
A degrada��o sofrida pela unidade fica �bvia j� na entrada da floresta. A guarita do IEF foi completamente depredada. Fia��es e canaletas foram arrancadas, vidros de janelas furtados, assim como l�mpadas e c�meras de vigil�ncia. Nos banheiros, as pias foram quebradas, os bojos roubados e os vasos sanit�rios tamb�m retirados. Picha��es e rabiscos se espalham por toda parte. Em volta da constru��o, o mau cheiro � forte. Vem de lixo org�nico e de excrementos deixados pelos visitantes clandestinos.

MARCAS NO CAMINHO Como n�o h� mais instala��es para aux�lio aos visitantes, as trilhas para as cachoeiras acabaram desaparecendo, devido ao crescimento do mato e � falta de manuten��o desses caminhos. Ainda assim, os depredadores conseguem encontrar as picadas e chegam a v�rios pontos de atra��o, como as cachoeiras da Candeia, das Pedras e Br�s Gomes. As marcas dessas ocupa��es tamb�m ficam espalhadas pr�ximo �s forma��es naturais. Estruturas de pedras, grelhas de metal e at� sacos de carv�o mostram que grandes grupos de pessoas passam dias e noites acampados na unidade fazendo churrasco, o que eleva o risco de inc�ndios. Ao longo das trilhas, mais uma vez � poss�vel encontrar muito lixo, como embalagens de alimentos, garrafas de bebida de vidro, latas e garrafas PET.
J� a Floresta Estadual S�o Judas Tadeu se encontra cercada por fazendas e propriedades dentro de condom�nios fechados. Apesar dessa proximidade, n�o h� marcas de que bois ou cavalos passem pelas cercas, o que � realidade em v�rias unidades de conserva��o mineiras que t�m limites com criadores. Nas trilhas n�o h� marcas do tr�nsito de animais dom�sticos, de pegadas de pessoas ou rastros da circula��o de ve�culos. Pelo contr�rio. O solo exposto ao longo das trilhas existentes no interior da mata est� desaparecendo com a prolifera��o de mais mato e capim. Uma grande concentra��o de p�ssaros mostra que a interfer�ncia humana ali � m�nima. Algo cada vez mais raro, uma vez que no estado ainda � frequente a a��o de ca�adores que capturam animais silvestres para fazer contrabando. O �nico sinal de presen�a externa �quele meio ambiente que a reportagem do Estado de Minas encontrou na unidade se trata de uma pipa, que provavelmente chegou carregada pelos ventos.
Bioma modelo carece de regras fundi�rias
O Instituto Estadual de Florestas (IEF) esclarece que a categoria de unidade de conserva��o florestas � de uso sustent�vel, sendo permitida a presen�a de pessoas e atividades em seu interior. “A visita��o e o turismo n�o s�o os focos principais de unidades de conserva��o da categoria florestas. No caso de Uaimi�, em Ouro Preto, o objetivo principal da unidade de conserva��o � o est�mulo ao desenvolvimento sustent�vel usando o conv�vio com a mata atl�ntica. A unidade de conserva��o foi o primeiro bosque modelo do bioma reconhecido pela Rede Iberoamericana pelas pr�ticas que o IEF e comunidade desenvolvem e replicam”.Em Uaimi�, a regulariza��o fundi�ria ainda n�o foi feita, sendo encontradas propriedades particulares que exploram comercialmente a utiliza��o de cachoeiras. “Por isso, alguns problemas encontrados pela reportagem s�o de dif�cil solu��o para o IEF, pois se tratam de propriedades particulares, onde o Instituto n�o tem acesso para que sejam realizadas manuten��es e limpeza. A unidade de conserva��o tem estrutura f�sica com duas guaritas (uma delas ser� reformada) e resid�ncia para pesquisador”. Uma discuss�o sobre a transforma��o da floresta em parque estadual deve ocorrer em breve. “O plano de manejo da Floresta Estadual de Uaimi� prev� a revis�o da categoria da unidade de conserva��o, o que ser� discutido pelo Conselho Consultivo da unidade”, informa o IEF.

Na fazenda s�o criados 150 cavalos em 200.31 hectares de �rea, sendo que 140.71.98 hectares constituem �rea de preserva��o permanente, com predom�nio do bioma mata atl�ntica em uma �rea de transi��o com o bioma cerrado. A Floresta Estadual S�o Judas Tadeu foi criada em 2001. N�o existe nenhum projeto de torn�-la um parque para fins de visita��o.