Bicicletas compartilhadas: conhe�a a aposta para consolidar o sistema em BH

A discuss�o sobre mais espa�o para as bicicletas em Belo Horizonte ganha for�a a partir do momento em que a cidade vive a realidade das bikes compartilhadas, seja em esta��es fixas ou soltas de forma individual. Nessa quest�o, a capital mineira ainda tenta consolidar um servi�o de bicicletas alugadas por aplicativo a partir de uma media��o do poder p�blico. Por um lado, a cidade andou para tr�s na oferta das bikes retiradas em terminais fixos, j� que as 40 esta��es que vigoraram durante cinco anos de contrato com a Serttel e patroc�nio do Ita� viraram um novo conv�nio com apenas 14 esta��es e todas restritas � orla da Lagoa da Pampulha. Em outra ponta, a cidade assistiu em 2019 � chegada das bikes que ficam fora de terminais, fornecidas pela empresa Yellow, que ainda est�o restritas �s regi�es Centro-Sul, Pampulha e tamb�m podem ser retiradas no Bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Regi�o Metropolitana de BH. A BHTrans aposta na republica��o, ainda em 2019, de dois chamamentos p�blicos, um para cada tipo de bike, como forma de incentivar as empresas a oferecerem o servi�o em todas as regi�es da cidade.

Antes de encerrado o contrato com a Serttel que vigorou de 2014 a 2019, as 40 esta��es de bicicleta do programa Bike BH ficavam na �rea central da cidade e tamb�m na Pampulha. Mas com o fim do contrato, apenas a pr�pria Serttel se interessou por continuar mantendo o servi�o, por�m apenas em 14 esta��es, todas na orla da Pampulha. BH ent�o perdeu 24 esta��es e toda a cobertura da �rea central, o que foi um preju�zo muito grande na avalia��o do integrante da Associa��o dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte, Marcos Gomes. “Bem ou mal o sistema funcionava e a gente atribui o fim dele � falta de fiscaliza��o e de promo��o do uso da bicicleta compartilhada pela BHTrans e pela prefeitura”, afirma o ciclista. Segundo Marcos, como o espa�o das bicicletas era explorado com publicidade, as pessoas entendiam que aquele era um servi�o 100% particular, mas havia um contrato de presta��o do servi�o com a PBH. “Ele era um sistema com custo relativamente baixo, ent�o a gente tinha viagens durante o dia de pessoas fazendo a conex�o com meios de transporte como metr� e �nibus. Voc� saia da Savassi e chegava at� a regi�o da Esta��o Central, e fazia conex�o com metr� e at� com �nibus. Com a mudan�a para a Lagoa da Pampulha vai virar um sistema s� de lazer mesmo”, acrescenta.

A ideia da BHTrans foi renovar esse servi�o a partir de um chamamento p�blico, em que abriu a possibilidade para a opera��o de 140 esta��es de bicicletas em todas as nove regi�es da cidade, divididas por lote. N�o houve nenhum interessado para as esta��es fora da orla da lagoa, o que levou a BHTrans a estudar mudan�as no chamamento, por�m sem nenhum preju�zo ao servi�o na lagoa. A expectativa � que a minuta seja republicada ainda este ano. Segundo a coordenadora de Sustentabilidade e Mobilidade da BHTrans, Eveline Trevisan, uma das quest�es estudadas � a rela��o bicicletas por vaga nas esta��es, o que foi um problema no contrato anterior. Ainda n�o era t�o claro, segundo ela, como deveria ser essa rela��o. Uma das exig�ncias da PBH no conv�nio anterior era o fornecimento de 400 bicicletas. Mas a empresa alegava que dessa forma o sistema ficaria travado, pois n�o seria poss�vel retirar uma bicicleta em uma esta��o e devolver em outra. Mas Eveline Trevisan tamb�m acrescenta que foi um contrato dif�cil de ser gerido por outros problemas. “Ao longo do contrato a gente teve muito problema de gest�o por parte deles. Eles tiveram problema de financiamento. Enfim, n�o foi um contrato f�cil de ser gerido. A gente tinha em BH um n�mero muito baixo de viagem/dia por bicicleta”, afirma.

Neste momento, a BHTrans trabalha para republicar n�o s� o chamamento das bikes em terminais fixos, mas tamb�m das bicicletas sem o sistema de docas, que hoje � fornecido apenas pela Yellow. A pr�pria Yellow chegou a participar desse chamamento, mas foi inabilitada pela prefeitura por problemas em documentos, o que mostra que a empresa tem interesse de participar do processo capitaneado pela BHTrans. “Nosso objetivo � que a gente tenha bicicletas compartilhadas na cidade toda ou pelo menos em grande parte dela, porque � o sistema � respons�vel pelo aumento da cultura da bike sem d�vida nenhuma. Voc� n�o precisa ter sua pr�pria bicicleta para experimentar pedalar, n�o precisa fazer esse investimento. Voc� pode fazer integra��o modal de forma mais eficiente”, acrescenta Eveline Trevisan.

A avalia��o da prefeitura neste momento � que vale mais a pena trazer mais empresas para fornecer os servi�os do que manter contrato de exclusividade com uma �nica companhia. “Estamos tratando no chamamento de corrigir aquilo que achamos que foi equ�voco na �ltima licita��o, como garantir a rela��o bicicleta por vaga de forma mais ideal”, completa a coordenadora de Sustentabilidade e Mobilidade da BHTrans.

Mobilidade no pedal