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Estado de Minas

Pra�a 14 de Outubro ou 12 de Dezembro? Como a Pra�a Sete recebeu o nome atual

Conhe�a a hist�ria do cruzamento mais movimentado da capital, que j� teve nome de outras datas marcantes para a cidade e encerra s�rie em homenagem aos 122 anos de BH


postado em 16/12/2019 04:00 / atualizado em 16/12/2019 08:17

(foto: Alexandre Guzanshe/EM)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM)

O comerciante Fausto Rog�rio Teixeira Maciel � o que se pode chamar de “testemunha ocular” de boa parte dos 122 anos de Belo Horizonte, completados na �ltima quinta-feira. Dono de uma banca de jornais, revistas, livros, apostilas e tabacaria, ele trabalha h� 45 anos na Pra�a Sete, no Centro da capital, em um neg�cio que come�ou com os irm�os e chegou at� suas m�os. “� um espa�o p�blico cheio de novidades: na pol�tica, no comportamento, nas manifesta��es populares... enfim, tudo passa por aqui”, diz o morador do Bairro Ana L�cia, em Sabar�, na regi�o metropolitana, que, diariamente, tem oportunidade de observar o movimento, conversar com fregueses e se inteirar dos acontecimentos urbanos. E bota acontecimentos nisso, pois n�o seria exagero afirmar que o mais fren�tico cruzamento da cidade est� no caminho de sua hist�ria. N�o foi � toa que foi ele o escolhido para encerrar esta s�rie do Estado de Minas, que desde o dia 12 faz homenagem ao anivers�rio de BH.

“Sempre digo que aqui � 'a pra�a' de BH. Lugar maravilhoso da cidade. Posso dizer que se trata de minha segunda casa. Ou melhor, a primeira, pois passo a maior parte do dia na banca”, conta, bem-humorado, o comerciante ou “jornaleiro” de 62 anos, casado e pai de duas mo�as e um rapaz, o Marco Tadeu, estudante de geologia e ajudante na labuta di�ria, nas horas de folga da faculdade. “Em mais de quatro d�cadas, pude conversar sobre assuntos diversos com professores e profissionais que chegam para comprar livros, jornais e revistas”, conta o dono da banca.

Quem v� Rog�rio, como � conhecido, saudando a Pra�a Sete, sente firmeza quando fala do seu amor pela cidade, onde chegou aos 11 anos, vindo da terra natal Papagaios, na Regi�o Centro-Oeste – h� 25, mora em Sabar�. E fatos importantes v�m � mem�ria. “Durante a ditadura, fui amea�ado, pois havia persegui��o aos jornais “Movimento”, “Opini�o” e outros (contra o regime militar), e eu continuava vendendo normalmente. Naqueles tempos, uma banca foi incendiada na Rua Tupinamb�s ou Curitiba. Falaram que aqui ocorreria o mesmo”, revela o comerciante.

Um dos momentos mais tensos nessa trajet�ria – “fiquei com medo”, confessa –, foi, em 1979, durante a chamada “revolta dos pe�es”, que levou milhares de oper�rios da constru��o civil �s ruas centrais da cidade. O protesto dos perueiros, na tarde de 19 de julho de 2001, transformando a �rea em “pra�a de guerra”, tamb�m marcou a mem�ria de Rog�rio. Mas houve momentos espetaculares, “emocionantes”, como define: um deles, a campanha Diretas J�, entre 1983 e 1984, que reivindicava elei��es presidenciais diretas no Brasil.

Abra�o

S�o 18h30 de quarta-feira, v�spera do anivers�rio de BH. As luzes do Cine Theatro Brasil j� se acenderam e, junto das que v�o brotando dentro dos outros pr�dios, parecem tornar o complexo arquitet�nico mais grandioso no in�cio da noite. � nesse momento que os colegas L�lia Graciano, de 25, Jo�o Carlos Henrique Moreira Silva, de 20, e Brenda Graciele Jesus Tobias se abra�am e se despendem, no passeio da Avenida Afonso Pena, de mais um dia de servi�o em um laborat�rio.”Trabalho no oitavo andar, ent�o, de manh� cedo, tenho uma vis�o muito bonita da cidade. Depois, quando come�a o movimento, muda tudo”, conta L�lia.

Para Jo�o Carlos, “tudo acontece na Pra�a Sete”, da� tanto movimento e sobrecarga no transporte p�blico. Ele pede mais cuidado com a limpeza urbana, ressaltando que muita gente joga lixo no ch�o. Moradora do Centro da cidade – “Venho e volto a p� para o trabalho”, afirma com satisfa��o –, Brenda gosta da regi�o, e tamb�m concorda que � centro nervoso da metr�pole. A conversa � o ponto de partida para se conhecer um pouco sobre o espa�o que, na planta original de BH (de 1894), tem o nome de Pra�a 14 de Outubro, data referente � cria��o da Comiss�o de Estudos das Localidades Indicadas para a Nova Capital, e que depois passou a ser chamada Pra�a Doze de Dezembro, em homenagem � data de funda��o da cidade planejada.

O nome Sete de Setembro s� veio no in�cio da d�cada de 1920, em homenagem ao centen�rio da Independ�ncia do Brasil. Em 7 de setembro, foi lan�ada a pedra fundamental do famoso Pirulito, obelisco esculpido em Betim, na Grande BH. A ideia de instalar o monumento foi do ent�o presidente de Minas (na �poca, ainda n�o se usava o termo governador) Raul Soares (1877-1924). Conforme pesquisas, no in�cio da d�cada de 1920 o monumento com 13,57m de altura foi projetado pelo arquiteto Antonio Rego e executado pela empresa do engenheiro Ant�nio Gon�alves Gravat�, com mat�ria-prima de uma pedreira da cidade vizinha. A inaugura��o ocorreria dois anos depois e, devido �s propor��es da pe�a de cantaria, dividida em blocos, foi necess�ria a constru��o de um trecho ferrovi�rio espec�fico para seu transporte.

Pirulino j� visitou a Savassi

Mas nem s� de gl�rias viveu o Pirulito. Em 1962, ele foi retirado da Pra�a Sete pelo prefeito Amintas de Barros (de 1969 a 1963), para ficar abandonado num lote ao lado do Museu Hist�rico da Cidade, atual Museu Ab�lio Barreto, na Cidade Jardim, Regi�o Centro-Sul. Com a Pra�a Sete livre para o crescente tr�nsito de ve�culos, foi erguido ali um monumento executado por H. Le�o Veloso, com bustos de importantes personalidades da nova capital: Aar�o Reis, Afonso Pena, Augusto de Lima e Bias Fortes. A homenagem ao quarteto ilustre ficou no local de 1963 a 1970. Depois, foi levada para o Parque Municipal Am�rico Ren� Giannetti.

Em 1963, o obelisco foi transferido para a Pra�a Diogo de Vasconcelos, a chamada pra�a da Savassi. Enquanto isso, a Pra�a Sete se tornava apenas uma �rea asfaltada, sem qualquer marco de refer�ncia. Somente em 1980, ap�s mobiliza��o popular e reivindica��o, o obelisco retornou ao seu lugar de origem. Quem trabalha na Pra�a Sete ou passa por l�, sabe que o marco se tornou um personagem: j� foi impiedosamente pichado, teve gente acorrentada � sua base, em ato de protesto, ganhou camisinha gigante em campanha contra a Aids, testemunhou dezenas de manifesta��es pol�ticas e sempre significou uma refer�ncia importante para os belo-horizontinos.

Agora, est� pr�ximo da revitaliza��o do Centro, vizinho a equipamentos que v�m sendo restaurados. Um deles, o antigo pr�dio do Bemge, projeto de Oscar Niemeyer (1907-2012), tombado pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico de Art�stico (Iepha-MG), que est� em fase final de obras para abrigar o P7 Criativo – Ag�ncia de Desenvolvimento da Ind�stria Criativa de Minas Gerais.


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