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Estado de Minas

Servindo f�gado com jil�, Mercado Central quer bater recorde de maior chapa do mundo

Em festival cultural no domingo, Mercado Central oferecer� a iguaria preparada por nove chefs em chapa de 16 metros de comprimento, que ser� montada na Augusto de Lima


postado em 23/05/2018 06:00 / atualizado em 23/05/2018 07:44

O chapista Ronaldão mostra o prato preparado com seus 35 anos de prática: 'Será a glória maior (...). Temos certeza de que vamos entrar para o livro dos recordes', diz (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
O chapista Ronald�o mostra o prato preparado com seus 35 anos de pr�tica: 'Ser� a gl�ria maior (...). Temos certeza de que vamos entrar para o livro dos recordes', diz (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)

Depois de conquistar os brasileiros pelo paladar, virar ponto tur�stico n�mero um da cidade e ganhar do p�blico o t�tulo de “a cara” de Belo Horizonte, o Mercado Central quer al�ar voos maiores e levar seu nome ainda mais longe. Este domingo ser� decisivo, com uma atra��o gastron�mica de grande porte – e p�e tamanho nisso. Dentro de um festival cultural, realizado das 10h �s 15h, ser� montada na Avenida Augusto de Lima, entre as ruas Curitiba e Santa Catarina, uma chapa de 16 metros de comprimento para o preparo de iguaria cheia de hist�ria: f�gado com jil� e cebola no capricho. O objetivo, diz o presidente do tradicional local de compras, Geraldo Henrique Figueiredo Campos, � fazer a maior chapa do mundo e inscrever essa atividade no livro dos recordes (Guinness Book).

Na tarde de ontem, Geraldo Henrique e o diretor-superintendente Luiz Carlos Braga receberam seis dos nove chefs e tr�s chapistas (encarregados do preparo nos estabelecimentos), que estar�o a postos para preparar mais de 400 quilos de f�gado. Para cada um, foram reservados 10kg de jil� e 1,20 metro de espa�o para dar sua vers�o particular e encantar o p�blico com seus temperos, ao som de shows musicais. S�o esperadas cerca de 2,5 mil pessoas, o acesso se dar� mediante a doa��o de cinco litros de leite, com arrecada��o revertida para entidades de assist�ncia social. Nesse dia, o mercado funcionar� normalmente.

“O f�gado com jil� � prato caracter�stico nosso, � t�pico daqui e presente em v�rios bares e restaurantes. Sempre servido quente e preparado na hora, tem consumo imediato”, disse Geraldo Henrique, lembando que, por dia, passam pelo mercado cerca de 30 mil pessoas em busca de produtos dos 380 estabelecimentos comerciais. Quem vai participar, n�o v� a hora de esquentar a chapa. “Ser� a gl�ria maior de um trabalho realizado ao longo de muitos anos. Temos certeza de que vamos entrar para o livro dos recordes”, comemorava com anteced�ncia Ronaldo Marques da Silva, conhecido como Ronald�o por uma legi�o de frequentadores do bar Fortaleza.

Com agilidade de um “ninja”, Ronald�o corta a cebola em rodelas e “esquarteja” o f�gado de boi em partes sim�tricas, para, em segundos, passar o jil� num ralador e colocar tudo na chapa. Entre uma cerveja e outra, os frequentadores esperam com �gua na boca o momento de o prato chegar ao balc�o. “Estou aqui h� 35 anos e f�gado com jil� tem sempre a prefer�ncia”, afirma o chapista ou “chapeiro”, como prefere. Entre chefs presentes, estar�o Flavio Trombino (Xapuri), Edson Puiati, professor coordenador de gastronomia da UNA, Marcos Proen�a, do Patorroco, Ivo Faria (Mercado da Boca e Vechio Sogno), Rodrigo Zarife (Mercado da Boca) e Wellington Paulo Nunes, do Bar da Lora. 

Presidente do Mercado Central, Geraldo Henrique lembra que a iguaria é típica do local, presente em vários bares e restaurantes e 'tem consumo imediato'(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Presidente do Mercado Central, Geraldo Henrique lembra que a iguaria � t�pica do local, presente em v�rios bares e restaurantes e 'tem consumo imediato' (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)


MEM�RIA AFETIVA
Flavio Trombino est� entusiasmado e refor�a a ideia de que o Mercado Central � realmente “a cara” de BH. “Este lugar mexe com a mem�ria afetiva das pessoas. Vim aqui, pela primeira vez quando crian�a, trazido pelo meu pai. Ele morou na Pra�a Raul Soares e chamava o mercado de “meu quintal”, pois criava animais e vinha buscar sobras de frutas aqui para aliment�-los”, contou o chef do restaurante Xapuri, da Pampulha.

O professor Edson Puiati comunga da ideia de que o f�gado com jil� consiste na melhor especialidade do Mercado Central, por ser simples, limpo e barato. “E saud�vel, cont�m muito ferro e sempre foi usado no combate � anemia.” Num depoimento bem pessoal, Puiati diz que n�o gosta de jil� cozido e revela que a �nica forma de consumi-lo � quanto ele est� junto com o f�gado.

Para quem n�o conhece, vale fazer as apresenta��es do f�gado com jil� tamb�m chamado de f�gado acebolado. O prato surgiu na d�cada de 1960, quando os entregadores chegavam ao Mercado Central muito cedo e famintos. “Ent�o, eles pegavam os jil�s nas lojas, levavam aos bares e solicitavam aos chapistas para fazer uma por��o com os mi�dos de carnes”, explica Geraldo Henrique. “Na d�cada de 1980, o prato caiu no gosto popular e, desde aquela �poca se tornou uma tradi��o, “fazendo sucesso e se consolidando entre as receitas mineiras”. 

 

SERVI�O

Domingo, das 10h �s 15h
Festival Cultural do Mercado Central, com chapa de 16m para o preparo de f�gado com jil� e cebola
Endere�o: Avenida Augusto de Lima, 744, Centro de Belo Horizonte
Espa�o com capacidade para 2,5 mil (entre as ruas Santa Catariana e Curitiba, em frente do mercado)
Ingresso: doa��o de cinco litros de leite

 
Nove d�cadas de hist�ria


(foto: Arquivo EM - 17/8/1956)
(foto: Arquivo EM - 17/8/1956)

No ano que vem, o Mercado Central de Belo Horizonte vai completar nove d�cadas, embora sua hist�ria comece h� 117 anos. O presidente do tradicional centro de compras, Geraldo Henrique Figueiredo Campos, j� planeja uma grande festa para celebrar a data. Foi inaugurado em 7 de setembro de 1929, ainda com o nome de Mercado Municipal, no terreno que abrigava o campo do Am�rica Futebol Clube, entre a avenida Paraopeba (atual Avenida Augusto de Lima), e as ruas Goitacases, Curitiba e Santa Catarina. E surgia como um dos maiores centros de com�rcio do estado, alojava cerca de 100 comerciantes e seu foco principal era a venda de produtos hortifrutigranjeiros, embora j� abrigando bares, caf�s, sal�es de barbeiro, posto policial e ag�ncia dos Correios. Nos 14 mil metros quadrados do terreno, circundado pelas carro�as que transportavam os produtos, as barracas de madeira se enfileiravam para a venda de alimentos (foto).

No in�cio, o Mercado Municipal n�o tinha cobertura nem sistemas de �gua encanada e esgoto. No tempo das chuvas, transformava-se em lama�al, enquanto no per�odo da seca a poeira subia. Com atividade intensa, funcionou assim at� 1964, quando a prefeitura anunciou o leil�o para vender o terreno, alegando impossibilidade de administr�-lo. Para impedir o fechamento do mercado, os comerciantes se organizaram, criaram uma cooperativa e compraram o im�vel. No entanto, teriam obrigatoriamente de construir um galp�o coberto na �rea total do loteamento no prazo de cinco anos. A tarefa n�o foi f�cil, mas ao final das obras os associados viram seu esfor�o recompensado. Em 1973, o empreendimento passou a se chamar Mercado Central.  


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