Devasta��o
Os animais s� sobreviveram porque a not�cia de que a lama estava vindo chegou antes, permitindo salvar o gado de leite. Mas os impactos na vida do produtor foram devastadores. “N�o tiro mais leite, porque n�o tenho mais onde guardar (estocar) nem transportar. Minha mulher � professora na escola. Como a escola foi para Mariana, ela n�o vem mais aqui comigo. Meus filhos tamb�m conseguiram trabalho na cidade. Por isso, h� dias que quem fica aqui sou s� eu e meus bezerros”, disse. Apesar de sua tenacidade, o produtor rural j� admite abandonar Paracatu de Baixo. “Aqui, n�o tem mais jeito n�o, teremos de viver em outro lugar mesmo. Come�ar de novo, ter as vacas de novo. A vida era tranquila, muito pacata. Em volta da minha casa viviam umas cinco fam�lias de parentes, todos meus vizinhos”, lembra. Os habitantes de Paracatu de Baixo escolheram uma �rea rural a seis quil�metros de l�, chamada Lucila e que vai receber cerca de 120 fam�lias.


Ao mesmo tempo, tamb�m foram indicados locais onde a remo��o dos rejeitos da natureza deve ocorrer para impedir que esse material seja reintroduzido nos recursos h�dricos com as chuvas. “Um exemplo disso � a cachoeira de Camargos (pequeno povoado perto de Bento Rodrigues). Eles perderam um ponto tradicional deles. Vamos remover o rejeito e recuperar a cachoeira. Pediram �rea de camping e uma praia artificial. Vamos moldando isso e promovendo a retirada de rejeito”, disse.
Um dos “laborat�rios” onde a Funda��o Renova testa essas medidas de recupera��o ambiental � o chamado Trecho 8, um segmento de nove quil�metros entre os vilarejos de Bento Rodrigues e Bicas que foi soterrado por uma carga impressionante de 500 mil metros c�bicos de rejeitos (cerca de 2,5% do total despejado entre a barragem e a Represa de Candonga). � nesse local que os impactos e experi�ncias s�o observados, bem como a regenera��o natural e a necessidade de replantio. Ao todo, a barragem rompida deixou escapar 40 milh�es de metros c�bicos, sendo que 6,5 milh�es ainda est�o em Fund�o.
