A investiga��o criminal do tiroteio envolvendo policiais civis de Minas Gerais e S�o Paulo em Juiz de Fora, na Zona da Mata, passou para a corregedoria-geral da corpora��o, em Belo Horizonte. A informa��o foi confirmada ontem pela Pol�cia Civil mineira. A corregedoria apura, agora, dois inqu�ritos. Um administrativo, para analisar a conduta dos policiais, e outro que identificar� os crimes cometidos. O empres�rio do ramo de seguran�a Jer�nimo da Silva Leal J�nior, que teria sido contratado para fazer a escolta de um executivo paulista e foi baleado durante a transa��o suspeita, morreu em um hospital da cidade, onde estava internado desde a sexta-feira passada. A Secretaria de Seguran�a de S�o Paulo pediu a transfer�ncia dos quatro policiais presos na Penitenci�ria Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, para aquele estado.
As investiga��es do tiroteio estavam sob responsabilidade do delegado Armando Av�lio Neto, de Juiz de Fora. Antes do an�ncio do envio do caso � corregedoria, o delegado, que segundo a PC ainda auxilia nas investiga��es, negou que os R$ 14 milh�es em notas falsas apreendidos no local do crime tenham rela��o com pagamento de caixa 2 a campanhas eleitorais. “� golpe”, limitou-se a dizer. A principal linha de investiga��o � que a troca de tiros tenha ocorrido durante uma negocia��o suspeita malsucedida.
As apura��es d�o conta de que o empres�rio de Minas Gerais Ant�nio Vilela, que seria o dono do dinheiro falso e se apresentaria como Ant�nio Vasconcelos, fazia uma transa��o com o executivo paulista Fl�vio de Souza Guimar�es. Vilela j� havia sido preso por tentar distribuir c�dulas falsas em 2009, em Minas, e em 2015, em S�o Roque, no interior de S�o Paulo.
Em depoimento, Fl�vio Guimar�es alegou que foi at� Juiz de Fora se encontrar com Ant�nio para uma negocia��o de empr�stimo entre R$ 6 milh�es e R$ 8 milh�es. A pol�cia acredita que ele faria uma troca de d�lares, mas o dinheiro estrangeiro n�o foi encontrado. O executivo paulista alegou que contratou a “escolta VIP” por R$ 30 mil, mas negou que soubesse da presen�a de nove policiais civis de S�o Paulo na seguran�a.
A troca de tiros ocorreu no estacionamento de um condom�nio de consult�rios em um complexo que faz liga��o com o Hospital Monte Sinai na cidade da Zona da Mata. O empres�rio disse ainda que recusou a transa��o ao ser aberta uma bolsa com notas de R$ 100, sob o argumento de que n�o fora “aquele o combinado contratualmente”. Na troca de tiros, o policial civil de Minas Rodrigo Francisco, de 39 anos, morreu. O empres�rio do ramo de seguran�a Jer�nimo da Silva Leal J�nior foi baleado. Internado desde a sexta-feira passada em estado grave, ele terminou morrendo ontem.
Na quinta-feira, advogados de Jer�nimo da Silva Leal J�nior chegaram a entrar com um pedido de habeas corpus, que era analisado pelo Tribunal de Justi�a de Minas Gerais. Ele estava com a pris�o preventiva decretada. Os advogados tamb�m queriam que ele fosse transferido para um hospital de S�o Paulo.
Quatro policiais paulistas, sendo dois delegados e dois investigadores, foram autuados por lavagem de dinheiro. As pris�es em flagrante foram convertidas para preventivas em uma audi�ncia de cust�dia. Todos foram transferidos para a Penitenci�ria Nelson Hungria, em Contagem. Autuados por prevarica��o, tr�s policiais de Minas assinar termo em que se comprometem a comparecer a audi�ncia em novembro e foram liberados.
A Secretaria de Estado de S�o Paulo pediu ao secret�rio S�rgio Barbosa Menezes, da Secretaria de Estado de Seguran�a P�blica em Minas (Sesp/MG), a transfer�ncia dos quatro policiais paulistas para aquele estado. Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Administra��o Prisional (Seap/MG) informou que est� analisando a solicita��o junto ao ju�zo criminal de Juiz de Fora.
O que j� sabemos sobre o caso
» Em 19 de outubro, houve tiroteio entre policiais civis de Minas Gerais e de S�o Paulo, no estacionamento de um condom�nio de consult�rios que faz liga��o com o Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora, na Zona da Mata.
» Na troca de tiros, o policial civil de Minas Rodrigo Francisco, de 39 anos, morreu. Duas pessoas ficaram feridas. Um deles, Jer�nimo Silva, que morreu ontem, depois de seis dias de interna��o, era dono de empresa de seguran�a particular que acompanhava o grupo de S�o Paulo e irm�o de um dos policiais paulistas envolvidos no caso. O outro ferido, Ant�nio Vilela, empres�rio de Juiz de Fora que estaria transportando R$ 14 milh�es em notas falsas, recebeu alta e foi preso
» O confronto ocorreu em meio a uma transa��o suspeita entre Vilela e Fl�vio Guimar�es, empres�rio de S�o Paulo. As apura��es dos investigadores indicam que policiais de Minas Gerais estavam apoiando o empres�rio mineiro, enquanto os de S�o Paulo garantiam a seguran�a do empres�rio paulista
» At� o momento, a investiga��o aponta que o tiro que matou o policial saiu da arma de um seguran�a particular que acompanhava o grupo do empres�rio paulista com nove policiais do estado vizinho, incluindo dois delegados
» Quatro policiais paulistas, sendo dois delegados e dois investigadores, foram autuados por lavagem de dinheiro. As pris�es em flagrante foram convertidas para preventivas em uma audi�ncia de cust�dia. Todos foram transferidos para a Penitenci�ria Nelson Hungria, em Contagem
» Tr�s policiais de Minas foram autuados por prevarica��o e liberados depois de assinar termo em que se comprometem a comparecer a audi�ncia em novembro
» Do mesmo grupo de S�o Paulo, outros cinco policiais foram ouvidos e liberados.
» O empres�rio Fl�vio Guimar�es fugiu da cena e se apresentou na segunda-feira (dia 22) em S�o Paulo. Ele negou que estivesse transportando d�lares e disse que estaria no local para tomar empr�stimo. Indicou ainda que n�o sabia que havia policiais na escolta
» O empres�rio de Juiz de Fora que participaria do neg�cio, Ant�nio Vilela, foi baleado no p�. Ele recebeu alta na noite de domingo (dia 21) e ficou a cargo do sistema prisional
» Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) designou uma equipe para acompanhar as apura��es. Dois promotores de Juiz de Fora e outros tr�s ligados ao Grupo de Atua��o Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecco)
» A Ouvidoria de Pol�cia de S�o Paulo enviou of�cios para a superintend�ncia da Pol�cia Federal (PF) do estado e para o Ministro de Seguran�a, Raul Jungman, para que a PF acompanhe o caso
» Ontem, a Corregedoria da Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG) assumiu as investiga��es policiais para apurar os crimes cometidos. Al�m disso, apura, em �mbito administrativo, a conduta dos policiais mineiros