(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Belo Horizonte preserva ilhas de mata atl�ntica em meio ao ambiente urbano

Apesar do avan�o do asfalto e do concreto, a cidade ainda mant�m valiosas reservas do mais diversificado e amea�ado tipo de vegeta��o brasileiro, mas press�es continuam sobre o bioma


postado em 05/03/2018 06:00 / atualizado em 05/03/2018 07:31

Porção de mata cercada de cidade por todos os lados, a Estação Ecológica da UFMG abriga um dos mais importantes remanescentes da vegetação na capital(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)
Por��o de mata cercada de cidade por todos os lados, a Esta��o Ecol�gica da UFMG abriga um dos mais importantes remanescentes da vegeta��o na capital (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A PRESS)
Os tons escuros do concreto e do asfalto dominam boa parte de Belo Horizonte, cidade de 2,5 milh�es de habitantes onde at� os c�rregos foram encaixotados em dutos subterr�neos. Mas, nesse cen�rio de urbaniza��o praticamente implac�vel, a capital mineira ainda reserva ref�gios verdes que conservam a mais diversificada e amea�ada vegeta��o brasileira, a mata atl�ntica. Nas bordas da Serra do Curral, ao longo do Anel Rodovi�rio ou nos limites ao norte da metr�pole, remanescentes dessa floresta tropical ainda resistem ao esgoto, lixo e depreda��o, bem como � press�o imobili�ria em sua �nsia por mais espa�os para constru��es.


De acordo com o Atlas da Mata Atl�ntica, um estudo feito por especialistas da ONG SOS Mata Atl�ntica e t�cnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com base nos sat�lites usados nacionalmente, h� ainda 901 hectares da forma��o vegetal amea�ada em BH. Uma �rea equivalente a 48 campos de futebol. Pode parecer muito, mas o mesmo estudo mostra que isso representa apenas 2,72% da selva que um dia cobriu montanhas e vales belo-horizontinos.

A maior �rea cont�nua de mata fica justamente sob as franjas da Serra do Curral, entre o Parque Municipal das Mangabeiras e o Parque Estadual da Serra do Rola-Mo�a, na por��o Sul do munic�pio. � dessas florestas contidas em vales �ngremes que brotam, na unidade de conserva��o estadual, uma s�rie de nascentes respons�veis pela forma��o do Ribeir�o Arrudas, o manancial que cruza a capital mineira e des�gua no Rio das Velhas depois de ter recebido a maior parte do esgoto produzido na capital.

Contudo, no Parque das Mangabeiras essa diversidade se encontra temporariamente fora do alcance da popula��o, devido aos encontros recentes de macacos mortos, alguns deles contaminados pelo v�rus da febre amarela. Nos 337 hectares h� 59 nascentes e se abrigam 30 esp�cies de mam�feros, como micos, esquilos e quatis, e 64 esp�cies de aves.

RESERVAS Ao longo do Anel Rodovi�rio de BH h� ainda muitos fragmentos de mata atl�ntica cruzando a cidade. Na altura do Bairro Olhos D’�gua, no Barreiro, h� 51 hectares coexistindo com o tr�fego intenso e a expans�o urbana, dos dois lados da via. No lado da pista que sobe na dire��o da BR-356, o avan�o de habita��es no fundo do vale aos poucos comprime a mata e expulsa esp�cies que se refugiam no local.

Do outro lado, a forma��o fica mais preservada dentro da �rea de Prote��o Ambiental do Cercadinho, que � administrada pela Copasa e tem seus acessos controlados pela companhia de saneamento. Mais adiante, no Bairro Bonsucesso, ao longo do c�rrego de mesmo nome, ainda h� 17 hectares de floresta. Est� entre os fragmentos mais amea�ados, devido a invas�es que ocorrem no local, cujos moradores usam madeira e depositam lixo e ainda mais esgoto no espa�o que restou de vegeta��o.

Do outro extremo da cidade, j� na Pampulha, um importante remanescente da mata atl�ntica abriga diversas esp�cies de aves consideradas raras em BH. A vegeta��o densa cobre mais de 80% do Parque Municipal Ursulina Andrade de Melo, no Bairro Castelo. V�rias nascentes se intercalam com lagos, formando um belo paisagismo e uma intrincada rede de trilhas.

Quem passeia por l� pode encontrar jacus, inhambus, gar�as-brancas, urubus, topitis, micos-estrela e gamb�s. Mas, se der sorte, pode ser um dos poucos a testemunhar o raro voo da coruja-preta, que em 2007 teve seu pio gravado por uma equipe da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O animal, de nome cient�fico Strix hululua, s� tinha sido registrado Grande BH 170 anos antes, pelo naturalista e explorador dinamarqu�s Peter Lund.

“Aqui � um lugar muito gostoso. Nem parece que estamos dentro da cidade. As crian�as adoram, pois podem brincar e ver os animais que vivem no parque, o nado dos peixes, o voo dos p�ssaros”, disse a bab� Nubia Celia Siqueira, de 48 anos, que considera o parque seu espa�o favorito na cidade. “Aqui � um lugar muito bonito e sossegado. Recarrega as nossas for�as. S� n�o sabia que era uma mata amea�ada bem no meio de BH”, disse Maria Carolina Alves, de 34, tamb�m visitante da unidade de conserva��o.

 

Patrim�nio natural

Confira algumas caracter�sticas do ecossistema

» O bioma

A mata atl�ntica � composta de um conjunto de forma��es florestais que se estendiam originalmente por aproximadamente 1,3 milh�o de quil�metros quadrados, em 17 estados brasileiros (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paran�, S�o Paulo, Goi�s, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Esp�rito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Para�ba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Cear� e Piau�). Segundo o Minist�rio do Meio Ambiente, hoje o que sobrou est� reduzido a cerca de 22% da cobertura original e estima-se que apenas 8,5% estejam bem conservados em fragmentos acima de 100 hectares. Segundo a organiza��o SOS Mata Atl�ntica, quase 72% da popula��o brasileira vive em �reas desse ecossistema, conforme estimava o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica em 2014. S�o mais de 145 milh�es de habitantes em 3.429 munic�pios.

» Biodiversidade


Mais de 20 mil esp�cies de plantas, sendo 8 mil end�micas
849 tipos de aves
370 esp�cies de anf�bios
200 de r�pteis
270 de mam�feros
350 esp�cies de peixes

» Press�es


Lixo, polui��o e outros impactos ambientais causado pelos mais de 145 milh�es de brasileiros que habitam sua �rea
Desmatamentos que v�m desde a extra��o do pau-brasil, passando por ciclos econ�micos como os da cana-de-a��car, do caf� e do ouro Agropecu�ria


Industrializa��o e expans�o urbana desordenada


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)