A preserva��o da Serra do Curral moveu uma multid�o na dire��o de seu ponto culminante. Cerca de 300 pessoas se reuniram neste domingo para uma caminhada e abra�o simb�licos no Pico Belo Horizonte, cume de 1.390 metros de onde se avista boa parte da capital mineira. O evento chama a aten��o para a preocupa��o com a preserva��o dessa forma��o natural que � s�mbolo de BH e que sofreu anos com a a��o de mineradoras. Na pol�mica mais recente, a C�mara Municipal de Belo Horizonte, por meio de sua comiss�o de meio ambiente, investiga se as atividades da Empresa de Minera��o Pau Branco (Empabra) est�o em desacordo com suas licen�as e agridem a Serra do Curral. A mineradora garante que recupera uma �rea aos p�s do Pico Belo Horizonte, enquanto ambientalistas sustentam que as atividades contemplam cavas fora dessa �rea, na dire��o da montanha.
Em reportagem publicada na semana passada, o Estado de Minas mostrou que a explora��o de recursos minerais na regi�o divide opini�es. Enquanto a Secretaria de Estado do Meio Ambiente defende a lisura da atua��o da mineradora, contrariando parecer de um de seus pr�prios �rg�os t�cnicos, o Minist�rio P�blico sustenta que h� descumprimento de decis�o judicial na regi�o, mas n�o explica qual � a inconformidade. A Prefeitura de BH refor�a a tese de irregularidades, mas tamb�m pouco esclarece sobre elas. E o �rg�o de patrim�nio federal tenta, h� quatro anos, definir se, enfim, h� ou n�o agress�o a �rea tombada. Enquanto isso, os trabalhos da companhia seguem a todo vapor.
No ato, os manifestantes se dividiram em dois grupos. Um deles seguiu pela estrada que leva at� a antena Centelha 2 de telecomunica��es da Pol�cia Militar, enquanto uma outra parte se aventurou em trilhas abertas pela eros�o das chuvas. No caminho, outra for�a que degrada a serra estava presente: o tr�fego de motociclistas em potentes ve�culos de trilha que, aos poucos, v�o abrindo sulcos na superf�cie rochosa e at� mesmo desbravando outros caminhos na vegeta��o de campos rupestres. “Aqui, antes, havia muitas nascentes descendo da serra. Hoje s� tem uma. N�o podemos deixar que isso continue assim, chegou a hora de nos unirmos. Veja a minera��o, j� est� aos p�s da serra”, disse Jos� Vanderli de Oliveira, guia e volunt�rio do Movimento Pela Preserva��o da Serra do Curral.
“A Serra do Curral est� para Belo Horizonte como a Amaz�nia est� para o Brasil. Somos capazes de defender a Amaz�nia, mas n�o defendemos a serra, que est� na nossa bandeira, inclusive. N�o podemos ter desenvolvimento a todo custo como a minera��o e o hospital que querem fazer aos p� da montanha. Era uma cl�nica pequena e virou algo enorme, que vai destruir o meio ambiente. A sa�de pode ir para outro lugar, mas a serra, n�o”, disse a advogada Luciana Maria de Figueiredo Moreira, que participou do ato.
Quando o grupo chegou ao alto do pico, um abra�o simb�lico � serra foi organizado com as pessoas dando as m�os e discursando palavras de ordem contra as atividades degradadoras, especialmente as miner�rias. O desmatamento que tem agredido a serra e a falta de esclarecimento por parte do poder p�blico sobre a legalidade desses empreendimentos s�o hoje as principais amea�as que encontramos na serra”, disse o presidente do Movimento Paz na Serra, Alexandre Ribeiro de Morais.