Professores da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) estar�o com atividades paralisadas nesta quinta e sexta-feira. O ato ocorre em protesto contra estrutura impr�pria para uso nas unidades, parcelamento e atraso dos sal�rios e falta de investimentos.
Em apoio aos docentes, alunos de alguns cursos tamb�m aderiram � paralisa��o. Atualmente, a institui��o tem unidades em 16 cidades do estado. O em.com.br apurou que um dos casos mais cr�ticos � o pr�dio da Escola de M�sica, no Bairro Padre Eust�quio, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte. Alunos denunciam que a unidade n�o possui estrutura para comportar as aulas, como salas ac�sticas.
“� um pr�dio mais antigo, que foi adaptado para receber as aulas. Ent�o, tem s�rios problemas de ac�stica. Mas o ponto mais alto � uma obra no audit�rio, iniciada em mar�o e foi paralisada com a alega��o de que n�o tem mais dinheiro. A gente est� ensaiando e estudando em meio a quebradeira das obras”, disse o aluno do 1º per�odo do curso de m�sica, J�lio de Faria, de 24 anos.
“Na escola de educa��o, a not�cia que se tem � que tamb�m faltam profissionais e as pessoas, inclusive, t�m medo de andar nos elevadores por falta de manuten��o”, salientou J�lio.
O estudante tamb�m denuncia que os profissionais terceirizados para os servi�os de seguran�a e limpeza do pr�dio n�o est�o realizando os trabalhos habituais. A reclama��o tamb�m � corroborada pelo professor Moacyr Laterza, h� 15 anos na Uemg.
“A situa��o � cr�tica. Os banheiros est�o em estado calamitoso, temos problemas de fia��o el�trica, nos encanamentos. O audit�rio est� em ru�nas, as salas de aula n�o est�o adequadas para a m�sica e a �nica que tem, o revestimento da ac�stica est� caindo”, contou o docente.
“O mais grave de tudo isso � que o estado nunca assumiu a Uemg. Os governos pregressos e o atual, apesar de ter se mostrado mais aberto ao di�logo, veem a Uemg como um Frankenstein. Na verdade, a Uemg � refer�ncia e tem trabalhos de refer�ncia em �reas, como a m�sica, design e educa��o, al�m de unidades no interior do estado, que est�o se consolidando”, finalizou o professor Moacyr Laterza.
Professores e alunos afirmam que procuraram a dire��o da institui��o e o retorno veio, por meio de carta aberta, publicada no site da universidade, atribuindo os problemas � falta de verbas para investimentos na estrutura.
“A Universidade do Estado de Minas Gerais tem vivido uma situa��o econ�mica s�ria, que se agravou nos �ltimos tempos. Ao longo desse per�odo, vem buscando solu��es junto aos �rg�os pertinentes do Governo, em especial junto � Secretaria de Estado de Planejamento e Gest�o – SEPLAG, � Secretaria de Estado de Fazenda – SEF e � C�mara de Or�amento e Finan�as – COF. Temos um or�amento para 2018 que j� foi aprovado com cortes em rela��o ao do ano anterior, al�m de ter sofrido contingenciamentos, sendo insuficiente para cobrir todos os custos da institui��o neste ano. Al�m disso, em decorr�ncia da situa��o financeira do Estado, a libera��o dos recursos previstos no or�amento, alguns deles ainda relativos ao ano de 2017, n�o tem ocorrido com a periodicidade necess�ria, ocasionando preju�zos para as Unidades e para a Universidade, como um todo”, diz trecho da carta.
O em.com.br tentou contato com a Associa��o dos Docentes da Uemg (Aduemg), mas a diretora do grupo n�o atendeu aos telefonemas. No site, no entanto, h� uma carta convocando os professores � paralisa��o. O Sindicato dos Professores da Uemg (Sindiuemg), que tamb�m defende os docentes das unidades, tamb�m n�o atendeu aos telefonemas.
Devido a falta de comunica��o com as representa��es sindicais, n�o foi poss�vel colher informa��es sobre o balan�o da paralisa��o. Mas, conforme apurou o em.com.br, o ato paralisa completamente as atividades na Escola de M�sica e parcialmente nas Escolas de Educa��o e Design, em Belo Horizonte.
No interior de Minas Gerais, a paralisa��o afeta unidades em Divin�polis, no Centro-Oeste do estado, e em Passos, no Sul de Minas. Respons�vel pela gest�o da Uemg, a Secretaria de Desenvolvimento Econ�mico, Ci�ncia, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes) foi procurada, mas ainda n�o se manifestou sobre as reclama��es e sobre a paralisa��o.
*Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Regina Werneck