
Os professores da educa��o infantil de Belo Horizonte convocam uma nova assembleia na porta da sede da prefeitura, na Avenida Afonso Pena, nesta quarta-feira. A categoria est� em greve e pede carreira �nica para os educadores da rede municipal. O Sindicato dos Trabalhadores da Rede Municipal de Educa��o (Sind-Rede) afirma que os funcion�rios das escolas municipais tamb�m v�o parar, assim como os das Unidades Municipais de Educa��o Infantil (Umeis).
A nova assembleia acontece dois dias depois que houve um tumulto na porta da prefeitura de Belo Horizonte. Nessa segunda-feira, durante um ato dos professores, a Pol�cia Militar (PM) fez uso de bombas de g�s lacrimog�neo e de efeito moral, al�m de jatos d'�gua para dispersar o grupo que fechava os dois sentidos da Avenida Afonso Pena.
O comandante do Policiamento Especializado (CPE), coronel Giovanne Silva, afirmou que a PM tentou negociar com a categoria em duas oportunidades, durante uma hora e meia, mas n�o obteve sucesso. A primeira delas, segundo o oficial, foi executada pelo 1º Batalh�o da PM, respons�vel pela �rea. De acordo com o coronel, as lideran�as sindicais concordaram em liberar todas as pistas da avenida ao meio-dia – com objetivo de n�o prejudicar o tr�fego de ambul�ncias, a partir da faixa SOS, e o direito de ir e vir dos cidad�os. Entretanto, o representante da PM afirma ter havido vota��o na qual os manifestantes decidiram n�o cumprir o acertado.
Com isso, foi adotada uma segunda posi��o, na qual os militares avisaram que o "uso progressivo da for�a" seria empregado caso as pistas n�o fossem desocupadas. Novamente, de acordo com o coronel Giovanne Silva, os manifestantes mantiveram o bloqueio. "A partir da�, por uma decis�o do comando da corpora��o, foi usada a for�a dentro do escalonamento j� previsto em nosso protocolo", afirmou o comandante do Policiamento Especializado.
Os manifestantes acusam a PM de trucul�ncia. De acordo com a assessoria de imprensa do Governo de Minas, uma reuni�o foi convocada pelo governador com a c�pula da PM para tratar sobre o assunto. “O governador ouviu os comandantes envolvidos e, ent�o, ordenou a abertura de uma sindic�ncia e que os excessos que venham a ser constatados sejam apurados e os respons�veis punidos”, informou por meio de nota.
Negocia��o
Os professores da educa��o infantil reivindicam a unifica��o das carreiras com os colegas do ensino fundamental. “O que temos hoje � uma reposta totalmente negativa � nossa reivindica��o. Queremos � carreira �nica para professores da rede municipal. Temos professora graduada em pedagogia que ganha sal�rio l�quido de R$ 752, o que est� sendo descontado no sal�rio � o plano de sa�de. N�o h� condi��es de nos mantermos financeiramente com nossas despesas di�rias. Ent�o, somos submetidos a jornadas tripla de trabalho”, argumenta Ev�ngela Maria de Oliveira Rodrigues Alvertine, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Rede Municipal de Educa��o (Sindrede).
A Secretaria Municipal de Planejamento, Or�amento e Gest�o e a Secretaria Municipal de Educa��o sustentam que o sal�rio dos professores da rede infantil � de R$ 3.409,05 e de R$ 7.522,39 para o ensino fundamental. O primeiro passo para o processo de unifica��o, segundo as duas pastas, � a aprova��o do Projeto de Lei 442/2017 que tramita na C�mara Municipal de Belo Horizonte. Entre as previs�es do texto est� o reajuste de 15% na folha salarial dos educadores infantis que t�m curso superior, o que no quadro da prefeitura abreange 70% desses professores. A proposta n�o agrada a toda a categoria. “O projeto mexe um n�vel na nossa carreira. Lutamos para ser reconhecidos como professores municipais, com ingresso em n�vel superior, em n�vel 10”, disse Ev�ngela Rodrigues.
Outra mudan�a no projeto est� na emancipa��o das Umeis. “As unidades da educa��o infantil passam a ter autonomia em rela��o �s escolas de ensino fundamental e nessa perspectiva vamos ter diretor, vice, diretor pedag�gico, al�m de uma caixa escolar. Isso permite, inclusive, que as pr�prias Umeis possam gerir os recursos no seu projeto pedag�gico”, explicou a secret�ria municipal de Educa��o, �ngela Dalben.
Em entrevista coletiva depois dos incidentes em frente � prefeitura, o prefeito Alexandre Kalil sustentou que desde o in�cio de seu mandato j� ocorreram mais de 140 reuni�es de negocia��o com sindicatos, a metade delas, segundo ele, com o Sind-Rede. “Todas as pautas foram atendidas na medida do poss�vel”, disse.