
IEF n�o foi ouvido em licenciamento
Uma fonte ligada ao Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos H�dricos (Sisema), que pede anonimato, sustenta que quando ocorreram tanto o licenciamento da minera��o da Empabra na Serra do Curral em n�vel municipal quanto a assinatura do termo de ajuste de conduta com a Semad, o IEF deveria ter sido consultado sobre impactos ambientais da atividade sobre o Parque da Baleia, conforme resolu��o do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). “Se isso tivesse ocorrido, o �rg�o teria se manifestado contrariamente � atividade”, afirma a fonte. J� a Semad sustenta que na �poca do licenciamento no munic�pio de Belo Horizonte, em 2008, o empreendimento obteve as concord�ncias do Iphan e do Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha/MG). A pasta informou que j� solicitou atualiza��o dessas anu�ncias.
O Iphan informou que h� um processo de licenciamento sobre a minera��o em andamento desde de 2014, considerado “prioridade”. Mas, “como h� um novo t�cnico analisando, ele est� lendo todo o processo para melhor conhec�-lo”, justifica o �rg�o. De acordo com a Funda��o Municipal de Cultura (FMC), o plano de recupera��o da �rea degradada foi aprovado pelo conselho que cuida do patrim�nio da cidade, e em novembro do ano passado o MP solicitou que o �rg�o se manifestasse mais uma vez. Na ocasi�o, ficaram definidos prazos e medidas a serem tomadas para proteger o Muro de Pedras, ocorr�ncia arqueol�gica situada na Serra do Curral. “Caso o plano de recupera��o n�o contemple a preserva��o do Muro de Pedras, a empresa dever� assinar termo de ajustamento de conduta, sem preju�zo da ado��o de medidas compensat�rias e mitigat�rias pelos danos j� causados pela opera��o da mina”, diz a pasta. Ainda este m�s a FMC informa que visitar� o local.
J� o Iepha informou que a licen�a pr�via passou por an�lise que constatou que o empreendimento n�o se encontra em �rea de prote��o estadual. “Por n�o ter diretrizes de prote��o para a �rea, o Iepha acompanhou a manifesta��o do Iphan e dos munic�pios diretamente impactados, expressas nas respectivas manifesta��es/anu�ncias e pareceres emitidos pelos mesmos quanto � avalia��o do empreendimento em rela��o aos seus bens culturais protegidos”, diz o �rg�o, em nota. Para a pr�xima fase de licenciamento, o Iepha solicitou � mineradora que apresente cronograma que concilie as atividades com medidas de recupera��o do meio ambiente, de forma a minimizar os impactos sobre a paisagem natural.
O gerente de Relacionamento Institucional e Comunica��o da Empabra, Fernando Cl�udio, nega haver qualquer irregularidade na opera��o da empresa. Segundo ele, nos pontos lim�trofes entre a �rea de 66 hectares de atua��o da empresa, o Parque da Baleia e a Serra do Curral, o que est� ocorrendo s�o a��es de recupera��o do meio ambiente. S� h� minera��o em 12 hectares que n�o incluem �rea tombada nem unidade de conserva��o, segundo a empresa. “O Plano de Recupera��o de �rea Degradada liberado pelo munic�pio de Belo Horizonte permite a atividade de lavra e, a partir de 2015, passa a ser autorizado pela Semad. Foi exigido pelo Minist�rio P�blico, em A��o Civil P�blica, que todos os propriet�rios da �rea minerada entre as d�cadas de 50 e 90 fizessem a recupera��o dos terrenos, mas apenas a Empabra assinou e se comprometeu a recuperar toda a �rea”, afirma.
Ele acrescenta que a degrada��o promovida no ponto da Serra do Curral abaixo do Pico Belo Horizonte foi promovida por outras empresas antes da d�cada de 1990, quando a minera��o ainda era autorizada, em per�odo anterior ao tombamento da serra. “Naquele ponto ainda vai haver a recupera��o. Vai ser finalizado um plano de recupera��o, porque esse plano n�o consiste somente no replantio da vegeta��o. � preciso fazer obras de reconforma��o de talude, at� pela quest�o da drenagem local cr�tica”, completa. A empresa estima que a recupera��o de todo o trecho leve 10 anos.