Uberaba: arsenal de ladr�es de banco � usado em guerras pelo mundo. Confira

 

A incurs�o de uma quadrilha com aproximadamente 30 integrantes, que invadiu em comboio Uberaba, no Tri�ngulo Mineiro, na madrugada de ontem, se transformou no primeiro grande teste do novo sistema das for�as de seguran�a mineiras para combater ataques de ladr�es de banco. Em mais uma ofensiva dos criminosos especializados na modalidade que se tornou conhecida como Novo Canga�o, os assaltantes entraram pela cidade atacando pr�dios p�blicos e montando barricadas pelas ruas da regi�o central, munidos de armamento pesado, incluindo armas usadas pelas For�as Armadas em alguns dos mais sangrentos conflitos do mundo (veja arte). Desta vez, por�m, encontraram resposta policial praticamente imediata, com mobiliza��o de agentes que come�aram a enfrentar os ladr�es ainda no Centro e um contra-ataque pesado que envolveu a chegada de refor�o  policial de cinco cidades, incluindo a capital, com agentes de batalh�es especializados e uma esquadrilha de sete aeronaves, usadas em transporte de tropas e persegui��o ao bando.

Como resultado do enfrentamento, o 19º ataque a institui��es financeiras deste ano em Minas Gerais transformou as ruas de Uberaba em campo de batalha, com explos�es e rajadas de armas de guerra, deixando a popula��o em p�nico em meio ao fogo cruzado. Entre as baixas mais graves est� o caso de uma mulher de 21 anos, baleada na cabe�a e que est� internada em estado grav�ssimo no Hospital Escola da Universidade Federal do Tri�ngulo Mineiro, supostamente ap�s se negar a se render aos criminosos. Foram baleados ainda o dono de uma caminhonete, atingido no p�, e outro motorista, ferido de rasp�o por ladr�es durante a tentativa de obter novos autom�veis para a fuga.

Segundo o Corpo de Bombeiros, um homem de 57 anos sofreu um infarto e morreu durante os ataques. Uma das cenas mais chocantes registradas por moradores e divulgadas em redes sociais mostrava um ref�m amarrado sobre o cap� de um dos carros do comboio criminoso, servindo como escudo humano contra disparos da pol�cia. Pessoas tamb�m foram feitas ref�ns e muitas tiveram de se abrigar para escapar de balas perdidas at� dentro de hospitais.

Os confrontos trouxeram in�meros outros transtornos para a cidade. As escolas da rede municipal tiveram as aulas suspensas, assim como muitos servi�os p�blicos. Na vizinha Uberl�ndia, uma explos�o que atingiu o muro de uma transportadora de valores da cidade a 105 quil�metros de dist�ncia � investigada como tendo sido causada para servir de distra��o e iludir a a��o da pol�cia.

MUDAN�A DE POSTURA At� o enfrentamento de ontem, na maioria dos assaltos desse tipo os criminosos subjugavam as for�as de seguran�a com sua alta capacidade b�lica, explodiam caixas eletr�nicos ou bancos e fugiam, espalhando o terror por onde passavam. Desta vez, a resposta r�pida obrigou os assaltantes a fugir e conseguiu cercar um grupo deles, que se viu for�ado a tomar ref�ns, mas acabou se rendendo. Com os ladr�es foram encontrados fuzis e pistolas, dezenas de carregadores,  coletes bal�sticos e farta muni��o.

Dos quase 30 criminosos que chegaram por volta das 3h30 � cidade, que fica a 472 quil�metros de Belo Horizonte, 10 acabaram presos e os demais escaparam para �reas rurais, fugindo dos cercos montados nas rodovias principais e sendo perseguidos por militares da pr�pria cidade e da capital, de Uberl�ndia, de Patos de Minas, de Divin�polis e de Po�os de Caldas. Foram consideradas pelas for�as de seguran�as como decisivas no enfrentamento as a��es de unidades das pol�cias Militar Rodovi�ria e de Meio Ambiente, especialmente treinadas e formatadas para esse tipo de repress�o, como mostrou reportagem do Estado de Minas na �ltima segunda-feira. *Estagi�rio sob supervis�o do editor Roney Garcia