
Ilda tem uma hist�ria peculiar entre os atingidos pela trag�dia. Ela viajou e deixou tudo tranquilo em casa e n�o imaginava o drama que encontraria na volta. No dia 25 de janeiro, a data que ocorreu o desastre, visitava os familiares na localidade de Canabrava, na zona rural de Montes Claros (Norte de Minas) e tomou conhecimento do rompimento da barragem da Vale pela televis�o. “Ficamos desesperados, pois ficamos sabendo que a tinha acontecido em Brumadinho, onde a gente mora e tem um s�tio”.
A mulher conta que teve que encurtar a temporada da visita aos parentes no Norte de Minas. Ao retornar a Brumadinho, constatou a grande destrui��o provocada em seu s�tio. Situada em um lugar mais alto, a casa de Ilda n�o foi afetada. Mas, tudo que ficava na parte baixa do sitio foi devastado pela lama, incluindo um pomar, uma �rea de plantio, a vegeta��o natural e um pequeno c�rrego de �gua limpa.
Ilda diz que n�o se conformou com o cen�rio de destrui��o que encontrou na volta. “Tive um sentimento de tristeza e desola��o. Quando cheguei e avistei a lama, eu entrei em p�nico. Muito triste. Chorei muito. Tive um sentimento que n�o tenho palavras para descrever. A gente n�o esperava tanta destrui��o”, relata a dona de casa.

Ela afirma que sofreu um grande impacto emocional diante da devasta��o ambiental e das vidas que foram perdidas na trag�dia de Brumadinho. “Perdi o direito de apreciar na natureza. Perdi as esperan�as porque vidas foram levadas. A natureza foi parcialmente destru�da onde a lama passou”.
Ilda Maia disse que d� gra�as a Deus pela manuten��o de sua casa no s�tio. Mas, por outro lado, cobra a indeniza��o da Vale pelas perdas que sofreu durante a trag�dia. “A gente espera que eles possam indenizar todos aqueles que tiveram seus terrenos invadidos pela lama. Que eles fa�am o que for melhor para cada um. Que cada morador receba aquilo que merece”, diz a mulher. “Infelizmente n�o tem dinheiro que vai pagar as perdas de vidas. Mas, elas poderiam ter sido evitadas”, protesta.