Morre empres�rio baleado em tiroteio entre policiais em Juiz de Fora
Jer�nimo da Silva Leal J�nior estava internado em estado grave no Hospital Monte Sinai desde a �ltima sexta-feira. Advogados chegaram a pedir habeas corpus
postado em 25/10/2018 13:38 / atualizado em 26/10/2018 12:12
(foto: Pol�cia Civil/Divulga��o )
Morreu, na manh� desta quinta-feira, o empres�rio do ramo de seguran�a Jer�nimo da Silva Leal J�nior. Ele foi baleado durante o tiroteio envolvendo policiais civis de Minas Gerais e S�o Paulo em Juiz de Fora, na Zona da Mata, na semana passada. Jer�nimo estava internado em estado grave desde a �ltima sexta-feira no Hospital Monte Sinai, que confirmou a morte no in�cio desta tarde.
Jer�nimo era dono da empresa contratada para fazer a seguran�a do tamb�m empres�rio Fl�vio de Souza Guimar�es. As investiga��es apontam que ele teria ido a Juiz de Fora trocar d�lares por reais. Para isso, teria contratado a empresa de Jer�nimo, que chamou policiais civis para fazer a escolta. Um dos policiais � irm�o de Jern�nimo. Na outra ponta da negocia��o estaria Antonio Vilela, que levaria os reais e tamb�m teria contratado policiais para apoi�-lo. A troca de tiros supostamente aconteceu ap�s a descoberta de que haveria reais falsos nas malas, no estacionamento de um hospital.
Ontem, advogados de Jer�nimo da Silva Leal J�nior chegaram a entrar com um pedido de habeas corpus, que era analisado pelo Tribunal de Justi�a de Minas Gerais. Ele estava com a pris�o preventiva decretada. Os advogados tamb�m queriam que ele fosse transferido para um hospital de S�o Paulo.
O empres�rio Fl�vio Guimar�es prestou depoimento na segunda-feira na Corregedoria de Pol�cia Civil de S�o Paulo. Ele informou que � presidente de uma empresa voltada para o mercado de engenharia e constru��o h� dois anos e que, no cargo, teve acesso a informa��es de um empres�rio de Juiz de Fora que realizava empr�stimos para pessoas jur�dicas. Disse que se interessou pelo neg�cio e repassou as informa��es aos superiores da empresa, que o autorizaram a seguir com a transa��o.
Malas com dinheiro falso apreendidas ap�s a troca de tiros (foto: Pol�cia Civil/Divulga��o)
Diante disso, segundo afirmou em depoimento, entrou em contato com Ant�nio Vilela, o empres�rio de Juiz de Fora que seria dono de malas com R$ 15 milh�es em notas falsas apreendidas no local do tiroteio. Ainda de acordo com o depoimento, quem o atendeu foi outro homem, que afirmou ser funcion�rio de Vilela. Depois de negocia��es, foi marcado um encontro na cidade minera para seguir com as conversas, que envolveriam um empr�stimo entre R$ 6 milh�es e R$ 8 milh�es.
O empres�rio disse ainda que era a primeira vez que realizava uma negocia��o daquela modalidade, por isso tinha preocupa��o com a seguran�a. Justificou a escolta ainda afirmando que havia not�cias no mercado de que a regi�o de Juiz de Fora � conhecida pela pr�tica de golpes, inclusive contra executivos. Ainda segundo o empres�rio, diante dos temores ele entrou em contato com a empresa de Jer�nimo, que j� estaria acostumada a fazer seguran�a particular aos executivos quando viajavam. Segundo Fl�vio Guimar�es, foram pagos R$ 30 mil pelo servi�o. Eles disse que manteve contato apenas com Jer�nimo e que n�o sabia que policiais civis faziam parte da escolta. Nove policiais civis paulistas participaram da “escolta vip”.
Quando j� estava em Juiz de Fora, ele teria se encontrado no restaurante de um hotel com Ant�nio e o funcion�rio dele, segundo consta no inqu�rito. Horas mais tarde, teria sido levado at� o estacionamento do pr�dio comercial onde a confus�o foi registrada. Ainda no depoimento, Fl�vio Guimar�es disse que o empres�rio mineiro o levou at� um carro, um Etios, e abriu o porta-malas onde estavam algumas bolsas. Uma delas, com notas de R$ 100 teria sido aberta. De acordo com o empres�rio, ele recusou a transa��o, sob o argumento de que n�o fora “aquele o combinado contratualmente”. Ele teria sa�do do local e, junto com s�cios que estavam no hotel, voltado para S�o Paulo. Disse, ainda, que s� ficou sabendo da troca de tiros quando j� estava na capital paulista. (Com informa��es da Ag�ncia Estado)
O que j� sabemos sobre o caso
» Em 19 de outubro, houve tiroteio entre policiais civis de Minas Gerais e de S�o Paulo, no estacionamento de um condom�nio de consult�rios que faz liga��o com o Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora, na Zona da Mata.
» Na troca de tiros, o policial civil de Minas Rodrigo Francisco, de 39 anos, morreu. Duas pessoas ficaram feridas. Um deles, Jer�nimo Silva, � dono de empresa de seguran�a particular que acompanhava o grupo de S�o Paulo e irm�o de um dos policiais paulistas. Ele segue internado. O outro paciente, Ant�nio Vilela, empres�rio de Juiz de Fora que estaria transportando R$ 15 milh�es em notas falsas, recebeu alta e foi preso
» O confronto ocorreu em meio a uma transa��o suspeita entre Vilela e Fl�vio Guimar�es, empres�rio de S�o Paulo. As apura��es dos investigadores indicam que policiais de Minas Gerais estavam apoiando o empres�rio mineiro, enquanto os de S�o Paulo garantiam a seguran�a do empres�rio paulista
» At� o momento, a investiga��o aponta que o tiro que matou o policial saiu da arma de um seguran�a particular que acompanhava o grupo do empres�rio paulista com oito policiais do estado vizinho, incluindo dois delegados
» Quatro policiais paulistas, sendo dois delegados e dois investigadores, foram autuados por lavagem de dinheiro. As pris�es em flagrante foram convertidas para preventivas em uma audi�ncia de cust�dia. Todos foram transferidos para a Penitenci�ria Nelson Hungria, em Contagem
» Tr�s policiais de Minas foram autuados por prevarica��o e liberados depois de assinar termo em que se comprometem a comparecer a audi�ncia em novembro
» Os dois homens que foram baleados na troca de tiros tamb�m tiveram as pris�es preventivas decretadas
» Do mesmo grupo de S�o Paulo, outros cinco policiais foram ouvidos e liberados.
» O empres�rio Fl�vio Guimar�es fugiu da cena e se apresentou ontem em S�o Paulo. Ele negou que estivesse transportando d�lares e disse que estaria no local para tomar empr�stimo. Indicou ainda que n�o sabia que havia policiais na escolta
» O empres�rio de Juiz de Fora que participaria do neg�cio, Ant�nio Vilela, foi baleado no p�. Ele recebeu alta na noite de domingo e ficou a cargo do sistema prisional
» Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) designou uma equipe para acompanhar as apura��es. Dois promotores de Juiz de Fora e outros tr�s ligados ao Grupo de Atua��o Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO)
» A Ouvidoria de Pol�cia de S�o Paulo enviou of�cios para a superintend�ncia da Pol�cia Federal (PF) do estado e para o Ministro de Seguran�a, Raul Jungman, para que a PF acompanhe o caso