
Essas informa��es foram repassadas pelos delegados Luiz Augusto Pessoa Nogueira, da Pol�cia Federal, e Bruno Tasca Cabral, da Pol�cia Civil, que participaram nesta segunda-feira da primeira sess�o de interrogat�rios da Comiss�o parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Barragem de Brumadinho criada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Segundo o delegado da Pol�cia Federal, a investiga��o da corpora��o foi desmembrada para investigar, de forma separada, crimes de falsidade ideol�gica, os crimes ambientais e os mais de 300 homic�dios. No caso da falsidade ideol�gica, o policial explicou que a Vale usou documentos falsos para conseguir a licen�a necess�ria ao descomissionamento da Barragem 1.

Luiz Augusto Nogueira tamb�m explicou que a consultoria T�v S�d apontou a necessidade de adequa��es no reservat�rio, mas mesmo sem a Vale garantir as obras necess�rias a empresa de origem alem� confirmou a estabilidade da barragem. Ainda segundo o delegado da Pol�cia Federal, na investiga��o comandada pela PF os funcion�rios da empresa de consultoria confessaram que foram pressionados para assinar o atestado de estabilidade.
DOLO EVENTUAL J� o delegado Bruno Tasca Cabral, que chefia o Departamento de Investiga��es de Crimes Contra o Meio Ambiente da Pol�cia Civil e � respons�vel pelas investiga��es da corpora��o estadual sobre o rompimento da barragem, disse que h� fortes ind�cios de dolo eventual nos crimes praticados pela Vale, quando se sabe dos perigos, mas mesmo assim o risco do resultado � assumido.
Cabral refor�ou a tese tamb�m defendida pela PF de que a Vale j� sabia do risco de rompimento do reservat�rio, apontado pelo Plano de A��o de Emerg�ncia de Barragem de Minera��o (PAEBM). A empresa j� sabia do perigo desde 2017 e tinha conhecimento de que o rompimento poderia afetar entre 120 e 150 pessoas, mas mesmo assim n�o tomou medidas para evacuar a �rea.
As investiga��es das duas corpora��es seguem com o objetivo de responsabilizar os culpados pela trag�dia que j� matou 214 pessoas e mant�m outras 91 desaparecidas.
Em nota, a Vale informou que "ao contratar uma empresa de auditoria de renome internacional, como a T�v S�d, que atua em mais de 50 pa�ses, a Vale esperava que os auditores dessa empresa tivessem responsabilidade t�cnica, independ�ncia e autonomia na presta��o de seus servi�os, pois cabe ao auditor o papel de realizar um processo sistem�tico, documentado e independente para obter todas as evid�ncias poss�veis e avali�-las objetivamente, privilegiando a seguran�a acima de tudo", segundo posi��o enviada pela mineradora.