Depois de oito meses de investiga��es, a Pol�cia Federal desencadeou ontem a opera��o “S.O.S Serra da Canastra” para cumprir mandados de pris�o e apreens�o em cidades da regi�o do Sul de Minas e na Capital, no Bairro Serrano, Regi�o da Pampulha, onde um comerciante foi preso, e no interior de S�o Paulo, por explora��o ilegal de quartzito em �rea do parque nacional. A opera��o foi centralizada na cidade de Passos. Exploradores e donos de dep�sitos foram os alvos da a��o que envolveu tamb�m o Minist�rio P�blico Federal (MPF) e o Instituto Chico Mendes de Conserva��o da Biodiversidade (ICMBio).
O dano ambiental da explora��o chega a 180 hectares, mas “a �rea afetada � muito maior, uma vez que os rejeitos n�o eram tratados e ficavam expostos no local da mina ou eram jogados no leito de c�rregos e nascentes da Serra da Mantiqueira”, explicou a procuradora.
Foram identificados nove pontos de explora��o, divididos em lotes pelos extratores, que utilizavam explosivos para deslocamento das jazidas e queimadas para limpar a vegeta��o. Um ponto de explora��o tinha dois quil�metros de extens�o. De acordo com o chefe da Pol�cia Federal de Divin�polis, Daniel Souza Silva, os rejeitos de quartzito s�o altamente poluentes, uma vez que apenas entre 10% e 20% do material retirado � aproveitado e “todo o restante era abandonado, sem qualquer manejo, e despejados nos rios da bacia do Rio Grande, que abastece a usina de Furnas”. Tudo o que era retirado era vendido a 16 dep�sitos, cujos donos, segundo o delegado, “sabiam que as pedras eram extra�das ilegalmente, em �rea de prote��o”.

ESTRAG�GIA O local de explora��o ficava na parte alta da montanha, dificultando a visibilidade das cavas, e a posi��o facilitava o trabalho de um “olheiro”, tamb�m preso, que, conforme as investiga��es da PF, vigiava a movimenta��o de fiscais e investigadores. “Foram in�meras as tentativas de coibir essa pr�tica, e a ilegalidade era sabida porque, todas as vezes em que nos aproxim�vamos, os garimpeiros sa�am temporariamente e logo retornavam. Chegamos a registrar at� seis caminh�es fazendo o transporte, que ocorria geralmente � noite ou nos finais de semana.”
Foram executados 73 mandados de pris�o, 20 preventivas e 53 tempor�rias. At� o in�cio da manh� de ontem, 50 pris�es j� tinham acontecido. V�rios dos presos, segundo o delegado, j� respondiam a processos ou haviam sido condenadas pelo mesmo crime.
As investiga��es partiram da observa��o dos caminh�es que entravam no parque e conduziam o produto aos dep�sitos nas cidades. Foram identificados alojamentos improvisados e maquin�rios, que foram destru�dos pela pol�cia.