
“Rezamos para que essa lama n�o chegue ao reservat�rio de Tr�s Marias. Mas, se chegar (� represa), os preju�zos ser�o irrepar�veis”, afirma o presidente da Federa��o dos Pescadores e Piscicultores de Minas Gerais, Valtinho Quintino da Rocha.
No lago da usina de Tr�s Marias labutam cerca de 5 mil pescadores e mais de 140 piscicultores, que lidam com a produ��o de til�pias em tanques-redes, ofertando 200 mil toneladas de peixes por ano. Logo depois do rompimento da barragem de Brumadinho, foi anunciada pelas autoridades que uma alternativa para impedir a chegada lama de rejeitos ao reservat�rio do Rio S�o Francisco seria conter os res�duos na Usina Hidrel�trica de Retiro Baixo, constru�da no Rio Paraopeba, entre os munic�pios de Pompeu e Curvelo, na Regi�o Central do estado, a 300 quil�metros do local da cat�strofe.
Como alerta Quintino, o problema � que at� ontem n�o foi dada uma resposta sobre o fechamento total das comportas de Retiro Baixo por parte do cons�rcio que administra a usina, formado pelas empresas Furnas Centrais El�tricas, Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig) e Orteng. O presidente da Federa��o dos Pescadores e Piscicultores do estado destaca que “por enquanto” a �gua do reservat�rio de Tr�s Marias “ainda est� limpa”, sem sinais de contamina��o ou mortandade de peixes. Por outro lado, ao longo do Rio Paraopeba, pequenos produtores rurais sofrem com o impedimento de acesso � �gua. O com�rcio tamb�m � atingido.
O boletim de monitoramento da �gua do Rio Paraopeba, feito pelo Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (IGAM), e divulgado na noite de quinta-feira, informa ter havido dilui��o e diminui��o da concentra��o de metais pesados no manancial. Contudo, os n�veis dos elementos poluentes persistem acima dos limites permitidos.
O presidente do Comit� da Bacia Hidrogr�fica (CBH) do Rio Paraopeba, Winster Caetano de Souza; o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Paraopeba e secret�rio de Meio Ambiente da prefeitura local, Marco T�lio de Moura, se reuniram com a Promotoria P�blica da cidade. Eles pediram que a Vale seja obrigada a adotar provid�ncias imediatas para minimizar os estragos causados pelos rejeitos de min�rio ao longo do rio.
Al�m da instala��o de barragens e membranas para conter a lama de rejeitos de min�rios, eles querem que a mineradora pague pela perfura��o de po�os tubulares para as popula��es atingidas, que ficaram impossibilitadas de fazer o uso da �gua do Rio Paraopeba para o consumo humano e animal. Tamb�m pedem o envio de t�cnicos para auxiliar as fam�lias no levantamento e repara��o dos danos.
O presidente do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio S�o Francisco (CBHSAF), Anivaldo Miranda, voltou a chamar a aten��o para medidas imediatas capazes de interromper o avan�o da lama de min�rios no Rio Paraopeba. Ontem, Miranda disse que tomou conhecimento de que, depois da trag�dia em Brumadinho, houve esvaziamento parcial do volume do reservat�rio da Usina de Retiro Baixo, com o objetivo de fazer com que a estrutura segure a maior quantidade poss�vel de rejeitos.
Nota da Vale A Vale informou que apresentou ao Minist�rio P�blico e aos �rg�os ambientais plano para conter os rejeitos que vazaram da barragem I da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, “que prev� a constru��o de diques no entorno da estrutura; a dragagem de sedimentos mais grossos e pesados, que ser�o recolhidos e dispostos em locais adequados; e a instala��o de barreiras de reten��o ao longo do rio Paraopeba”. Ainda de acordo com a mineradora, no total, foram instaladas tr�s barreiras ao redor da capta��o de �gua de Par� de Minas, no rio Paraopeba. O O objetivo � reduzir o risco de falta de abastecimento de �gua do munic�pio.