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Estado de Minas

Grafite na Av. Jos� C�ndido da Silveira lembra desastres em Mariana e Brumadinho

Autor diz ter se inspirado em imagens publicadas pela imprensa para pintar a fachada de uma loja cedida pelo propriet�rio. 'Pensei muito nos �ndios que sofreram com a devasta��o de suas terras, do seu rio', conta


19/03/2019 06:00 - atualizado 19/03/2019 07:58

(foto: T�lio Santos/EM/DA Press)


Os olhos n�o conseguiram segurar o espanto, a sensibilidade falou mais alto, a emo��o transbordou, e, assim, nasceu um mural que tem “parado” o tr�nsito na esquina da Rua Coronel Alberto Gomes com Avenida Jos� C�ndido Silveira, no Bairro Penha, Regi�o Nordeste de Belo Horizonte. Quem passa a p� pela vias p�blicas tamb�m n�o esconde a emo��o diante do grafite retratando as trag�dias em Mariana, em 5 de novembro de 2015, e a mais recente, em 25 de janeiro, em Brumadinho. O autor, Saymom Oliveira de Assis Costa, de 25 anos, agradece os elogios e diz que se espelhou em imagens publicadas pela imprensa para prestar a homenagem � mem�ria dos mortos e desaparecidos durante o rompimento de barragens de rejeitos de min�rio.

O que chama mais aten��o no mural, al�m das cores fortes e harmonia, � que o autor fundiu as cenas de horror do subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Regi�o Central, e de Brumadinho, na Grande BH. L� est�o um �ndio se afogando na lama do C�rrego do Feij�o, afluente dos rios Paraopeba e S�o Francisco, o pontilh�o partido ao meio pela for�a da lama, um helic�ptero sobrevoando a terra arrasada ap�s o rompimento da Barragem 1 da Mina do C�rrego do Feij�o, da Vale, animais morrendo agonizando e casas das quais restaram apenas as paredes. 


J� sobre Bento Rodrigues, subdistrito praticamente destru�do pelo rompimento da Barragem do Fund�o, da Samarco, o artista retratou a imagem da Igreja de S�o Bento, desaparecida do mapa, e outra emblem�tica no desastre que deixou 19 mortos e devastou a Bacia do Rio Doce. “Fiz toda a composi��o durante o carnaval. Fiquei pensando muito nessas trag�dias, como todo mundo, n�.? Pensei muito nos �ndios que sofreram tanto com a devasta��o de suas terras, do seu rio”, conta o jovem, autodidata, que usou como tela a parede lateral cedida pelo propriet�rio de uma loja – a superf�cie tem 11,5 metros de largura e 6,5 metros de altura. Saymom disse que pensou tamb�m, com desgosto, na libera��o de armas pelo atual governo, nos problemas do pa�s e outras quest�es que o afligem. 



POESIA
Sem t�tulo, a obra encantou o balconista de uma oficina de alinhamentos na avenida, Wallace Ren� Silva de Assis, que gosta do que v� a todo minuto e considera muito importante a homenagem �s duas cidades atingidas em pouco mais de tr�s anos. O delegado aposentado Jos� Judson da Silva tamb�m elogiou o trabalho. “Fa�o caminhada na Jos� C�ndido da Silveira e sempre paro para observar e n�o esquecer”, afirmou.

Como parte da tela gigante, o artista escreveu uma poesia, com os versos: “O ano de 2019 come�ou em trag�dia. Encher cadeia e cemit�rio pro governo � estrat�gia (…) O ser humano esquece sua humanidade. Dando valor a mentiras, deixa de ver a verdade (…) Deus, olhai por n�s. Nosso povo est� dividido”.


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