pelo laborat�rio e a libera��o do resultado, no caso de amostras humanas, � de at� 10 dias. No caso dos macacos, o prazo � de at� 30 dias.
APURA��O A investiga��o epidemiol�gica de um caso suspeito � feita por meio de levantamento de dados cl�nicos, laboratoriais e epidemiol�gicos vinculados �quele paciente. “As informa��es podem ser obtidas em fichas de notifica��o de bancos oficiais, roteiros espec�ficos de investiga��o que englobam perguntas espec�ficas para aquele agravo, coleta de amostras biol�gicas, assim como atrav�s da consulta de sistemas oficiais de outros setores, como por exemplo, dados da assist�ncia e laboratoriais”, diz.
� essencial ainda a visita t�cnica in loco para verifica��o das informa��es e busca de eventuais outros casos suspeitos. Para defini��o de um local prov�vel de infec��o s�o levados em conta v�rios outros fatores, como per�odo de incuba��o, hist�rico de deslocamento e circula��o viral na localidade. O per�odo de incuba��o da febre amarela varia de tr�s a seis dias entre a picada pelo mosquito contaminado e o aparecimento dos sintomas.
� por meio dessas informa��es que � poss�vel saber se o paciente foi infectado em determinada cidade. Caso de Belo Horizonte, que teve uma morte confirmada, mas de morador que esteve num s�tio em Brumadinho, na regi�o metropolitana. Na quinta-feira passada, o m�sico, compositor e presidente da Empresa Mineira de Comunica��o, � qual est�o vinculadas a Rede Minas e a R�dio Inconfid�ncia, Fl�vio Henrique Alves de Oliveira, de 49 anos, foi mais uma v�tima da doen�a. Ele teve diagn�stico confirmado para a doen�a, mas o �bito ainda n�o consta na lista oficial da secretaria de estado. A suspeita � de que ele tenha sido contaminado tamb�m em Brumadinho.
A Prefeitura de Sabar�, tamb�m na Grande BH, confirmou o primeiro caso da cidade, na sexta-feira. O paciente, de 74, estava internado na Santa Casa da capital. A Funed est� fazendo as an�lises do material de outro morador do munic�pio, de 58, que pode estar com febre amarela. Tamb�m na sexta, a Prefeitura de Porto Firme, na Zona da Mata, confirmou morte de um paciente pela doen�a.
O caminho da febre amarela
A notifica��o de suspeita da febre amarela � compuls�ria
> Diante de caso suspeito em humanos � iniciada a investiga��o espec�fica, com levantamento de informa��es essenciais, como notifica��o do caso, hist�rico de deslocamento, status de vacina��o, mortandade de macacos na �rea e cobertura vacinal no munic�pio. Ao mesmo tempo, � coletada amostra biol�gica do paciente, que � avaliado pela unidade de atendimento em rela��o a sua evolu��o, cl�nica e tratamento
a ser dispensado ao mesmo (status de gravidade).
> A amosta biol�gica � cadastrada pelo munic�pio em sistema espec�fico para esses casos e encaminhada para a Funda��o Ezequiel Dias (Funed).
> O diagn�stico laboratorial � feito com t�cnicas recomendadas pelo Minist�rio da Sa�de.
> Amostras coletadas at� o 5º dia depois do in�cio dos sintomas s�o encaminhadas para o laborat�rio de biologia molecular para realiza��o de exame em tempo real para pesquisa do material gen�tico do v�rus. Amostras coletadas ap�s o 6º dia s�o levadas para laborat�rio para pesquisa de anticorpos produzidos depois da exposi��o ao v�rus.
> V�sceras de macacos s�o encaminhadas para o laborat�rio de isolamento viral, onde a amostra � inoculada em cultura de c�lulas com o objetivo de isolar o agente patog�nico.
> O tempo de espera do resultado varia de acordo com cada t�cnica/metodologia usada, com o intervalo da data da coleta da amostra e o in�cio de sintomas do paciente. O prazo entre o recebimento da amostra e a libera��o do resultado, no caso de amostras humanas, � de at� 10 dias. No dos macacos,
� de at� 30 dias.