
Para garantir mais tranquilidade aos romeiros, as barraquinhas foram transferidas para a Rua do Serro, no trecho conhecido como “atr�s da igreja”. Padre Felipe adianta que, ap�s as prociss�es, haver� shows no local. Neste ano, o jubileu tem como presidente o casal Jos� Oswaldo Xavier e Fl�via Patr�cia Cota Xavier e vice-presidente Laura Cristina Leal Morais Lima e Leonardo Fernandes Lima. No domingo, Dia dos Romeiros, h� tamb�m extensa programa��o (veja o quadro), com missas e prociss�o �s 11h, e a Missa Sertaneja, �s 12h, na Igreja do Ros�rio.
Uma novidade para moradores e visitantes est� bem perto do altar: trata-se de uma imagem de Santa Luzia, deitada no esquife, a exemplo da existente na Igreja de S�o Jer�nimo e Santa Luzia, em Veneza, It�lia, onde est�o os restos mortais da Virgem de Siracusa. Quem participar da festa poder� rezar diante da imagem de Nossa Senhora da Piedade, no altar de S�o Jos�, do lado de quem entra no templo. R�plica da pe�a barroca que est� no altar da bas�lica da Serra da Piedade, em Caet�, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, ela foi entronizada no santu�rio, na semana passada, ap�s conduzida pelo pr�-reitor do Santu�rio de Nossa Senhora da Piedade, padre Carlos Ant�nio dos Santos.
HIST�RIA E CULTURA S�mbolo de f� e marco na recupera��o de bens culturais desaparecidos em Minas, o Santu�rio de Santa Luzia, ligado � Arquidiocese de Belo Horizonte. recebeu b�n��o oficial em 13 de dezembro de 1778. Padre Felipe destaca a import�ncia espiritual, hist�rica e cultural do templo na vida do munic�pio tricenten�rio. “Trata-se de uma das matrizes mais bonitas de Minas. Erguida no s�culo 18 no estilo joanino, ou segunda fase do Barroco – mais ornamentado e pomposo, embora delicado – a igreja, hoje santu�rio, tem grande significado na arte e arquitetura, mas tamb�m nos trabalhos pastorais e sociais.”
Visitar o Santu�rio de Santa Luzia � entrar num universo de f�, beleza e hist�ria e fazer descobertas. O altar de S�o Jos�, por exemplo, tem um enigma a ser desvendado. Em 1989, durante a �ltima restaura��o do templo foram encontrados, na parte de tr�s do ret�bulo, um compasso e um esquadro esculpidos na madeira e em policromia dourada, que estariam relacionados � ma�onaria. J� que foi deixada uma passagem sob a mesa do altar, � poss�vel ver, com nitidez, a talha com o esquadro – para os ma�ons, s�mbolo de retid�o e integridade de car�ter –, e o compasso, que representa equil�brio, justi�a e vida correta.
Pela tradi��o oral, as pe�as localizadas atr�s do altar pertenceriam ao forro do interior do camarim, depois ocultado em raz�o da liga��o com a iconografia ma��nica. Estudiosos dizem que, como os entalhes do trono de S�o Jos� s�o semelhantes ao altar-mor de Santa Luzia, � poss�vel que ele estivesse � mostra no s�culo 18. No s�culo seguinte, a exposi��o numa igreja cat�lica criaria problemas para os padres, pois a bula Syllabus, editada em 1864 pelo papa Pio IX (1792-1878) proibia as rela��es da Igreja com a ma�onaria.
Tamb�m se torna imposs�vel falar sobre o santu�rio de Santa Luzia, localizado em �rea tombada pelo Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG), sem destacar a campanha pelos bens desaparecidos em Minas, que, em 2019, completa 16 anos. No templo, est�o tr�s anjos barrocos – dois sobre o arco-cruzeiro e outro no altar de Nosso Senhor dos Passos – que simbolizam a luta empreendida por autoridades estaduais e federais para localizar imagens, ret�bulos e demais tesouros desaparecidos ou furtados de templos coloniais do estado. As pe�as em poder de um colecionador iriam a leil�o no Rio de Janeiro (RJ), quando foram retiradas do preg�o por ordem judicial e entregues ao Iepha, para per�cia.
Conforme pesquisa da historiadora luziense Elizabete de Almeida Teixeira T�fani, a capela primitiva dedicada a Santa Luzia foi erguida por volta de 1701, formando-se no entorno um rancho para tropeiros que chegavam dos currais da Bahia a fim de abastecer a regi�o das minas de ouro. “No in�cio, quando era capela, ficava de frente para a Rua do Serro, e s� depois que se tornou igreja � que ficou virada para a Rua Direita, como est� hoje”, conta a pesquisadora.
A hist�ria se completa com informa��es contidas no Invent�rio do Patrim�nio Cultural da Arquidiocese de BH/Pont�ficia Universidade Cat�lica de Minas. Entre 1721 e 1729, a capela foi ampliada por iniciativa do capit�o-mor Jo�o Ferreira dos Santos e outros pioneiros com o apoio do padre Louren�o de Valadares Vieira, vig�rio de Sabar�. Assim, o templo se tornou capela filial da freguesia de Santo Ant�nio de Ro�a Grande, j� que Santa Luzia estava vinculada � Vila Real de Nossa Senhora da Concei��o de Sabar�.
PROGRAMA��O
S�BADO (14)
16h – Missa com os enfermos, liturgia e Ter�o dos Homens, no Santu�rio
19h30 – Missa com os luzienses ausentes, no Santu�rio
DOMINGO (15) – Domingo dos Romeiros, no Santu�rio
7h, 8h30, 10h, 15h e 19h30
11h – Prociss�o dos Romeiros, saindo da Igreja do Ros�rio
12h – Missa Sertaneja, na Igreja do Ros�rio
19h30 – Missa no Santu�rio
Dia 22
19h30 – Missa da Gratid�o, no Santu�rio